terça-feira, 4 de junho de 2024

O sermão dos morangos


A natureza, além de nos dar de comer,também nos dá momentos de prazer e de reflexão.
Há quatro anos, por curiosidade, plantei,  doze pés de morangos, mas quando começaram a dar fruto vi que não ficavam maduros todos ao mesmo tempo, hoje era um amanhã outro.
Era uma chatice, porque andava por aqui um gaio que acordava primeiro que eu e não me dava hipótese..
No segundo ano verifiquei que eles já se tinham multiplicado e o gaio já me deixava alguns, e quem primeiro fosse à horta podia comer ,mas não dava para trazer.
Agora já me deixei de me preocupar com o gaio, porque andei três semanas a colher neles; chegou para ele, para mim e até para alguns amigos.
A princípio pareceu-me uma chatice eles não aparecerem todos ao mesmo tempo, mas agora vejo que se assim fosse a maior parte acabava por se perder.
comecei depois a observar, e vi que o mesmo acontecia com outros frutos carnosos. Além de não ficarem maduros todos ao mesmo tempo dentro da mesma espécie, também as vária s espécies aparecem em tempos diferentes ao longo do ano, o que até em termos de dieta faz automaticamente a diversificação.
Já os frutos secos, assim como os cereais que se conservam todo o ano, podem ser colhidos todos no mesmo dia,
pois ficam maduros todos ao mesmo tempo.
Comecei a pensar que se os produtos que se conservam são colhidos de uma vez e os que não se conservam são-no ao longo do ano,isto foi bem organizado. 
Quem será o autor desta maravilha?.
Para ver se arranjava resposta a esta questão, fui falar com um teólogo que me fez um sermão sobre o milagre da criação.
Mas eu quis uma segunda opinião e fui falar com um biólogo, que me fez uma dissertação sobre a teoria da evolução 
Depois de alguma meditação, achei melhor falar com um filósofo a ver se saia desta confusão.
Assim  me disse o homem:« Eu que só sei que nada sei», apenas te direi: Desfruta do que a natureza te dá, mas deixa ficar tudo como está .
Se começas a mexer deitas tudo a perder.

Quintino Silva

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