sábado, 6 de julho de 2013

Chega de "Estabilidade"

                                            


A " Estabilidade" política  quando é santificada, elevada à condição de dogma, torna-se num fenómeno similar ao do paciente em Estado de coma. Dali para a frente, só resta esperar pela Morte, já que não se faz nada de relevante para reabilitar o doente, que não passa de um cadáver adiado. 
Ora, o que nós vimos na última semana foi a putrefacção completa do Governo. Saiu Gaspar, quer sair Portas, e tanto o primeiro-ministro como o Presidente da República continuaram - e continuam - a defender uma mítica estabilidade que ninguém percebe onde está. 
Sejamos claros: se o líder do PP deseja ir-se embora, a Coligação está morta. É preferível acabar assim, clarificar a situação, deixar entrar ar puro e novos protagonistas, a tentar reanimar um morto que persiste, em modo Zombie, em devorar as entranhas do Governo. 
Se esta é a estabilidade que quer a Troika, se esta é a responsabilidade que aconselham os famigerados Mercados, então paciência, desculpem a inconveniência, mas o país tem de sobreviver. Há valores mais altos  que esta mentira estável e medonha que se quer perpetuar. 
Portugal precisa de instabilidade. Foi a "Estabilidade" que nos trouxe aqui: a incapacidade de nos reformarmos, de combatermos a oligarquia reinante, de mudarmos o sistema político. 
Mudar é um imperativo, não é um acto de  instabilidade que destroí o país. Mudemos com instabilidade, com ruptura, com coragem, e deixemos para trás esta absurda comédia de enganos e sombras em que, a cada dia, o abismo está mais próximo. 

Rui Marques 

2 comentários:

  1. Esta gente perdeu a compostura. Chamar estabilidade ao quadro que se propõe, é o mesmo que considerar pessoa o espantalho, que se põe na eira, para afugentar os pardais

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    1. Sem dúvida, Joaquim. Mas o que é mais irritante, não é a postura deste Governo ou destes políticos, mas a conivência de grande parte da comunicação social.
      Olhámos para a quase totalidade dos comentadores e constatamos que defendem a continuidade. Pergunto: onde está o sentido crítico, a independência, a autonomia ?
      Infelizmente, em lado nenhum ......

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