POESIA
Debalde tento erguer as velhas esperanças
Aos páramos do céu alevantando os olhos...
Mas a razão baqueia entre parcéis e escolhos,
A consciência treme, a consciência hesita.
Não basta contemplar a abóbada infinita,
Não basta unicamente ouvir dizer que Deus
Habita na regiáo vastíssima dos céus.
Não basta compulsar os livros de Moisés,
Nem olhar como um crente os astros e as marés,
Ou saber que Israel passara o mar vermelho.
Não é suficiente a letra do Evangelho...
Para erguer a razão das trevas onde cai
Inflamem-se de novo as sarças do Sinai!
Que o saber alimente e eleve a inteligência!
Para tranquilizar a nossa consciência
Não basta simplesmente o que nos diz a fé:
O que ensinou Jesus e o que ensinou Mahomet!
Andam as religiões em contínua luta.
A fé encheu na Grécia a taça da cicuta,
Alevantou a cruz no cimo do Calvário.
E no doido furor de monstro sanguinário,
Para abafar a voz da ciência que troveja,
Encerrou Galileu nos cárceres da igreja;
E como um sacrifício ao Deus sombrio e fero
Mandou queimar João Huss e excomungou Lutero!
Vale mais do que a Bíblia e mais que o Alcorão
A radiosa luz duma constelação.
Nota – Transcrito parcialmente por Amândio G. Martins
Os fanáticos dirão que foi Deus quem inspirou Feijó...
ResponderEliminarDe facto, os fanáticos são a viva encarnação do diabo...
ResponderEliminar