segunda-feira, 26 de junho de 2023

O estado a que aquilo chegou

 

Num estado cuja hierarquia é preenchida, da base até ao topo, por criminosos de grosso calibre, com o sistema judicial subjugado aos interesses da bandidagem política e militar no poder, não espanta nada que um vulgar mercenário se sinta com força para fazer a quem manda todo o tipo de ameaças e chantagens, porque conhece muito bem os podres de todos eles, com quem, de resto, já conviveu intimamente; e quando o chefe mais alto daquela máfia putrefacta, depois de esvaziar as prisões para lhe fornecer “voluntários” para a morte, meros prisioneiros de delito comum sem qualquer preparação militar, deixou de poder fornecer-lhe o material bélico que exigia, não porque não quisesse, mas porque também não teria em quantidade suficiente, o cão de guerra, se calhar encharcado em vodka, ensaiou a opereta da marcha quixotesca para Moscovo.

 

E uma potência nuclear assim posta a ridículo perante o mundo inteiro - já que até o "estado de sítio" parece ter sido declarado -  em apoio da qual saíram alguns dos mais dementes autocratas, com realce para o “maduro” da Venezuela, não foi coisa bonita de se ver; e se o que ali ainda possa haver de gente decente e válida, realmente empenhada numa transformação, continuar impedida de contribuir com o seu pensamento, no sentido de poder vir a substituir democraticamente a cleptocracia reinante no grande país, com o fim de o transformar num parceiro fiável da comunidade humana, ninguém diga que está seguro...

 

Amândio G. Martins

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