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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021
JOSÉ DIAS COELHO
Em 19 de Dezembro de 1961 (fez 60 anos), em pleno regime salazarista-fascista, a sua polícia política PIDE assassinou brutalmente, em Alcântara, Lisboa, o pintor José Dias Coelho, com 38 anos, militante do Partido Comunista Português.
José Dias Coelho nasceu em 1923, em Pinhel. Foi para lisboa em 1938, onde no Colégio Académico teve contacto com importantes figuras da cultura, como Fernando Lopes-Graça, Abel Manta, Carlos Oliveira, Bento de Jesus Caraça.
Após o Liceu, ingressou na Escola de Belas Artes de Lisboa, e por esta altura adere à Federação das Juventudes Comunistas, com actividade política solidária junto de presos políticos e suas famílias e também na comissão de escritores e artistas democráticos do MUD e MUNAF, participou igualmente na organização da primeira exposição geral de artes plásticas. A sua actividade artística foi da escultura aos desenhos, ilustrações e gravuras.
José Dias Coelho participou activamente nas lutas estudantis, culturais e políticas e é preso em Janeiro de 1949, no âmbito da candidatura presidencial do general Norton de Matos.
Após a sua participação na luta pela paz e nos protestos contra a reunião da NATO em Lisboa, em 1952, é expulso do ensino e proibido de ser professor. Em Outubro de 1955, opta pela luta clandestina no Partido Comunista, deixando a actividade artística, que passou a ser exercida na ajuda e defesa de militantes comunistas clandestinos, com a elaboração de documentos falsos e também executando gravuras, nomeadamente para o jornal Avante.
Em 1961, desenvolvia trabalho unitário junto dos antifascistas, na campanha das eleições do regime fascista, sobretudo para desmascarar a guerra colonial que entretanto se iniciara.
Em homenagem a José Dias Coelho, José Afonso compôs a letra e música de «A morte saiu à rua».
No passado dia 19 de Dezembro, o PCP homenageou José Dias Coelho, numa sessão realizada em Lisboa, perto do local onde ele foi assassinado.
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