quinta-feira, 28 de julho de 2022

Neoliberais encapotados


Desde que se “virou a página da austeridade”, após o afastamento de Pedro Passos Coelho (P.P.C.), todos vamos constatando que as políticas neoliberais que criticávamos se mantêm inalteradas, para não dizer pior. Em tempos de fartura financeira, proporcionada pela famosa “bazuca”, e de flexibilidade nas regras orçamentais ditadas por Bruxelas, vemos que pouco aproveitamos as possibilidades para reformar o País naquilo que é mais importante. Há, é certo, incremento na formação bruta de capital fixo, mas nada se vê de investimento no capital mais importante da organização social que qualquer “patusco”, frente a um microfone, definirá, sem rebuços, como sendo as “pessoas”. 

Longe vá o agoiro de um hipotético regresso de P.P.C. Já nos bastam os esconsos neoliberais que por aí andam. Façam-me ver, por favor, investimento na valorização das carreiras profissionais, seja nos médicos e enfermeiros, nos polícias ou nos professores. A ilusão do outsourcing, ao alienar das contas públicas alguns encargos sócio-laborais, é puro engano, porque, a par da destruição dos serviços públicos, continuamos a pagar fortunas para alguém suprir esses encargos, acrescentando-lhe, obviamente, a respectiva margem de lucro.

Nem me quero perguntar como andariam as coisas sem “bazuca” e com défices espartanos. Devia ser bonito…


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