Há décadas que somos bombardeados com as vantagens do mercado livre para o bem-estar dos cidadãos. A campanha visava ganhar-nos para a ideia de que a concorrência entre as empresas de bens e serviços “públicos” nos traria benesses nunca vistas. Arrumado o Estado na prateleira das coisas que só estorvam, as companhias entretanto privatizadas poriam ao nosso dispor enormes ganhos de eficiência. Foi a electricidade, as comunicações e transportes, a banca e os seguros.
Em pouco tempo se verificou que o embaratecimento “virou” carestia. Mas já o estigma do “Estado-mau gestor” estava devidamente incrustado no imaginário colectivo e nada havia a fazer.
De crise em crise, logo se verificou que, sem o Estado, ninguém se “safava”. Foram as crises da Banca mundial, do subprime, das dívidas soberanas e, mais tarde, da pandemia. Não fossem os Estados e tudo tinha ido para o “maneta”. Agora, veio a guerra, que virou o mundo de pernas para o ar. Regressou a inflação, e as economias não aguentam.
Poderia parecer sensato pensar-se que o mercado livre não serve. A “mão” não só é invisível, como parece ser invisual. Mesmo assim, há quem persista no caminho que já deu estes resultados. Agora foi o Reino Unido que se entregou a mais uma experiência neoliberal, pela mão de Liz Truss. A não ser que, entretanto, ela mude de ideias, o que não seria estranho.
Muito bem desmontado "O engodo liberal". Parabéns! Não acredito é que a Liz Truss, mude de ideias.
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