quinta-feira, 27 de junho de 2024

NOS 500 ANOS DE CAMÕES

A obra de Camões (Lusíadas, Redondilhas, Sonetos, Canções, Elegias e Éclogas, Odes e Oitavas) é considerada uma fonte exemplar de progressismo, civilização, fraternidade e inconformismo perante a prepotência, a injustiça e o obscurantismo. Tudo demonstrado de maneira genial, com um conteúdo dirigido a um povo, que o inspirou com os seus defeitos e virtudes, realçando as suas potencialidades, capacidade de sacrifício, de luta, progresso e justiça, qualidades que têm um alcance e uma intenção universal. Trata-se dum legado e mensagem poética, artística, científica e social que foi doada a toda a humanidade. Camões foi e é uma figura nacional e internacional defensor duma convivência fraterna e justa entre todos os povos.

O povo português é o responsável e a prova viva e sempre actual do que é dito por Camões num seu conhecido soneto: «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,/Muda-se o ser, muda-se a confiança;/Todo o mundo é composto de mudança,/Tomando sempre novas qualidades».

Não só a cultura e o saber foram preocupações de Luís de Camões. Igualmente lhe mereceram atenção o amor e os problemas sociais. Foi um lutador e também desagradou aos poderosos, já que condenou: «Quem acha que é justo e que é direito/guardar-se a Lei do Rei severamente/e não acha que é justo e bom respeito/que se pague o suor da servil gente».

Luís de Camões nunca se vergou à indignidade, estando do lado dos oprimidos contra os poderosos: «Vê que aqueles que devem à pobreza/amor divino, e ao povo caridade,/amam somente mandos e riquezas,/simulando justiça e integridade,/da feia tirania e de aspereza/fazem direito e vã severidade;/leis em favor do rei se estabelecem,/as em favor do povo só perecem…».

A obra de Camões é um testemunho constante da dignidade do povo português e do lugar a que tem direito na comunidade internacional. Ler a sua obra é uma fonte permanente de ensinamentos.



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