Foi noticiado que aquele famoso senhor de Oeiras volta a ser investigado, desta vez num caso relacionado com comezainas, que terão implicado para o município custos pornográficos, sendo enumeradas comidas e bebidas ao estilo das antigas casas reais; ouvi o homem afirmar que as despesas do que comeu e bebeu têm perfeito cabimento no exercício das suas funções públicas, estando à vontade para esclarecer o que for preciso.
Este caso transportou-me ao tempo da minha actividade profissional numa companhia multinacional, quando tinha carro da empresa, de que podia fazer uso na vida pessoal, descriminando a quilometragem andada assim da do trabalho, e as refeições pagas quando ao serviço da empresa, sendo aceitável apresentar despesas de almoços com mais de uma pessoa, se convidasse algum cliente, ou pessoa de interesse para o negócio, que seria descriminada nas costas da factura.
Acontecia que eu, podendo comer bem numa casinha modesta, nunca ia para restaurantes caros, a menos que, acompanhado, a representatividade me aconselhasse a pedir sugestão à pessoa convidada e, neste caso, podia acontecer que essa pessoa escolhesse uma casa de nome mais sonante.
Só que este meu comportamento com as despesas destoava muito do de alguns colegas, de quem o chefe queria saber a razão por que apresentavam facturas tão exorbitantes, quando havia quem nem metade gastava para o mesmo período de tempo; e acabavam por ser referidos os nomes dos que gastavam menos e mais, argumentando estes com o prestígio da empresa, e que os outros, fazendo as refeições em tascos, não representavam bem...
Amândio G. Martins
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