sexta-feira, 30 de setembro de 2022

LUTAR É NECESSÁRIO

 


Ninguém pode esconder que existe um sério agravamento da situação social e económica em Portugal. É a perda de poder de compra das famílias, com os preços a não parar de aumentar, ao contrário de salários e pensões que não aumentam. É a grande subida das taxas de juro, da inflação, dos custos da energia, combustíveis e matérias-primas afectando famílias, o consumo e pequenas empresas.

A que podemos acrescentar recentes destaques da imprensa: «salário mínimo vai perder poder de compra pela primeira vez desde 2013»; «filas de fome que num lugar ou outro vão aparecendo»; «esperança de vida à nascença diminuiu em todas as regiões do País»; «rendas de casa aumentaram mais de 40% em apenas cinco anos».

A origem no essencial são as consequências e aproveitamento da guerra e sanções, com a especulação dos grupos económicos e os seus lucros extraordinários, a que fecham os olhos a política de direita do PS e o seu seguidismo em relação às imposições da União Europeia, acompanhado e apoiado pela direita e extrema-direita (PSD, IL, Chega), por mais que disfarcem com casos do marido da ministra ou da esposa do ministro.

Procurar alternativas e soluções para os problemas dos trabalhadores, reformados e população mais carenciada implica lutar para tal, apesar da poderosa campanha e ofensiva ideológica do capitalismo na comunicação social dominante e redes sociais, que permanentemente tentam vender gato por lebre e farsantes por pessoas sérias.

A manifestação do próximo dia 15 de Outubro promovida pela CGTP-Intersindical Nacional, em Lisboa e no Porto, é uma acção de luta necessária.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

A intromissão do Parlamento Europeu sobre salários

A falta de soberania em Portugal atinge um patamar inaceitável face à União Europeia(UE). O Parlamento Europeu (PE), aprovou por maioria, uma directiva sobre salários mínimos nos países que fazem parte da UE. Tínhamos a convicção que a valorização salarial, por cá, não estava sujeita àquela intromissão... o PE promove a estagnação da progressão do salário mínimo e dos salários em geral. Esta imposição com os votos, do PSD, CDS e PS, que visa a continuidade dos baixos salários e condenar os trabalhadores a uma perpetuação da pobreza, faz sentido... mas, o inexplicável acontece com a junção àqueles do BE(!). (A fazer fé no que diz a imprensa). Assim, perguntamos ao deputado no PE, José Gusmão(BE): as juras de amor que faz aos trabalhadores são uma falácia? A directiva determina que os sindicatos e associações patronais sejam envolvidos, em «pé de igualdade», em tudo o que diga respeito ao salário mínimo. Ora, quando as leis do trabalho favorecem largamente o patronato, o poder dos sindicatos fica, à partida, condicionado, desfavorecido e em desigualdade de circunstâncias. Dado o actual aumento galopante do custo de vida, as referidas dimanações sobre a desvalorização dos salários revestem-se duma iniquidade perniciosa, ou melhor dizendo - inqualificável! Vítor Colaço Santos

 CONVERSA PRA BOI DORMIR


O nosso primeiro-ministro anunciou, com pompa e circunstância que, "para lá de 2030 teremos TGV a ligar Porto e Lisboa.
Um espanto!
Qual é o significado de "para lá de 2030"? É 2035? É 2040? 2050?
Haverá lugar para combóios nesses tempos?
A ameaça de Costa contempla apenas as duas maiores cidades.
Os vizinhos aqui do lado já levam o TGV a Badajoz e outras cidades de menor importância. 
A decepção é total! Talvez nessa altura já esteja decidida a construção do novo aeroporto de Lisboa, para amenizar o meu descontentamento...



José Valdigem

A desmistificação do exército russo



É o que já estamos a dever à Ucrânia, pois está a desfazer o mito de que o exército russo é todo poderoso.
Afinal de contas está-se a verificar que mesmo com «ferramentas» inferiores os Ucraninos estão a bater o pé ao todo poderoso.
Isto leva-me (na qualidade de europeu) ao seguinte raciocínio: o que precisamos é de um exército europeu Ucrânia incluída, porque a Nato depende dos interesses Americanos e dos humores do presidente em exercício.

Quintino Silva

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Velhos reformados e pensionistas estão a ficar para trás... (com apostila)

Os nossos velhos reformados e pensionistas não se esquecem de terem sido rotulados como: a peste grisalha, por ditos social-democratas e pasme-se!, acolitados por democratas-cristãos, tendo estes cometido pecado... hoje, a situação difere no modo dialogante de promessas do governo. Os aumentos das reformas são objectivamente diminutas face ao aumento sem freio dos preços e serviços essenciais. As pensões minguam, os lucros aumentam e a taxação bilionários dos lucros 'caídos do céu' - não se fazem... porquê? O primeiro-ministro afirmou em Junho do p.p. que a Lei 53-B/2006 seria escrupulosamente cumprida, mas no próximo ano, negará o compromisso assumido(!). Palavra dada é palavra honrada, como ele disse - é uma falácia! Não cumprirá com os critérios fixados na lei que apontavam para aumentos entre os 7,1% e os 8%, cortando-os para 4,43 e 3,53%. Exemplo: uma pensão de pouco mais de 500 euros, o aumento seria de 40 e poucos euros e passará a não atingir 25 euros(!). Inqualificável! A meia pensão a atribuir em Outubro (só acreditamos quando concretizada) é um presente 'envenenado'! Urge concretizar um cabaz de produtos e serviços essenciais com preços tabelados, reduzir o IVA do gás e electricidade de 23 para 6% e diminuir o preço da bilha de gás. Que espera o governo para tomar medidas? Quer engrossar, ainda mais, os 2 milhões de pobres? Para situações urgentes, hajam resoluções prementes. Os pobres não podem continuar a sobreviver do assistencialismo caritativo, de cabeça baixa e de mão estendida! Vítor Colaço Santos Apostila: Peço desculpa pelo rascunho anterior... mas foi um erro dum aprendiz destas andanças, como eu... Também não consegui aumentar nem salientar o artigo de opinião...

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Desorientados

 

BALADEIROS

 

Eles cantavam para reivindicar

Uma abertura para a liberdade

Eram saudados por toda a cidade

Onde a liberdade tardava a chegar.

 

E se nunca se cansavam de cantar

Por uma mais digna sociedade

Aberta a porta para a dignidade

Não faltou quem os tentasse desviar.

 

Depois da liberdade conquistada

Divergem na forma de desfrutá-la

Confundidos para compreendê-la;

 

Como certos pássaros de gaiola

Afeitos à prisão que os isola

Custa-lhes sobreviver fora dela...

 

Amândio G. Martins

domingo, 25 de setembro de 2022

Crianças torturadas e violadas

 

Com o título acima, no habitual espaço reservado à direcção, Pedro Ivo de Carvalho escreve no JN de ontem o que passo a transcrever:

 

“Aqueles que, nos últimos sete meses, e graças a um admirável contorcionismo intelectual, foram encontrando justificações para a invasão russa da Ucrânia, indiferentes às barbaridades perpetradas pela máquina de guerra de Putin, certamente que ficaram cobertos de vergonha (havendo neles essa réstia de humildade) perante os dados revelados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Nenhuma guerra é justa, e todas se alimentam do sangue do inimigo, mas a lista de horrores atribuída aos soldados russos (muitos dos quais jovens) é reveladora da ideia de extermínio e erradicação social e cultural que sempre esteve subjacente a um conflito lançado por um autocrata que se tornou ainda mais perigoso agora que está ferido na honra e encurralado na estratégia.

Crianças violadas, torturadas e assassinadas. E, nalguns casos, com os familiares obrigados a ser testemunhas dessas enormidades. Execussões sumárias, espancamentos, choques elétricos e nudez forçada durante detenções ilegais. O rol é extenso e revelador de crimes de guerra. As provas recolhidas demonstram que as balas russas não fazem distinção entre militares e civis. As investigações em curso sugerem que podem ter sido cometidos pelo menos 30 mil crimes de guerra”.

 

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Mas é claro, digo eu, que os tais “contorcionistas” que o Director-adjunto do JN refere não se deixam levar por montagens da CIA, a que a Comunicação Social Dominante está sempre aberta; mas tais atoardas nunca poderiam ter aceitação nesse manancial de águas cristalinas que é o Avante, que só dá credibilidade ao que manar da pátria do Sol da Terra, ainda que agora lhes não brilhe tanto. E mesmo que fosse verdade o que propalam, qual seria o problema, se o que os corajosos soldados russos estão a fazer é limpar a Ucrânia de nazis, e a maneira mais segura de o fazer é começar logo pelos mais pequeninos, que seriam o futuro do nazismo ali...

 

Amândio G. Martins

 

 

sábado, 24 de setembro de 2022

Nem tudo é simples


Em crónica recente, João Miguel Tavares escreveu: “sendo que optar pela neutralidade, neste caso, é o mesmo que optar pelo lado de Putin”. Fez mal, porque não é verdade. Então, ele “anexa” a Putin os que, repudiando-lhe vivamente os actos e as palavras, não se identificam com o posicionamento dos que o enfrentam com sanções boomerang e com uma “bíblica” multiplicação das armas, sem olhar a consequências? O heroísmo e a superioridade dos nossos valores passaram a pesar assim tanto, depois do paulatino desprezo a que se votaram as inúmeras ocorrências em que a Carta das Nações Unidas foi ostensivamente rasgada? Bem sei que, das outras vezes, não foram os russos que o fizeram, nem isto, naturalmente, desculpabiliza os actos criminosos de Putin. Também sei que, “nesta altura do campeonato”, nos focalizamos por inteiro na tenebrosa visão da violenta agressão de um país por outro, nada mais interessando. Quando andei no liceu, vários professores de História me incentivaram a nunca esquecer as razões mediatas para as guerras, sem as quais a análise dos factos ficaria imensamente prejudicada pelo imediatismo das coisas. Este, está claro, toda a gente o vê.


Expresso - 30.09.2022 (Nota: este texto foi, inicialmente, enviado para o PÚBLICO, que o rejeitou; assim, o Autor adaptou-o para eventual publicação no Expresso, o que acabou por acontecer).


sexta-feira, 23 de setembro de 2022

 

Resposta Indireta a Factos e Opiniões Com Provocações


Às vezes é preciso lembrar uma coisa tão óbvia: todos temos direito à nossa opinião e ao apoio ao que achamos que devemos apoiar. Não temos é o direito de provocar quem pense ou apoie o que discordamos. E “matraquear até à náusea”, repetir, o que diz a comunicação social dominante (expressão esta, também já anteriormente citada como provocação) ao serviço dos que pretendem a hegemonia global sem olhar a meios, e os seus vassalos.

Portanto, cada um que apoie quem quiser. Até os que usam nazis para atingir os seus fins, pondo mesmo em perigo a pele de todos nós. Porventura, de grande parte da humanidade. Mas que o faça sem provocar direta ou indiretamente, como é o caso, quem se limita a constatar factos e emitir a sua opinião.

Francisco Ramalho

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

A democracia ganhou ao fascismo!

 

   O Chega (Ch) é um partido fascista. Ponto! O Ch, no fundo gosta deste rótulo. Montaram, mais uma vez, uma encenação que sabiam à partida estar condenada ao fracasso: quiseram eleger pela 3ª vez um vice-presidente na Assembleia da República. Esta gente que é anti-democrática e anti-constitucional tem o despautério de querer um lugar de topo na hierarquia do Estado, mas o seu discurso e prática política é contra a Constituição da República Portuguesa (!). Foi chumbado. Ainda assim, obtiveram o significativo apoio da maioria dos deputados da bancada do partido falsamente social-democrata, que o seu (frouxo) líder parlamentar (ou para lamentar) lhes indicou. Estes voltaram a passar e pisar a linha vermelha, ao tentar branquear e querer normalizar um partido de extrema-direita, xenófobo, racista, elitista,... o seu líder, André Ventura, afirma ser contra as elites, mas recebeu das famílias elitistas - Mello e Champalimaud - uns bons milhares de euros de donativos...

Disse que o apoio do PSD ao seu candidato é já uma aproximação... que, relembre-se, já existe nos Açores, pela aliança do Ch que viabilizou o governo.

O chumbo não foi um boicote, mas uma ação para que o fascismo fosse derrotado.

Viva a democracia participativa!

Vítor Colaço Santos 

Para a Ucrânia todo o apoio possível

 

Tendo levado as Forças Armadas do país à vergonha, perante o seu povo e o mundo, o sàtrapa russo decidiu-se agora por mais um arroto; como os soldados por ele obrigados a invadir um país independente, impotentes para dobrar a resistência do país violado, apesar de todo o tipo de atrocidades, nunca vistas num verdadeiro exército - que este sabe como comportar-se com as populações civis, sabe que até nas guerras não vale tudo –  mesmo assim estão a ser corridos pelos valorosos soldados ucranianos, o valentão vai obrigar à desgraça todos quantos mais tiver de reserva, indiferente à destruição das suas vidas familiares.

 

Ao ouvir de novo os roncos daquela besta, os estrategas ocidentais mais experimentados devem ter ficado a pensar naquele tipo de cão que nos sai à rua, ladrando-nos aos calcanhares, mas se a gente se vira para trás e bate os pés no chão desata a ganir, mete o rabo entre as pernas e desaparece, que é o que fazem todos os cobardes fanfarrões.

 

O abalo provocado pelo que disse aquela alimária fez-se sentir imediatamente no seu próprio país, não com a disponibilidade voluntária e patriótica da imensa gente que afirmou ir mobilizar, mas com uma imensa revolta das populações de todo o país, cuja repressão, sempre a postos, arrastou logo para as masmorras grande número.

 

É que enquanto os ucranianos, ao verem a pátria em perigo, acorreram de todo o mundo para se alistarem, os russos têm fugido, e vão continuar a fugir sempre que puderem, porque percebem a sem-razão da barbaridade a que são chamados, o que já levou a maioria putinesca do arremedo de Parlamento que apoia a execrável figura, a fazer uma nova lei para punir ainda com mais severidade quem não mostrar empenho na luta ou tente fugir dela.

 

E que não haja no Ocidente ilusões: não se vislumbra outra saída que não seja disponibilizar para a Ucrânia todo o poio, até ao limite do possível; de facto, já todos vimos que só assim se enfraquecerá na própria Rússia a base de apoio que aquele bando de políticos criminosos, vedando aos russos o conhecimento da verdade, têm manipulado da forma mais grotesca...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

 

AS PUDICAS VIRGENS OFENDIDAS


Não é preciso recuar aos horrores de Hiroxima e Nagasáqui, já com a Alemanha nazi rendida… Nem ao Vietname onde despejaram mais bombas do que durante a 2ª guerra mundial, muitas delas de napalm que queimaram florestas inteiras e onde cometeram crimes hediondos como a chacina de My Lai. Também não é preciso lembrar o papel decisivo da sua CIA, no banho de sangue no Chile, onde pereceu o presidente eleito Salvador Allende e muitos milhares de compatriotas seus.

Basta falarmos no Afeganistão,onde se associaram e apoiaram a escumalha fanática dos Talbãs, para derrubarem um governo que pretendia arrancar o seu povo ao analfabetismo, ao quase feudalismo e às tradições medievais. Depois foi a Jugoslávia, cuja capital, Belgrado, bombardearam durante 78 dias para retalharem o país. A seguir, o Iraque. Com o pretexto de uma escandalosa mentira, invadiram-no, destruiriam-no. Sabem, amigos, que devido só às sanções àquele país, medicamentos, alimentos, etc. Calcula-se que tenham morrido meio milhão de crianças. Provavelmente tantas como no Iémen, onde a sua aliada e principal cliente de armas, Arábia Saudita, há anos que massacra aquele país. A Líbia, que também destruíram completamente. E a Síria, onde também deitaram mão aos criminosos fanáticos do Estado Islâmico e outros grupos terroristas.

O rol está incompleto, mas fiquemos por aqui. Portanto, onde estava o Direito Internacional, a Carta das Nações Unidas, para estes criminosos? Para estas pudicas virgens ofendidas?

Agora na Ucrânia, que fizeram às promessas de não avançarem com a sua NATO para as fronteiras da Rússia? Ordenaram ao seu homem de mão que cumprisse o que tinha prometido antes de ser eleito, os acordos de Minsk? Os tais que previam referendos para a autodeterminação das regiões do Dombasse. Que fizeram perante os 15 mil mortos, perseguições, proibição do ensino da língua e de todas as obras de autores russos? Queimaram milhares de livros. Que fizeram quando o seu homem de mão ilegalizou todos os partidos da oposição? E sindicatos!

Que fizeram? Transformaram esse seu “democrata” em herói. E agora, eles e os mainatos da UE, quais pudicas virgens ofendidas, admiram-se da reação de Putin( que, evidentemente, como é sua tática, diabolizaram) e do seu governo, por terem reagido.

Dizer finalmente, que a insistência numa solução militar para o conflito, com a derrota da Rússia, claro, quando estão envolvidas as principais potências nucleares do planeta, pode ser gravíssimo. O mais grave (para os poucos que ficarem) que a humanidade já assistiu.

Francisco Ramalho


Dos absurdos da vida

 

Noticiava o JN que uma senhora de Braga, habitual jogadora na lotaria instantânea, vulgo “raspadinha”, comprou uma daquelas cartolinas de dez euros e ganhou meio milhão; e acrescentava o jornal que a mesma sorte não teve uma outra senhora de Barcelos que, tendo acertado na mesma quantia, não pôde receber o dinheiro porque a empregada da loja onde jogou teria feito inadvertidamente um rasgão no cartão do prémio, o que fez com que a “Santíssima“ Casa se recusasse a pagar, não por terem dúvidas que a cliente ganhara mesmo aquele prémio, que a máquina avalizou, mas porque o “regulamento” diz que só serão pagos os prémios dos cartões que não tenham sido danificados, mesmo que o dano não impeça a sua correcta leitura.

 

A menos que se possa aceitar que a decisão daquela Casa “Santa”, de recusar pagar o prémio a quem legítimamente o ganhou, também faz parte do “azar” do jogo, eu só posso encarar isto como um absurdo monumental, um aproveitamento indecoroso de um incidente que nunca poderia ser imputado à cliente; de facto, seria perfeitamente legítimo pedirem contas ao seu agente pelo acontecido, mas espoliarem assim uma jogadora é mais uma daquelas indecências com que nos pode confrontar a vida neste “incrível”  país...

 

Amândio G. Martins

 

 

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Ainda o pretenso Estado de Direito

 

Ainda a propósito do assunto do meu escrito de ontem, e sabendo-se que o agora descrito no JN de 18 do corrente é apenas uma pequena amostra da tremenda realidade, segundo as palavras do responsável bancário ouvido pelo mesmo jornal, porque até os bancos são obrigados a colaborar na tramóia, não há dúvida de que isto acontece porque as empresas, que estão na base de todo o problema, sabem que podem beneficiar da máquina trituradora do Estado para colmatar a sua negligência na realização dos contratos de fornecimento de serviços.

 

Como temos um Parlamento com centenas de ditos representantes do povo, todos eles se reivindicando de terem sido eleitos para o defender das injustiças e arbítrios, não haverá um, um só daquelas centenas, que se lembre de propor uma alteração à lei, que me atrevo a pensar que nem os defensores do capitalismo selvagem, que também os há lá, teriam coragem de votar contra, para que às empresas que se permitem aceitar à distância contratos de fornecimento de serviços, sem contrastar se os dados que exigem nesses contratos correspondem à pessoa a quem vão servir, não seja permitido cobrar um cêntimo sem demonstrarem perante a Justiça que estão seguras de que o cliente é o legítimo titular daqueles dados...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

A overdose noticiosa sobre a morte da rainha foi surrealista

 

  Não sei se nos outros países as notícias sobre a falecida, Isabel II  foram em modo overdose. Cá foram! E levaram-nos ao enjoo. É/foi um perfeito abuso, as horas a fio que a RTP, paga da nossa carteira, deu ao sucedido, até com enviado especial... isto não é serviço público!

Marcelo Rebelo de Sousa, fez um comentário óbvio e, mais uma vez, disse que falava em nome de todos os portugueses (não no meu), foi atrevido porque há muitos, muitos portugueses, que além de não serem monárquicos, têm sobre a rainha uma opinião negativa...
 
Por cá, decretar 3 dias de luto nacional, além de ser um enorme exagero e provinciano, parecendo que somos da Commonwealth, é ao mesmo tempo desconsiderar e obliterar vultos nacionais que não o tiveram, como: Eunice Muñoz, Carlos do Carmo ou José Saramago, entre outros.

Pergunto à governança que decretou os dias de luto: qual a vossa apreciação se fosse o presidente da nossa República a morrer, quantos dias de luto o Reino Unido decretava? Naturalmente, zero... a submissão em forma de vassalagem só nos subtrai e envergonha!...

           Vítor Colaço Santos 

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

"Estado de Direito"

 

É frequente ouvirmos governantes, e outras figuras do sistema que nos rege, proclamar que Portugal é um Estado de Direito, mas será que é mesmo? O que nos relata o JN, acerca do cidadão da Maia que viu ser usada por um burlão a sua identidade, provou terem-lhe sido roubados os dados identificativos, e mesmo assim não pararam de o extorquir, por ordem do triunal e das Finanças, pode passar-se num Estado de Direito?

 

Lembro-me de já ter lido outros casos semelhantes, e o que diz o director bancário de Braga é de estarrecer; gente empurrada para a loucura e  miséria, porque a empresa que aceitou de ânimo leve o contrato com dados roubados, o tribunal e as Finanças se conjugaram para a destruír, enquanto o criminoso se continuou a gozar, porque o processo que penaliza a vítima foi “sumaríssimo”, mas o que se vem a fazer contra o vigarista pode levar anos a concluír-se.

 

É verdade que um Estado, por muito “de Direito” que seja, não tem como impedir que haja criminosos, mas é sua obrigação proteger as vítimas, logo que se verifique que o são, mandando parar imediatamente os efeitos do aberrante processo a que deu cobertura e ressarci-las de todo o mal que lhes foi feito.

 

Amândio G. Martins

 

 

domingo, 18 de setembro de 2022

Sabedoria de vida

 

PERSEVERANÇA

 

Festejava cento e alguns anos

Duma vida cheia de tribulações

Mas deixou lá longe as más recordações

Por lhes ter sabido vencer os danos.

 

Tinha ali amigos e mais chegados

Todos os seus de várias gerações

Para quem sempre arranjava soluções

Quando na vida os via malparados.

 

A quem perguntava como pudera

Vinda duma época tão severa

Chegar ali sem nenhum azedume;

 

Respondia-lhes com desenvoltura

Que para atenuar a vida dura

Sempre lhe sorriu a luz no negrume...

 

Amândio G. Martins

 

 

AO DESCONCERTO DO MUNDO

 

“Os bons vi sempre passar

No Mundo graves tormentos;

E para mais me espantar,

Os maus vi sempre nadar

Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim

O bem tão mal ordenado,

Fui mau, mas fui castigado,

Assim que, só para mim

Anda o Mundo concertado”.

 

Camões

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 17 de setembro de 2022

 HONRARIAS INJUSTIFICADAS


3 dias de luto nacional. Porquê?

Somos um protetorado do Reino Unido, tipo Irlanda do Norte?
Tanto lamber-de-botas, tanta vassalagem, envergonha-me.
Gorbatchev, incomparavelmente mais influente, no bom sentido, não teve direito a qualquer dia de luto.

Última hora: Príncipes André e Harry autorizados a utilizar uniforme militar.
Uf. que alívio! Já vou dormir mais descansado!



José Valdigem


Continua a vassalagem...

  

 Politicamente cegos acusam este desgoverno de ser socialista. É tão socialista, quanto o Salazar foi democrata.

Pela morte de Isabel II, esta governança decretou três dias de luto nacional(!). Parece que vivemos sob o jugo monárquico.
Não!, vivemos numa República implantada em 1910, por generosos e valorosos republicanos. 
Aqueles falsos republicanos respaldam o sangue azul da monarquia, como se estes descendessem de Deus(!). Continua a submissão - o exemplo típico de vassalagem!
Para que serviu e serve a monarquia? Para produzir enorme desigualdade, tratando seres humanos como coisas e força de trabalho escravo - súbditos sem direitos. Foram cobradores 
de taxas sem fim e uma fonte exponencial de medo, onde a violência exacerbada sustentou o seu poder absoluto.
A monarquia constitucional é diferente, mas basta ver o mau exemplo de Espanha, onde o rei, Juan Carlos foi um símbolo de iniquidades... e matador de animais selvagens de grande porte, por puro entretenimento(!). São o paradigma da inutilidade!
A monarquia é uma instituição política anacrónica, não devendo ser preservada, pois é o antagonismo de democracia!
Viva a democracia participativa!

Vítor Colaço Santos 

Dos equívocos no amor

 

FORTALEZA

 

Notável o discurso de Marcela

Perante o cadáver de Crisóstomo

Não para um elogio póstumo

Antes vigorosa defesa dela.

 

E todos tiveram que entendê-la

Em tudo que lhes disse a propósito

Do que se matou num despropósito

Por não ter conseguido convencê-la.

 

Criada ali com toda a liberdade

Seu expoente de felicidade

Dos homens não queria saber nada;

 

De grande inteligência e beleza

Discorria para sua defesa

Com tal eloquência que calava.

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Bela imagam...

 

...Esta que os ingleses estão a dar ao mundo, e acerca da qual tenho lido e ouvido os mais diversos disparates. O que vemos ali não é uma multidão de gente ignorante e alienada, arrebanhada e constrangida por caciques, para fazer média com um execrável ditador, ou rei absoluto, que há muito não há monarquias absolutas na Europa, mas gente de todas as idades e condições sociais, ingleses a grande maioria, mas também de muitas outras nacionalidades, que livremente e de coração comovido querem prestar uma última homenagem à soberana falecida.

 

Ouve-se gente já idosa dizer que já nasceram com ela rainha e sempre acompanharam todos os seus passos e sentiram dela o carinho e preocupação por eles, e até aqueles que prefeririam viver numa república, nunca deixaram de mostrar respeito pela sua forma de ser e estar. Dizia um dia destes um comentador conhecedor dos ingleses e do estilo da soberana, que em tudo que fosse dirigido à nação, ela sempre antecedia a sua assinatura da expressão “Vossa Servidora”.

 

Os argumentos que os detractores das monarquias mais usam, para além da sucessão hereditária poder resultar num rei completamente inepto, são os gastos sumptuários que um tal regime obriga os cidadãos a suportar, mas com as limitações que na Europa democrática já são impostas às monarquias, que além do mais, deixarão de existir quando o povo quiser, isso já não tem nada que ver com o de séculos passados; e, comparando com o caso em apreço, há já mais de um século que somos república, e não me consta que sejamos, ou alguma vez tivéssemos sido, mais ricos e felizes que os ingleses...

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Tudo o que é demais é moléstia!

 

 A simpatia e honrarias quase ilimitadas, que estão a ser dadas, após a morte da rainha, Isabel II do Reino Unido, pela comunicação social e, particularmente pelas televisões foi (e irá ser) um exagero desmedido. Tudo o que é de mais - é moléstia. Parece que vivemos numa monarquia... não!, estamos num regime Republicano que é antagónico à monarquia absoluta. A RTP, paga pelos contribuintes, comporta-se de forma seguidista face às estações privadas. Gastar e desperdiçar tantas horas em detrimento do serviço público, com tanta situação que urge abordar - é inqualificável! Temos reportagens dos cortejos e não só, sobre a morte da soberana, que não é compaginável com os valores da República.

Não sou Historiador, mas não me ocorre que ninguém com rasgo luminoso e obra vultuosa e que tenha servido a Humanidade ter tantas homenagens e bastas horas de emissão, até se lhe perder o conto...
Paz à sua alma, mas não merecemos esta estopada. Dá a ideia que todos os dias assistimos ao seu funeral... poupem-nos! 

Vítor Colaço Santos 
VIAGENS EM FAMÍLIA   




Cheguei, de viagem ao Alentejo profundo.
Em Alandroal conheci Carlos Damas, um extraordinário artesão que faz dum banco de jardim, o seu "atelier"
Na belíssima Vila Viçosa desemboquei (acidentalmente) no lado perverso do alentejano: garraiada.
Em Portalegre tinha "à minha espera", José Régio. Aqui fica a minha homenagem ao grande poeta na voz do talentoso Pedro Lamares.











José Valdigem

Vêm de carrinho...

 

Acérrimo defensor, no Parlamento e fora dele, dos agravos que o seu líder Coelho se permitiu cometer contra os mais fracos, o actual líder da Direita, vendo que a maioria das pessoas vai acabar por se cansar da sua cara e demagogia, tanto tempo ainda lhe falta para poder concorrer ao lugar ao Sol, agarra-se desesperadamente a qualquer coisa que lhe possa servir de trampolim antes do tempo; de facto, chega a ser comovente a sua preocupação com as pensões dos portugueses, ele que nunca se mostrou preocupado com “cortes” e abusos de todo o tipo, dizendo que eram necessários para “salvar” o país, quando estava na “mó de cima”.

 

Pergunto-me como seria se esta gente estivesse agora no Governo, atravessando uma pandemia e uma guerra demolidoras, que têm baralhado todos os cálculos em todos os países, levando os governos a tentar equilíbrios que tornem menos gravosos os custos para as populações, mas sem deixar derrapar muito as economias, porque a preocupação com as contas deve ser permanente, sem o que o dinheiro que os países precisam sairá cada vez mais caro, consumindo em juros os milhões que serviriam para tapar outros buracos.

 

Mas a lengalenga da Direita é igual em todo o lado, oferecendo milagres quando na oposição, tentando desmontar o que vêem a Esquerda fazer, como se as gentes já tivessem esquecido como fazem quando governam; em Espanha, perante os mais de dez por cento de inflacção, dois ministros da coligação que governa, Yolanda Diaz e Alberto Garzón, tentam com as grandes distribuidoras um acordo para uma “cesta básica”, e logo lhes caíu em cima o líder da Direita, gritando que os produtores não têm como esmagar mais os preços, o que é certo em todo o lado, mas o que se pedia não era aos produtores, mas aos especuladores, que nalguns casos aumentaram quinhentos por cento os preços de produtos de primeira necessidade, mas estes têm da Direira toda a protecção, que Espanha não é Cuba nem Venezuela, dizem...

 

Amândio G. Martins

O engodo liberal


Há décadas que somos bombardeados com as vantagens do mercado livre para o bem-estar dos cidadãos. A campanha visava ganhar-nos para a ideia de que a concorrência entre as empresas de bens e serviços “públicos” nos traria benesses nunca vistas. Arrumado o Estado na prateleira das coisas que só estorvam, as companhias entretanto privatizadas poriam ao nosso dispor enormes ganhos de eficiência. Foi a electricidade, as comunicações e transportes, a banca e os seguros.

Em pouco tempo se verificou que o embaratecimento “virou” carestia. Mas já o estigma do “Estado-mau gestor” estava devidamente incrustado no imaginário colectivo e nada havia a fazer.

De crise em crise, logo se verificou que, sem o Estado, ninguém se “safava”. Foram as crises da Banca mundial, do subprime, das dívidas soberanas e, mais tarde, da pandemia. Não fossem os Estados e tudo tinha ido para o “maneta”. Agora, veio a guerra, que virou o mundo de pernas para o ar. Regressou a inflação, e as economias não aguentam. 

Poderia parecer sensato pensar-se que o mercado livre não serve. A “mão” não só é invisível, como parece ser invisual. Mesmo assim, há quem persista no caminho que já deu estes resultados. Agora foi o Reino Unido que se entregou a mais uma experiência neoliberal, pela mão de Liz Truss. A não ser que, entretanto, ela mude de ideias, o que não seria estranho.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

DEIXEM-SE DE MENTIRAS: nada dão aos reformados e diminuem valor futuro de pensões


 

É incompreensível e inadmissível que o PS (governo e deputados) não assuma que nada dão aos reformados e que pretendem alterar a lei em vigor, para diminuir o valor futuro das pensões.

É igualmente incompreensível que o Presidente da República, nos seus habituais e abundantes comentários, ainda não tenha reconhecido tal facto.

O meio mês que vai ser atribuído em Outubro resulta do corte que querem efectuar a partir de Janeiro de 2023, no valor que as pensões devem ter de acordo com a lei que está em vigor.

Não podem dizer que estão a dar meio mês este ano e, ao mesmo tempo, afirmar que não existe diminuição do valor que os reformados deviam receber em 2023. Tal é uma mentira, que só deixará de o ser, se atribuírem o meio mês em 2022 e aplicarem a lei em vigor a partir de 2023, actualizando as pensões de acordo com o valor da inflação.  

A diminuição de 3 a 4 % que pretendem aplicar no valor da pensão em Janeiro de 2023, aumenta as fragilidades e dificuldades de reformados, para fazer frente ao agravamento de preços já verificado em 2022, bem como aos que terão que continuar a enfrentar no próximo ano.

A diminuição de 3 a 4% que pretendem aplicar coloca igualmente o valor das pensões num patamar mais baixo, com evidentes prejuízos para futuras actualizações.

 

APLAUSO E CRÍTICA A ANTÓNIO COSTA


Fez bem António Costa, na sua qualidade de primeiro-ministro, em nome de Portugal, pedir desculpa a Moçambique pelo massacre de Wiriyamu, ocorrido no dia 16 de Dezembro de 1972, na província de Tete, em que o nosso exército matou cerca de quatrocentos de civis. Homens, mulheres e crianças.

Fez bem, por duas razões: primeiro, porque se tratou de um crime abominável que manchou o Exército. Segundo, porque passados todos estes anos, ainda há portugueses que o desconhecem.

A guerra colonial foi injusta, porque os povos das nossas ex-colónias, como todos os povos, têm direito à sua autodeterminação e ela foi negada, por cegueira política do Governo Salazarista. O resultado foram 13 anos de conflito com 10 mil mortos e dezenas de milhar de feridos, estropiados e vítimas de stress pós traumático do lado português, e muitos mais, do lado dos povos de Angola, Moçambique e Guiné. E massacres como o de Wiriyamu, não são propriamente ações de guerra. São crimes hediondos contra a humanidade.

Portanto, António Costa, fez o mínimo que já tardava: pedir desculpa, em nome de Portugal, ao povo moçambicano.

Em relação à guerra na Ucrânia, fez mal. Muito mal. Em vez de Portugal, através dele e do seu governo, como país soberano, ou mesmo no quadro da UE e da NATO, contribuir para a contenção ou fim da guerra que desde 2014 já lavrava nas regiões russófonas de Donetsk e Lugansk, pela sua autodeterminação, nada fez. Assim como nada fez, para que a promessa feita pelos EUA e pela NATO ainda a Gorbatchov, que esta organização militar de que fazemos parte desde os tempos da ditadura, não avançaria para Leste. E ainda, nada fez também, para que os acordos de Minsk, entre a Rússia e a Ucrânia, se cumprissem por parte do governo desta.

O que fez, foi dar todo o apoio, a um governo chefiado por um homem, Zelensky, apontado como corrupto e, comprovadamente, antidemocrático (ilegalizou todos os partidos da oposição, onze, permitindo apenas os de extrema direita). Um homem que se porta como mero executor de quem, por interesses económicos e estratégicos, comanda esta guerra, os EUA. Indo ao ponto de o convidar para que fosse ouvido na nossa Assembleia da Republica, e ser recebido por ele, na Ucrânia.

O Papa Francisco disse: “A guerra Rússia-Ucrânia talvez tenha sido provocada ou não impedida por interesses de terceiros”. Para bom entendedor...

Guerra que persiste com destruição e morte dos dois lados dos contendores diretos, com perigo até de acidente nuclear e repercussões graves de ordem económica e não só, sobretudo na Europa, devido às sanções impostas à Rússia e, evidentemente, com represálias por parte desta.

Tudo isto, gerando muita apreensão pelo aumento do custo de vida que, como sempre, no capitalismo, atinge sobretudo os trabalhadores e as classes mais desfavorecidas. Tudo isto, agravado com o Inverno que se aproxima. Tudo isto, António Costa e o seu governo têm, como exposto, a sua quota de responsabilidade.

Aqui fica, o aplauso e a crítica.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O SETUBALENSE"





Salvar o SNS é um desígnio nacional!

 

  Todos sentimos, com infelicidade, que o Serviço Nacional de Saúde está 'nos cuidados intensivos'... e, a populaça tem noção de duas das causas.

A primeira é que há um subfinanciamento do SNS, que será em nome do déficit e das «contas certas»? Economistas afirmam que sim! A segunda questão é a continuada sangria do Orçamento do SNS, directamente para os hospitais privados e para a saúde do negócio. Ora isto é inaceitável, com a benevolência do adjectivo. Neste panorama a ministra Temido foi embora e o seu substituto, um ex-secretário de Estado de José Sócrates, não vai alterar nada no que às políticas de saúde pública dizem respeito... a cara do figurão não interessa, o que é prioritário é a política que vai desenvolver, mas nesse campo - vira o disco que está riscado e toca outra música igual. Há um por maior relevante: o novo ministro é director duma clínica privada de saúde, o que, a nosso ver, não é um bom cartão de visita... Salvar o SNS, a maior conquista desta democracia, deve ser um desígnio nacional. O seu mentor - António Arnaut, não pode estar sujeito, esteja lá onde estiver, a «ver» que o seu/nosso SNS está a ser transformado num serviçozito de saúde para pobres... Honrem Arnaut, o pai do SNS! 

                                                                        Vítor Colaço Santos 

domingo, 11 de setembro de 2022

 

UMA DATA TRÁGICA (11/9)


As duas tragédias que aconteceram nesta data, em 1973 no Chile e em 2001 nos EUA, da primeira, já pouco se fala. Apesar de ter provocado muito mais vítimas (milhares de mortos, incluindo Salvador Allende, presos, torturados e exilados), que a segunda.

Este assunto dava pano para mangas. Mas aqui neste jornal de parede(como lhe chamou, com muita piada, uma vez um familiar meu, também frequentador desta coisa (o F Book), agora suspenso. A propósito, Dizia-me ele pensar que a censura, com o 25 de Abril, já tinha acabado. Enganou-se. Voltou. E não só aqui!) vou sintetizar. Até porque talvez volte a ele no jornal onde colaboro.

Esta disparidade de tratamento mediático, dos dois atentados terroristas, compreende-se. O primeiro, apesar de ter sido perpetrado sob o comando do general Augusto Pinochet, teve o apoio da CIA. O objetivo, foi o derrube do governo legítimo presidido pelo socialista Salvador Allende. Que, sitiado, ameaçado, supõe-se, ter preferido o suicídio, à rendição. O resto, foi o acima referido, e uma férrea ditadura que durou 17 anos.

As consequências diretas do ataque contra as torres gémeas em Nova Iorque alegadamente atribuído à al-Qaeda, são bem mais conhecidas; 2996 mortes. As indiretas, são imensamente superiores; as guerras do Iraque e do Afeganistão, alegadamente contra o terrorismo...

Portanto, sempre o selo letal, do Tio Sam.

Francisco Ramalho


Muito a sério...

 

DA QUEDA FATAL

 

Se forem caír que seja de queixos

Que para trás põe a morte desperta

Por isso devem andar sempre alerta

Para a marcha não lhes saltar dos “eixos”.

 

Pode haver no caminho alguns seixos

Onde podem bater com a cabeça

E antes que a desgraça aconteça

Nunca lhe facilitem os pretextos.

 

Não confundam isto com “erotismo”

Ou um qualquer ensaio de cinismo

O que é dito no primeiro verso;

 

A minha intenção foi bem diversa

Mas como isto me saíu à pressa

Corri o risco de ser controverso...

 

Amândio G. Martins

sábado, 10 de setembro de 2022

Sem moral nem ética

 

TUDO ELES ABOCANHAM

 

O enriquecimento ilícito

É causa para o empobrecimento

De tantos que na busca do sustento

Consomem toda a vida em sacrifício.

 

O roubo tantas vezes explícito

Que a tanto vai o descaramento

Põe quem trabalha duro sem alento

Para orgulhar-se do seu ofício.

 

Tantos que sempre trabalharam tanto

Hesitam em fazer notar espanto

De ver enriquecer tantos do nada;

 

Porque o rolo compressor do dinheiro

Obriga muita gente a ter receio

De mostrar como vive revoltada.

 

Amândio G. Martins

 

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Tanta sabedoria perdida...

 

DA TRETA INÚTIL

 

Desmandam-se em incríveis xaropadas

Como se de profundo pensamento

Mas tão embotado entendimento

Provoca esforçadas gargalhadas.

 

Tristes almas autoempoderadas

Em quem sobra o pretenso valimento

Para ponderar sempre falta tempo

Daí essas certezas desfalcadas.

 

Diz-se que rir é o melhor remédio

E cada um encontra o seu critério

Às vezes rindo do que não tem graça;

 

Mas ao desbaratar-se um bom juízo

Quando se revela mais preciso

Confunde-se com a graça a desgraça...

 

 

Amândio G. Martins

 

A «esmola» é farta, o pobre desconfia...


 Quando o primeiro-ministro, com ênfase, diz: « Ninguém fica a perder», a propósito do seu governo se comprometer em conceder um bónus de meia pensão aos pensionistas em Outubro, não está a ser sério nem verdadeiro. Em suma: mente! E quer fazer dos pensionistas - pascácios... vejamos: em 2023, os aumentos previstos para os pensionistas seriam entre 7,1% e 8%, mas só haverá uma subida entre 3,5% e 4,43%, assim  como nos anos seguintes, aqueles ficam prejudicados. O embuste fica mal a quem o cria e Costa é um ilusionista! 

O ministro das Finanças é a mesma lástima como foi, Centeno e Leão, porque prioriza as «contas certas» e o déficit, deixando os mais frágeis nos rendimentos para trás. Oiço na TV, um pensionista que disse ter 320 euros de pensão, dizer: « os governantes dão com uma mão e tiram com as duas». Subscrevo. Estas concessões, embandeiradas em arco, não são dádivas, mas sim devoluções aos contribuintes, pelos vários mil milhões de euros que arrecadaram em impostos vários oriundos do galopante custo de vida. O executivo é frouxo e medroso, já que não quer controlar os preços. 

Refira-se que os milhares (ou milhões) de portugueses que usam bilha de gás foram, inqualificavelmente, marginalizados, esquecidos e desprezados.

Afinal não é só a direita que atira os cidadãos para os fojos da rejeição.

Vítor Colaço Santos