sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Miséria moral… e estúpida


Apodero-me de uma expressão que Ana Sá Lopes utilizou na sua “Anacrónica” (de passagem, não posso deixar escapar a ocasião para a felicitar por esta designação que é um “arrincanço” fabuloso) de 28.11.2021, para compor o título desta carta.

Em Março passado, quando enviei um texto ao PÚBLICO (que não mereceu as honras de publicação), questionando os governantes dos países ricos e desenvolvidos sobre o “medo” que os impedia de, em humanitária medida, fazerem quebrar as patentes das vacinas anti-covid, nunca imaginei que, no último mês do ano, a situação se mantivesse inalterada. Faltam-me palavras desonrosas para classificar a enorme hipocrisia de quantos nos martirizam o quotidiano com medidas e mais medidas para combater a pandemia, anunciadas com a pompa da vergonha e a circunstância do costume. Encaremos os factos: a União Europeia e os EUA, sem esquecer todos os outros países do soberbo G20, estão-se “borrifando” para o escassíssimo número de vacinados por esse mundo fora. Quando começarão a perceber que, à moda do chefe gaulês Abraracourcix, o “céu lhes pode cair na cabeça”?


Público - 04.12.2021

1 comentário:

  1. "Faltam-me palavras desonrosas para classificar a enorme hipocrisia". É isso mesmo, amigo Rodrigues. A corja tudo faz para que percamos a noção de educação e respeito, e, por vezes, não "pai" que aguente.
    Relembro uma máxima de Torga: "A abundância não partilha. Quando muito, esmola".

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