Os pressupostos básicos que levaram ao desenho e implementação da actual organização mundial, forjada no pós-guerra 1939-45, estão hoje longe da validação. A começar pela composição e poderes do Conselho de Segurança da ONU, mas sem esquecer que o equilíbrio de forças políticas e nacionais em presença se encontra profundamente alterado, como se pode avaliar facilmente pelos efeitos que as diversas descolonizações vieram provocar em partes substanciais do globo. As mudanças no mundo continuam a ser para o Ocidente, mas em especial para a UE, uma verdade de difícil captação, pelo menos para alguns dos seus actuais dirigentes, “capitaneados” por Von der Leyen. Esta incapacidade da UE é-nos “revelada” por Maria João Rodrigues no seu notável artigo de opinião “Ocidente em minoria ou reforma da governação global?”, no PÚBLICO de 8 de Junho, em que lembra que o G7 já não beneficia da “hegemonia económica de outrora”, como aquando do estabelecimento do Consenso de Washington e das suas políticas neolberais, em 1989, para além de que os protagonistas não se resumem ao FMI e ao Banco Mundial, havendo que contar também com a presença do Novo Banco de Desenvolvimento, com sede na China. Definitivamente, a UE tem de acordar.
Público - 12.06.2022
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