quarta-feira, 14 de setembro de 2022

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Acérrimo defensor, no Parlamento e fora dele, dos agravos que o seu líder Coelho se permitiu cometer contra os mais fracos, o actual líder da Direita, vendo que a maioria das pessoas vai acabar por se cansar da sua cara e demagogia, tanto tempo ainda lhe falta para poder concorrer ao lugar ao Sol, agarra-se desesperadamente a qualquer coisa que lhe possa servir de trampolim antes do tempo; de facto, chega a ser comovente a sua preocupação com as pensões dos portugueses, ele que nunca se mostrou preocupado com “cortes” e abusos de todo o tipo, dizendo que eram necessários para “salvar” o país, quando estava na “mó de cima”.

 

Pergunto-me como seria se esta gente estivesse agora no Governo, atravessando uma pandemia e uma guerra demolidoras, que têm baralhado todos os cálculos em todos os países, levando os governos a tentar equilíbrios que tornem menos gravosos os custos para as populações, mas sem deixar derrapar muito as economias, porque a preocupação com as contas deve ser permanente, sem o que o dinheiro que os países precisam sairá cada vez mais caro, consumindo em juros os milhões que serviriam para tapar outros buracos.

 

Mas a lengalenga da Direita é igual em todo o lado, oferecendo milagres quando na oposição, tentando desmontar o que vêem a Esquerda fazer, como se as gentes já tivessem esquecido como fazem quando governam; em Espanha, perante os mais de dez por cento de inflacção, dois ministros da coligação que governa, Yolanda Diaz e Alberto Garzón, tentam com as grandes distribuidoras um acordo para uma “cesta básica”, e logo lhes caíu em cima o líder da Direita, gritando que os produtores não têm como esmagar mais os preços, o que é certo em todo o lado, mas o que se pedia não era aos produtores, mas aos especuladores, que nalguns casos aumentaram quinhentos por cento os preços de produtos de primeira necessidade, mas estes têm da Direira toda a protecção, que Espanha não é Cuba nem Venezuela, dizem...

 

Amândio G. Martins

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