sábado, 30 de julho de 2022

Não é com eles

 

BADALHOCOS

 

Se cada um limpasse à sua porta

Não lhes caíam parentes na lama

Mas preferem carregar a má fama

Ambiente asseado não importa.

 

Perante um “activista” que exorta

Para melhorarem o panorama

Respondem que trate disso quem ”mama”

Fazendo do civismo letra-morta.

 

Não só não limpam nada à sua volta

Insensibilidade que revolta

Como criticam quantos o fazem;

 

Mas sentem-se no direito de sujar

Limpe quem a sujeira incomodar

Não são limpos e nisso se comprazem.

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 29 de julho de 2022

"O Brasil "se arrebenta"

 

Quando Bolsonaro se deu a conhecer ao grande público, declarando-se candidato à presidência do Brasil, as enormidades que então proferia não auguravam nada de bom para o povo brasileiro, motivando muitos analistas a prevenir para isso mesmo; todavia, perante esses alertas, um bolsonarista português-abrasileirado, que há muito escreve no JN às quintas-feiras, assinando José Manuel Diogo, respondeu-lhes que fossem “dar banho ao cão”, assim mesmo, com todas as letras.

 

O caminho da sinistra figura para o palácio do Planalto foi facilitado por uns quantos juízes desprovidos dos mais elementares escrúpulos que a função lhes exigia, o mais notório dos quais foi até premiado com um lugar de ministro, que aceitou sem pestanejar; agora que se comprova ter a desgraçada governação dessa gente - com a seita IURD em lugares preponderantes -  ultrapassado largamente todas as piores previsões, e a grotesca figura se recandidata para mais um mandato, com os vários indicadores de opinião pública até agora desfavoráveis, o mesmo Diogo, presidente da "Associação Portugal Brasil 200 anos", em recente texto no JN diz coisas assim:

 

“Numa altura em que o mundo se reinventa, o Brasil “se arrebenta”, numa dolorosa viagem ao passado em que tudo se resume a uma rima pobre: Lula contra Bolsonaro. (...) Dá até pena ver. Podendo estar de parabéns, o Brasil escolhe de novo a esculhambação. E nem a elite mais letrada escapa”.

 

Para este Diogo, que escreve o que transcrevo por temer que o seu ídolo não vá ser reeleito, é dum presidente que pôs o Brasil nas bocas do mundo pelos piores motivos que o país precisa; dar livre trânsito aos predadores da Amazónia, atirar para a morte centenas de milhares de brasileiros por desprezo total pela sua vida, classificando a pandemia que assolou o mundo de “gripezinha”, chamando às vacinas que conseguiram salvar milhões de pessoas “mariquice”, que o brasileiro não precisava disso porque não se contaminava com nada, eis uma pequena amostra da obra que este Zé Manel teme ver revertida por um Lula vencedor...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 28 de julho de 2022

PEDRO ABRUNHOSA


Alguns - felizmente poucos - na falta de outros argumentos para o denegrir, dizem que não tem voz. Outros, até mesmo entre os seus admiradores, acham que não canta, declama. Na minha opinião, é um músico completo.

Como cidadão, é exemplar: solidário; amigo; sempre disponível para apoiar causas humanitárias.
Abrunhosa não é contra a Rússia ou contra o povo russo, mas sim contra o regime liderado pelo tirano que ocupa o Kremlin rodeado de um bando de salafrários que há muito oprime o povo. Autênticos vampiros insaciáveis.

Eu, e muitos, muitos, fomos ter com ele aos Aliados nesta noite memorável.


 

    


 José Valdigem 

Neoliberais encapotados


Desde que se “virou a página da austeridade”, após o afastamento de Pedro Passos Coelho (P.P.C.), todos vamos constatando que as políticas neoliberais que criticávamos se mantêm inalteradas, para não dizer pior. Em tempos de fartura financeira, proporcionada pela famosa “bazuca”, e de flexibilidade nas regras orçamentais ditadas por Bruxelas, vemos que pouco aproveitamos as possibilidades para reformar o País naquilo que é mais importante. Há, é certo, incremento na formação bruta de capital fixo, mas nada se vê de investimento no capital mais importante da organização social que qualquer “patusco”, frente a um microfone, definirá, sem rebuços, como sendo as “pessoas”. 

Longe vá o agoiro de um hipotético regresso de P.P.C. Já nos bastam os esconsos neoliberais que por aí andam. Façam-me ver, por favor, investimento na valorização das carreiras profissionais, seja nos médicos e enfermeiros, nos polícias ou nos professores. A ilusão do outsourcing, ao alienar das contas públicas alguns encargos sócio-laborais, é puro engano, porque, a par da destruição dos serviços públicos, continuamos a pagar fortunas para alguém suprir esses encargos, acrescentando-lhe, obviamente, a respectiva margem de lucro.

Nem me quero perguntar como andariam as coisas sem “bazuca” e com défices espartanos. Devia ser bonito…


terça-feira, 26 de julho de 2022

 

A MÃE NATUREZA BEM NOS AVISA


Anda meio mundo preocupado. Primeiro, foi a pandemia que ainda não nos largou de vez. Depois, a intensificação da guerra. Ao contrário do que a comunicação social dominante (CSD) tenta fazer crer, não começou há 5 meses! A seguir, a seca, e agora esta onda de calor e os pavorosos incêndios.

Portanto, temos dois grandes problemas: as alterações climáticas e a guerra. As guerras.

Em ambos os casos, em graus diferentes, todos somos culpados.

Primeiro, os decisores políticos, os governos. A seguir, os que os influenciam, manipulam, e beneficiam com as suas decisões.

Finalmente, as massas. Também manipuladas por uns e por outros.

Quanto às AC, as causas são por demais conhecidas. Têm a ver com a forma como tratamos o meio-ambiente, a Natureza. E, mais uma vez, também com graduações diferentes, a culpa é ampla. Desde os indiferentes, quem atira lixo para onde calha, quem não tem cuidado com o fogo, até aos que com ele lucram, com as explorações agrícolas intensivas, a devastação de florestas, a utilização dos combustíveis mais poluentes; os fósseis e o nuclear, e com a guerra.

Depois de já termos dizimado milhares de outras espécies, se não tivermos juízo, é também a nossa espécie que está em causa. A mãe Natureza bem nos avisa!

O caso desta guerra em curso, é bem o exemplo da manipulação, do interesse egoísta e criminoso dos que até com ela procuram tirar dividendos, agravando mesmo a já precária questão ambiental.

Com as sanções impostas à Rússia e à Bielorrússia. por exemplo, as duas maiores potências da União Europeia, Alemanha e França, voltam ao carvão e ao nuclear, agravando assim, a tão necessária descarbonização do planeta. Para além de todos os danos em relação a outras trocas comerciais como os cereais e os fertilizantes.

Claro que todos condenamos esta e todas as guerras. Mas em relação à origem e objetivos desta, o consenso está longe de ser geral. Os tais que têm os meios de manipulação, omitem o golpe que levou ao poder na Ucrânia o seu homem de mão, a natureza antidemocrática (ilegalizou todos os partidos da oposição) e fascizante do seu governo, a questão do Donbass e o avanço da NATO para junto das fronteiras da Rússia. Tudo antecedentes e pretextos para a invasão. E, contrariando vozes autorizadas como, por exemplo, a do Papa Francisco, ou a do diretor convidado deste jornal aquando do seu 167º aniversário, Viriato Soromenho Marques, que ainda na passada quinta-feira, teve uma participação brilhante sobre a crise climática, a guerra e os seus principais protagonistas, como convidado no programa da Antena1, A Escala do Clima, recusam qualquer tentativa séria que leve ao fim do conflito. O que lhes interessa, é o confessado desgaste da Rússia.

Mais uma vez, todos temos culpa. A maioria dos europeus, vota em partidos, cujos governos se subordinam aos que mais manipulam e procuram dividendos, os EUA. E os que não votamos nesses partidos, ainda não tivemos o engenho e a arte de convencer uns e outros, a não fazê-lo.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O Setubalense"












segunda-feira, 25 de julho de 2022

Os incêndios previnem-se no Inverno

 

Já tivemos centenas de ignições nesta «época» de fogos. 

Desgraçadamente até já temos uma fase especifica de incêndios e os políticos corroboram nesta definição/alusão... É uma dor de alma ver as pessoas com o coração nas mãos a prenunciar que as chamas irão consumir tudo, inclusive as memórias. Ninguém estima os animais que são imolados.  
Os incêndios previnem-se no Inverno. O que é que se aprendeu com a catástrofe de Pedrogão em 2017? É urgente fazer muito mais quando a floresta não está a arder.
O combate às mortíferas chamas passa pelo povoamento do interior, concedendo a esses concidadãos serviços públicos de proximidade e acesso a trabalho decentemente remunerado.
indústria do fogo em Portugal é uma mina! Paga-se às empresas aéreas pelo seu combate, 35 mil euros/hora. Porque razão há aviões de combate ao fogo imóveis nos quartéis da Força Aérea? O supremo chefe das Forças Armadas, o presidente Marcelo, que bota sentença nos mais variados domínios diga algo - acerca... os portuguese exigem resposta!

       Vítor Colaço Santos 
 

Saber até onde se pode ir

 

“BORDERLINE”

 

Tens dúvidas até onde podes ir

Precipitando-te em teu prejuízo

Evita sempre o que for excessivo

Concentra-te onde possas evoluír.

 

Não assumas o que não podes cumprir

Que não te poderá ser exigido

Cumpre sempre o encargo assumido

Sem forçar o que há-de ser o porvir.

 

Que se passas sempre a linha vermelha

Porque julgas ter alguém que te valha

Às tantas já ninguém por ti se importa;

 

Mas se te respeitam pelo que fazes

Sem procurar desculpas nos azares

Sempre encontrarás quem te abra a porta...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

domingo, 24 de julho de 2022

AVENIDA DA BOAVISTA, PORTO, PORTUGAL

SAUDAÇÕES
 
Começo por saudar as vozes desta girafa e o senhor José A. Rodrigues em particular. Que me descobriu na secção dos leitores do Público e convidou para fazer parte desta família alargada de leitores escritores. Não sou um escritor compulsivo e por isso é bem possível que, na minha próxima "postagem", a maioria de vós já se tenha esquecido de mim. Veremos. E assim sendo apresento-vos a minha primeira peça. Sejam indulgentes por favor: 


AVENIDA DA BOAVISTA, PORTO, PORTUGAL

Sob este título alguém se inquietava, há muitos anos já e salvo erro nas páginas do JN, com a colonização do Português por anglicismos, aplicados a propósito de nada. Isto porque, reparou o autor, a Avenida da Boavista já não tinha praticamente nenhum estabelecimento comercial com nome em Português. E a opção era, está bem de ver, o inglês. Anos volvidos, essa colonização continua o seu caminho asfixiante, como uma trepadeira indesejada.
Há áreas profissionais em que a aplicação de anglicismos se justifica pontualmente. Mas os exotismos, quando introduzidos de forma pouco reflectida, tendem a colonizar e eliminar os seus equivalentes nativos.
O Português e a cultura portuguesa que o suporta parecem estar a perder “densidade”, com larga culpa das suas elites intelectuais, políticas e empresariais. 
Porque uma economia robusta não exporta só bens e serviços, defende e projecta a língua que os identifica.
E a tomada acertada de decisões da classe política, sobretudo de longo prazo, teria ajudado (não sei se ainda vão a tempo) à preservação da língua. Recordo por exemplo, assisti a isso, que a Espanha optou por fazer a dobragem sistemática de filmes estrangeiros na sua TVE estatal enquanto a RTP se limitou a legendar. 
Para não falar da pantomina que é a CPLP e o Acordo Ortográfico.
Serve isto para introduzir as responsabilidades da intelectualidade portuguesa. Culpada, por exemplo, de este meu texto estar escrito em Português tornado “arcaico” pelo Acordo Ortográfico.
É que, depois das ervas daninhas anglófonas tomarem conta do nosso relvado, chegaram, à boleia do Acordo Ortográfico, as infestantes de folha larga do português do Brasil. Tão doce e musical na Bossa Nova mas tão destruidor da nossa língua quando aparece, insidiosamente, nas legendas dos filmes das TV’s por cabo. 
Finalmente fui a um tradutor da “net” certificar-me que a tradução para o inglês de Boavista era mesmo “good view”. Sintomaticamente, embora haja dezenas de línguas, por defeito aparece logo o inglês como idioma a traduzir. Pois é, num futuro próximo o título desta peça será “GOOD VIEW AVENUE, OPORTO, PORTUGAL”. E quem se opuser é um parolo!!







Deformados

 

Os delegados em Portugal da corja dirigente russa, habituados a ver cerceada a raiz ao pensamento e a liberdade de opinião no seu país, sabem muito bem que não pode ser assim nos países onde o povo é quem mais ordena; mesmo assim, não puderam deixar de lavrar o seu desagrado pela forma como o artista português Pedro Abrunhosa se referiu àquela máfia, porque é isso que quem os comanda exige deles.

 

Correcta e oportuna a forma como o nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros lhes fez ver qual é o seu lugar, que outra coisa não se esperaria; claro que aqueles “diplomatas” gostariam mais de ver uma repreensão do nosso Governo ao grande artista, aconpanhada de um pedido de desculpas, só que Portugal não é um satélite da Rússia...

 

Amândio G. Martins

 

 

sábado, 23 de julho de 2022

Democracia sem competência


Sem entrar no “choradinho” cauteloso de quem quer dizer alguma coisa que não afina pelo diapasão das nossas televisões sobre a invasão da Ucrânia, não posso deixar de registar que, cada vez mais, surgem opiniões que questionam o unanimismo reinante. O “medo” de questionar as posições ocidentais, por parecerem humanitárias, vai-se perdendo e, sucessivamente, brota a “coragem” de se verbalizarem dúvidas que, fora (e dentro) do Ocidente, muito mundo partilha. 

Não podemos quedar-nos pela defesa da Democracia quando se começam a perceber alguns sinais muito inquietantes por parte dos actuais dirigentes ucranianos. Não podemos ignorar tanto sofrimento humano, anterior à agressão russa, por parte de povos que em nada contribuiram para serem espezinhados por potências distantes. Não podemos descobrir, justamente agora, que a fome no Mundo se deve às recentes decisões da Rússia, porque ela já existia muito antes.

A questão terá mais a ver com a circunstância de a civilização ocidental se reservar direitos que não confere aos habitantes de outras paragens. Alardear a superioridade dos valores da Democracia, por muito meritório que seja, não basta. Exige-se, também, um mínimo de competência que, neste caso, e pelas mais diversas razões, os desorientados dirigentes europeus não demonstram.   


Público - 24.07.2022


quinta-feira, 21 de julho de 2022

→→CORAÇÃO VALENTE: DOM. PEDRO (I—IV) — HERÓI DE DUAS NAÇÕES←←

 

ORIVALDO JORGE DE ARAÚJO

GOIÂNIA-GOIÁS-BRASIL

17/10/22


NA CIDADE DO PORTO EM PORTUGAL, NA IRMANDADE DA LAPA, FICA GUARDADO O SEU CORAÇÃO. SERÁ EMPRESTADO AO BRASIL PARA COMEMORAÇÃO DOS 200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA, EM SETEMBRO PRÓXIMO (07/09/22)


Ignorantes e falsários

 

FANFARRÃO

 

Por seres proprietário de muito

Gozas com os que pensas serem pobres

Que são mais ricos que tu em valores

Que só dás valor ao poder fortuito.

 

Já te conhecem por seres astuto

Em tantas falsidades que encobres

Fazem-te os elogios impostores

Porque sabem que és pouco arguto.

 

Enriqueceste a enganar a gente

Do modo mais alarve e indecente

Ludibriando pessoas fraquinhas;

 

Mas essa tua astúcia de raposa

Que mostras de forma indecorosa

Deve-se à estupidez das galinhas.

 

Amândio G. Martins

 

terça-feira, 19 de julho de 2022

 

TEMPOS DIFÍCEIS


Em contraponto com o que nos impingem incessantemente sobre a origem e objetivos da guerra na Ucrânia, li uma notável entrevista de Carlos Matos Gomes ao jornal A Voz do Operário que circula na Internet, cuja leitura na íntegra, sugiro vivamente.

“Este conflito apenas não foi evitado porque foi deliberadamente provocado(…) resulta da análise que os Estados Unidos fazem dos seus interesses estratégicos para manterem a supremacia do poder mundial, o que implica eliminar potências concorrentes, no caso a Rússia e a China.

A Ucrânia é apenas o palco mais adequado ao conflito que opõe os EUA à Rússia e à China, uma barriga de aluguer. Aliás, o objetivo declarado dos EUA é o enfraquecimento da Rússia e a conclusão da cimeira da NATO de Madrid foi que a China é uma ameaça aos valores do “Ocidente”, aqui representados pela NATO, a aliança militar dos países de capitalismo avançado.”

À pergunta se é possível parar o conflito: “...Do lado americano- e os americanos não costumam atender aos interesses dos seus aliados e vassalos, no caso a UE, ou o governo de Zelensky(veja-se o abandono dos aliados afegãos)- a administração Biden está interessada neste confronto em tempo de eleições. Também necessita de um bode expiatório para justificar as quedas das bolsas de valores (Wall Street) e o aumento do custo de vida.(…)

Quer Stoltenberg, quer o seu patrão Biden são populistas e conhecem o cenário em que os cidadãos dos Estados Unidos e da Europa vão viver e utilizaram os mais poderosos e insidiosos instrumentos de manipulação da opinião pública- veja-se o guião de todas as grandes estações de televisão, dos jornais, das redes- para apresentarem o poder russo como responsável do mal que aí vem. A técnica é conhecida e recorrente... “

Sobre a entrada da Suécia e da Finlândia na NATO : “A entrada da Suécia e da Finlândia na NATO tem, para mim, um significado: Os intervenientes neste negócio são atores para quem a moral, a ética, os ditos valores correspondem aos interesses de momento. (…) A questão curda é exemplar da ausência de valores de todos estes atores que se autodefinem como padrões de democracia, os curdos são párias, moeda de troca, como o são e foram os afegãos, os vietnamitas, os talibans, como serão os ucranianos…”

Sobre o mundo pós-guerra: “… um mundo de conflitos regionais, menos preocupado com questões ambientais e com direitos humanos. Uma Europa ainda menos importante e mais dependente de uma única fonte de poder, os Estados Unidos. Um mundo ainda mais desigual, com maior concentração de riqueza. Um mundo sem utopias, nem esperança, por isso mais agressivo.

Era urgente uma utopia, uma luz que desse ânimo...”

Resumidamente, eis a posição sobre a matéria, deste pensador, deste capitão de Abril.

E, fruto da desertificação, das altas temperaturas e da incúria, incluindo a de sucessivos governos PS e PSD, aí temos os recorrentes e devastadores incêndios.

Vivemos mesmo tempos difíceis!

Mas, caro Matos Gomes, apesar de tudo, a utopia não morreu!

Francisco Ramalho

 Publicado hoje no jornal "O Setubalense"









Por todo lado a mesma desumanidade

 

Dois trabalhadores da limpeza da cidade de Madrid morreram insolados a trabalhar a um sol de mais de quarenta graus, coitadas das famílias que deles dependiam, que não têm garantias nenhumas de que as promessas do presidente da autarquia, de lhes dar todo o apoio, irão além das condolências; não eram empregados do município, tentou “safar-se o “alcalde” Martinez-Almeida, e não fazia ideia que as fardas de serviço que eram obrigados a usar fossem feitas de material impróprio para a época quente.

 

Claro que foi logo desmentido com o passar de uma entevista que em tempos deu a uma rádio em antena aberta, onde atendeu ao telefone um desses trabalhadores, que se queixava de a empresa com quem a Câmara contratou a limpeza da cidade não lhes fornecer fardas adequadas para o verão, que naquela parte de Espanha costuma ser um sufoco.

 

Entretanto, o filho de um desses trabalhadores sinistrados contou que o pai tinha um contrato a prazo, prestes a poder passar a permanente, e tinha contado em casa que tinha de dar tudo por tudo para ser bem avaliado e passar a uma mais segura situação laboral, o que terá levado o homem a não dar parte de fraco, esforçando-se para lá do que o corpo podia aguentar, o que se lhe revelou fatal.

 

Amândio G. Martins

A batota do ranking das escolas

 

  De há alguns anos a esta parte implementou-se o ranking das escolas - comparar o ensino público com a escola privada.

Querer comparar performances de alunos filhos da elite e de ministros, que têm tudo e todas as condições objectivas e subjectivas, com os estudantes de origem operária, que nem a privacidade de um quarto, só para si têm para estudar, e cujos pais não têm estofo académico para os acompanhar é batotice. É querer colocar no mesmo patamar o comparável com o incomparável! 
Quem beneficia com este ranking viciado à partida?
As escolas privadas! Que têm larga publicidade - de borla!

                             Vítor Colaço Santos 
 

domingo, 17 de julho de 2022

→→ALDEIA DE RIO DE MOINHOS←←

 ORIVALDO JORGE DE ARAÚJO

GOIÂNIA- GOIÁS- BRASIL

17/07/22

VÍDEO


PENETRANDO NAS TERRAS DO SADO

FUNDO MUSICAL

"LEVO SAUDADE DA ALDEIA"

COM: NECALLOPES E LILIANA

sexta-feira, 15 de julho de 2022

INCÊNDIOS E TOURADAS 


O programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras, que deu à luz como consequência da tragédia dos incêndios de 2017, ainda foi implementado em 1/3 das aldeias.
Nascido no âmbito do mesmo programa, surgiu aquele episódio caricato, típico do amiguismo com que os nossos políticos tratam de assuntos de Estado, que ficou conhecido pelo caso das "golas anti-fumo".
Sabe-se agora que os responsáveis ficaram condenados a pagar ao Estado Português a quantia de trezentos e tal mil euros de indemnização.
Claro que ninguém vai pagar pôrra nenhuma. Aceitam-se apostas.
O Governo comprou 2 Canadair - os aviões especializados em combates aos incêndios - para nos serem entregues em... em...em... 2024...

Mas, nem tudo é mau. Vítor Costa, presidente da Câmara (PS), de Vila do Conde, seguiu o exemplo do seu congénere da Póvoa de Varzim, Aires Pereira (PSD), proibindo touradas no seu concelho.


José Valdigem


Mudem de táctica

 

Com o omnipresente aquecimento global, e as suas consequências no zona geográfica onde nos situamos, a desgraça dos incêndios já nem tem época, podendo acontecer em qualquer fase do ano, como se tem visto; mas sabendo todos que só a preparação para o combate a esta calamidade já consome imensos recursos, e de ano para ano parece arder cada vez mais, questiono se não se deveria tratar doutra forma o candente problema.

 

Na situação actual, os privados que ainda o podem fazer, consomem nas limpezas as magras economias, mas quando dão com tudo limpo, normalmente na época mais húmida, a vegetação cresce logo rapidamente, de tal forma que, quando vira para seco, aquilo transforma-se de novo num desesperante pasto para as chamas, tornando inútil todo o esforço feito; por seu lado, o Estado gasta imenso em meios e gente, que nunca são suficientes para acudir às centenas de fogos diários.

 

Num quadro destes, o que me parece mais racional, e seguramente menos dispendioso, seria o Estado assumir permanentemente a defesa da floresta nacional, seja ela pública ou privada, fazendo tudo o que sejam boas práticas para que não arda mais, ou arda o menos possível; é que assim como está, já ficou mais que provado que não se resolve nada...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Assim qualquer um...

 

ÁGUAS TURVAS

 

De repente “arrotas” muito dinheiro

Uns dizem que tens o “toque de Midas”

Outros já conhecem as investidas

Onde te revelaste um trapaceiro.

 

Não esclareces nada por inteiro

Queixas-te das invejas e intrigas

Se o repórter não vai em cantigas

Porque a falcatrua larga cheiro.

 

Crente que o dinheiro tudo compra

Organizas festas com grande pompa

Posando com garbo para as revistas;

 

Reclamas “consciência tranquila”

Mas os repórteres que fazem fila

Ouvem-no a todos os “trapezistas”...

 

Amândio G. Martins

 

 

terça-feira, 12 de julho de 2022

 

A ARRAIA MIÚDA, OS TUBARÕES E A POLUIÇÃO


Terminada a Conferência dos Oceanos. Onde, evidentemente, se falou muito, e bem, sobre o mal que lhes estamos a fazer e quão importantes eles são para o planeta. Mas, no terreno, como se usa dizer-se, tudo como dantes, quartel- general em Abrantes.

Apesar do calor já ter assentado arraiais em força, mas como o tempo tem andado incerto, o que agora é mais que certo, tenho ido pouco à praia. Mas já lá fui algumas vezes. As últimas das quais, agora durante esta onda de calor. E em termos de comportamento cívico da arraia miúda, parte dela, claro, em relação à ultima época balnear, não verifico melhoras nenhumas. Antes pelo contrário. Por exemplo em relação às máscaras, embora agora só sendo obrigatórias em determinados locais, na praia não são, mesmo assim, ainda se veem tantas espalhadas pela areia! Quanto aos plásticos em geral, garrafas, copos e invólucros diversos, infelizmente, neste caso, até piorou.

Refiro-me às praias que frequento na Costa da Caparica que, com certeza, não serão exceção. Apesar da limpeza noturna efetuada pela autarquia, se não seriam estrumeiras, muito desse lixo por ação do vento ou da subida da maré, vai para o oceano.

Com isto, não estou a desvalorizar este ou outros importantes eventos, onde se reúne a fina flor dos especialistas na matéria, se divulgam informações preciosas sobre o estado dos oceanos, e se produzem declarações e conclusões. O problema, é não se chegar às massas. Informá-las, sensibilizá-las, e, em ultima instância, penalizá-las por tão nocivos comportamentos. E isso, apesar dos meios mediáticos serem mais que suficientes, não tem sido feito. Prefere-se, e aqui já estamos a falar de tubarões, pão (pouco) e circo. Entreter-se a malta com futebol, telenovelas, concursos simplórios,etc.

Por ignorância e insensibilidade, este, é apenas um exemplo do comportamento incorreto da “arraia miúda”. Depois temos o comportamento dos “tubarões”. E esse, é também por insensibilidade, não por ignorância, mas sim por interesse. Pelo lucro.

Os exemplos são mais que muitos. Apenas alguns deles: a devastação de florestas para monoculturas, terras que antigamente produziam cereais e outras culturas tradicionais e agora passaram a culturas intensivas que consomem imensa água e que as esgotam e contaminam com o uso excessivo de pesticidas e fertilizantes para produzirem ao máximo. Como no Alentejo com os olivais e amendoais. A desertificação de tantas regiões como o nosso interior onde cresce o mato, pasto para incêndios, e onde quase se cultiva apenas o eucalipto, ou esse flagelo que é a guerra, para onde se desviam recursos que deveriam estar ao serviço do homem e da Natureza, e não da morte e da destruição. Veja-se o que se passa com esta na Ucrânia que pura e simplesmente devia ter sido evitada, principalmente pelos que a mantêm, apesar das consequências tão negativos mesmo para o ambiente.

E assim, irresponsavelmente, apesar do diagnóstico estar mais que feito, caminhamos para o abismo.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O Setubalense"






Incendiários diversos

 

Sou dos que não suportam ver os incêndios usados como arma de arremeço político, assim como a sua cobertura sistemática pelas televisões, para além da informação onde acontecem e em que situação se encontra o seu combate, mas não há volta a dar, porque os nossos canais de TV já contam com eles para preencher aquele espaço de programação; quanto ao aproveitamento político, o novo líder do PSD acaba de ter o desplante de tentar fazer render ainda a velha tragédia de Pedrógão, como já tinha feito a Cristas despudoradamente, com o resultado que se conhece, já que tinha acabado de saír dum governo onde teve a pasta das florestas, cujo desempenho ficou marcado por potenciar ainda mais incêndios.

 

Outra coisa que me parece mesmo escandalosa é a desatenção com que são deixados livres os incendiários; ainda agora informaram que a PJ acaba de apanhar o responsável pelo maior incêndio deste ano até agora, um cadastrado por antecedentes no mesmo crime, e muitos outros têm sido apanhados a reincidir ao longo do tempo porque as penas que lhes são aplicadas são graduadas para crimes menores, como se não passassem de pilha-galinhas; ora, sendo conhecidos e conhecendo-se-lhes a tendência, o mínimo que deveriam fazer com eles, nesta época, era engavetá-los preventivamente...

 

Amândio G. Martins

domingo, 10 de julho de 2022

Para melhor ninguém vai


Sou ocidental e sou europeu. Tanto como Boris Johnson, Jens Stoltenberg, Ursula von der Leyen ou Amineh Kakabavehou, a deputada de origem curda que viabiliza o governo sueco. E vou terminar este texto sobre a NATO, como Bárbara Reis, sem um estafado “Abaixo Putin”.

Em tempo de foguetório por tanta “coesão” entre os membros, vale a pena regressar às origens. Em 1949, onze democracias (nove das quais europeias) mais Portugal fundaram a NATO com uma claríssima Missão: defenderem-se de algum desvario expansionista da União Soviética. Quatro anos depois, Stalin morreu, e a NATO manteve a posição, tanto mais que o sucessor, Khrushchev, exímio em “sapateado” nas escrivaninhas da ONU, também não merecia grande “confiança”. 

Mais tarde, Gorbachev, dócil e sem manias de superioridade moral, reconheceu vantagens ao Ocidente, facilitando uma espécie de “normalização capitalista” do mundo industrializado. Não o terá feito a troco de nada, parecendo certo que o próprio presidente Bush (pai) lhe teria garantido defesa, comprometendo a NATO a não incluir, no futuro, qualquer país da então “área de influência” soviética. 

Ao momento, a “contabilidade”, em permanente crescendo, regista 30 países no activo da NATO, mas os “medos” permanecem, mesmo que o leitmotiv original se tenha esboroado. Os mandões político-militares em exercício, de faca nos dentes e com Atlântico no nome, já pensam no Pacífico. Galhardamente, não temem um vaipe do alegadamente psicopata Putin, senhor de um arsenal nuclear.


Não há mal que sempre dure

 

“ESTÁ DE ANANASES”

 

O calor a rondar quarenta graus

Nem as moscas querem nada comigo

Ponho a rede num fresco abrigo

Para o que disponho dois robustos paus.

 

Dizem que se aproximam tempos maus

Todo o mundo debaixo de perigo

Mas quem nunca teve ambiente amigo

Pensa não poder descer mais degraus.

 

Por muito mau que nos pareça estar

Não é tanto que não possa piorar

Que para a desgraça não há limite;

 

Àquele que sempre esteve no fundo

Nada diz o que se passa no mundo

Não corre o risco de descer a pique...

 

Amândio G. Martins

 

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Sempre a mesma aldrabice

 

A “declaração de pricípios” do novo líder do PSD, no que se refere à ultra-direita, sobressaiu no farto palavreado com que arengou às tropas, mas pouca gente acordada terá dúvidas que não hesitará muito se, para formar um governo, vier a precisar desses votos, deixando de lado tudo quanto afirmou, a menos que o satélite habitual do partido ressuscite das profundas e lhe garanta os votos que precise.

 

Daquela xaropada geral vi destacado, no JN, esta coisa para mentecaptos, referindo-se ao PS: “Como é que um partido com este pecúlio – pântano, bancarrota e empobrecimento – continua a ganhar eleições”? Mas teve o cuidado de acrescentar que não são os eleitores que estão errados, porque sabe que a maioria das pessoas não esquece que as fadas dos seus contos não passam de bruxas.

 

É que esta figura não só defendeu na linha da frente todas as malfeitorias que o mais recente governo do seu partido praticou contra os mais fracos do país, reconhecendo-o até numa entrevista à Antena 1 – “as pessoas estão mal, mas o país está melhor” - como pedia mais quatro anos para poderem “acabar a obra”, que certamente seria a de continuar a massacrar, não para devolver com juros tudo quanto tinham extorquido...

 

Amândio G. Martins

 

 

quarta-feira, 6 de julho de 2022

BASTA DE HIPOCRISIA!...


 

Predadores

 

WEBCAM

 

O malandrim mandou que te despisses

Não hesitaste em fazer-lhe a vontade

Exposta a nudez à comunidade

Cobram-te caro por te exibires.

 

Não querias mostrar “esquisitices”

Abusaste da tua liberdade

Sem noção da responsabilidade

Que deve acompanhar o que decides.

 

Nessa tão lamentável  situação

Sem pensares que podia ser ladrão

Franqueaste-lhe toda a tua nudez;

 

Pode parecer ingenuidade

Mas expor assim a intimidade

Foi um acto de pura estupidez.

 

Amândio G. Martins

terça-feira, 5 de julho de 2022

É DIFÍCIL ESQUECER O MASSACRE SOCIAL (2011-2015)

 



De 2011 a 2015 o PSD protagonizou um autêntico massacre social (austeridade, congelamento de salários e pensões, aumento de horários de trabalho, privatizações, etc.), numa das fases mais violentas da política de direita que em conjunto com o PS, e assessorados sempre que necessário pelo CDS, têm desenvolvido nos últimos 46 anos da democracia portuguesa conquistada com o 25 de Abril de 1974.

Dificilmente se esquece que Luís Montenegro, como líder parlamentar do PSD participou activamente nesse massacre social do governo chefiado por Passos Coelho e com Cavaco Silva a Presidente da República. De resto, para a nova equipa dirigente do PSD, Luís Montenegro recuperou cavaquistas e muitos dos que como ele acompanharam Passos Coelho.

Na nova presidência do PSD poderá ser menos difícil recuperar votos à direita, do que ao chamado centro, dos que pensavam que existia um cheirinho social-democrata. Talvez prevaleça a experiência de nadador-salvador para tentar evitar o afogamento político.

De compreensão lenta

 

A dita verdadeira Esquerda parece não aprender nada com os desaires que vem sofrendo, continuando com aquele discurso que pretende fazer crer ser o mais indicado para levar a bom porto os seus desígnios, e o que mais me surpreende é não perceberem que a gente se cansa daquela lengalenga; de facto, quando ouço a Catarina, por exemplo, arengar naquele seu tom lamuriento acerca do que vai mal, e há muita coisa que vai mesmo mal, fico com a sensação de que sempre lhe ouvimos aquilo e poderemos continuar a ouvi-la pelos séculos dos séculos, porque ela nunca vai entender o suficiente para se adaptar à realidade do povo que somos.

 

Em espanha também é o mesmo, com o Podemos, que tem ministros no Governo, a manter um discurso público a fazer crer que tudo que está a ser bem feito se deve a eles, o que é mau só acontece porque quem manda mais é o PSOE, que não é capaz de se libertar da NATO e da UE; é que para estes génios os compromissos do país que lhes não agradam deviam ser pura e simplesmente rasgados, e passariam a viver no melhor dos mundos.

 

Nas várias eleiçoes que entretanto tem havido, o outro partido da Direita, que nasceu para desafiar a Direita tradicional e dar a Espanha um rumo novo, de sua graça “Ciudadanos”, tem ficado reduzido a nada, ao partido de que Pablo Iglésias foi fundador, “Unidas Podemos”, de cuja direcção se retirou há cerca de um ano, vem acontecendo a mesma coisa, e a moça que ocupou o seu lugar na direcção, Ione Belarra, também ministra no Governo, sempre que abre a boca deixa a Direita em delírio, tantos são os disparates que debita.

 

“Es Podemos en solitario quien levanta las banderas propias de un Gobierno progresista” – disse a senhora um dia destes, minimizando quem realmente enfrenta as principais responsabilidades da governação de um grande país. Sempre atento a tudo, o “velho” Aznar não perde nenhuma oportunidade para tentar ridicularizar o Governo de Sánchez, sabendo que aquilo não se aguentará sem o apoio de Podemos; a última daquele Zé Maria foi que “La Izquierda en España se va a derrumbar por falta de contenido y por exceso de disparates”...

 

Amândio G. Martins

 

 

segunda-feira, 4 de julho de 2022

 

QUE RICO EXEMPLO !


Mais um massacre de civis inocentes, no país que se propõe dominar e mandar no mundo. São centenas por ano com milhares de mortos e feridos. Que rico exemplo!

Infelizmente, é a este país que a Europa, nomeadamente a União Europeia e não só, se submete.

É a paz que interessa ao mundo e não massacres destes e as guerras que os EUA fomentam com o objetivo de domínio universal, justificadas pela sua gigantesca e dos seus aliados/subordinados, máquina mediática.

Francisco Ramalho


domingo, 3 de julho de 2022

"Estar vivo é o contrário de estar morto" (a)

 

TERAPIA

 

Esta abusada mania de escrever

Ao menos tapa as entradas ao tédio

Nenhuma outra forma de assédio

Sequer pretenda tentar-me entorpecer

 

Mas nada estranho tem de parecer

Que não esqueça o meu velho critério

De não levar isto muito a sério

Basta que me sirva para entreter.

 

Nada importante pode então ficar

Da escrita feita para relaxar

Por sequer haver uma tal pretensão;

 

Mas pensando que alguém a possa ler

Uma coisa não poderei esquecer

Não “esticar a corda” é obrigação...

 

Amândio G. Martins

Nota - Título roubado à grande filósofa portuguesa Lili Caneças

 

sábado, 2 de julho de 2022

BACALHAU

 

Orivaldo Jorge de Araújo

Goiânia-Goiás- Brasil

02/07/2022




COM CERTEZA, UMA DELÍCIA PORTUGUESA.

ALIMENTO MUITO APRECIADO EM TODO O MUNDO, EM QUALQUER DE SUAS INÚMERAS FORMAS DE PREPARO.


O jogo de sombras da obstetrícia


No ano de 2019 nasceram 87000 crianças o que dá 238 por dia e não é expectável que este ano haja mais.
Hoje temos 1871 obstetras, o que, feito as contas, dá oito médicos por criança entre público e privado..
Agora dizem as notícias mais coisa menos coisa. 50% dos médicos passaram para o privado.
São, pois, 935 médicos para cada lado. A média diária são 167 crianças o que dá mais de cinco  por criança 
Dizem alguns que também há as consultas de acompanhamento e tal mas se houver organização ainda sobra médicos. O que falta é organização.
Chamem um general, porque temos fartura.
Agora vamos aos privados: 935 médicos e 72 nascimentos por dia em média; temos pois 13 médicos no privado para cada nascimento.
Isto são os números que poderão ter alguma variação sem significado.
Agora vai a minha opinião: Os médicos migraram do público para o privado baseados em cantos de sereia e agora andam à rasca pois os hospitais privados de uma maneira geral não empregam médicos dão-lhes biscates
Então o que é preciso, é criar o caos para que o governo, seja obrigado a contratar o serviço aos privados.
Se repararmos bem só vemos alarido onde há muitas clínicas privadas.
Quintino Silva

sexta-feira, 1 de julho de 2022

 

ZANGAM-SE AS COMADRES…


O diferendo entre o ministro e o primeiro, teve duas vantagens; voltou a falar-se na solução viável e duradoura; Alcochete. E no apeadeiro aéreo temporário; Montijo.

Esperemos que Costa, definitivamente, esqueça o apeadeiro temporário que, para além disso mesmo, tem, como se sabe, imensos custos ecológicos. Ou será que os interesses da ANA/VINCI, continuam a impor-se?

A outra vantagem, é que os eleitores, sobretudo os que dão maiorias absolutas a um ou a outro dos alternantes, vejam a consistência desses governos, e as “vantagens” para o povo e para o país.

Francisco Ramalho

Construa-se, porra!

 

A história do novo aeroporto já pertence ao anedotário nacional mais rasca, porque sequer serve para rir, só para "ca..r", e a fuga para a frente protagonizada agora pelo ministro, à luz desta saga, faz para mim todo o sentido, porque chegar-se a consenso, seja para o que for, é tarefa inglória neste “castiço” país. É bonita a ideia de Costa em querer o máximo consenso nacional para as obras estruturais, mas se espera conseguir  acordo com o principal partido da Oposição, pode esperar sentado, mais ainda com o ridículo demagogo que agora assume a liderança, de quem são conhecidas afirmações canalhas do tipo “ com o PS estarei sempre contra, mesmo que a proposta seja boa”.

 

Ocorre-me aquele “grito” que alguém deixou num paredão do Alqueva há muitos anos, cujo eco ainda calaram por outros tantos: “Construam-me, porra!” De facto, a ideia deste malfadado aeroporto já vem do tempo da ditadura, demasiado “futurista” naquele tempo, mas realce-se que já havia quem percebesse a sua necessidade, mas as “luminárias” que a democracia nos tem proporcionado nada mais têm adiantado, para além de já terem consumido rios de dinheiro em “estudos”...

 

Amândio G. Martins

 

 

Sol na eira e chuva no nabal


Uma boa parte dos líderes mundiais não anda boa da cabeça. Se Putin fez o que fez, espalhando metralha a jorros para exercer um “direito” a dominar um quintal/área de influência, os adversários tradicionais fizeram gala em se travestirem de inimigos, e os EUA, com imensa facilidade, convenceram os aliados da UE e do G7 a cerrarem fileiras contra a Rússia. 

É certo que não é a maioria da população mundial, mas vêem-se como os únicos e legítimos detentores da “marca registada” democracia, reservando-se o direito a exportá-la para outras paragens, nem que seja contra a vontade dos protegidos. Enquanto contemplam o alargamento da NATO, sempre a pedido dos novos membros - a quem seria falta de respeito dizer não, mesmo que por razões prudenciais -, deleitam-se num interessante jogo de imaginação a criar inventivas sanções a Putin. Às vezes, dizem que deixam de comprar coisas à Rússia, mas só no futuro. Outras vezes, dizem que vão tabelar os preços, acima dos quais não pagarão. O presidente do Conselho Europeu é que sabe, como quando diz que “(...) o objectivo é atingir a Rússia e não tornar a nossa vida mais difícil e mais complexa”. É o chamado delírio criativo.


Público - 03.07.2022