Sou parte daquele grupo de portugueses que, congratulando-se com os sucessos financeiros de que o nosso governo faz colecção, não sentem na pele os efeitos benéficos de tanta perícia contabilística. O Estado enriquece a olhos vistos, com louvores para todos quantos conseguiram baixar o rácio da dívida, domar o défice, disciplinar o desemprego, refrear a inflação, esquecendo-se, contudo, de cuidar das centenas de portugueses, em especial velhos, que se mantêm “hospedados” nos hospitais, depois de curados, porque são lá abandonados pelos familiares, não porque estes sejam “desnaturados”, mas porque, simplesmente, não possuem as condições necessárias a tratá-los em casa.
Não quero viver num país rico com uma “plêiade” de esfaimados, onde as desigualdades não páram de crescer, até nos mínimos vitais. O Estado não deve ser um negócio especulativo, transformando-se a boa governança numa “coisa” em que os proveitos, dê por onde der, sempre superam os custos. Sem falar no atavismo que revela a opção de nada se fazer na questão dos “internamentos sociais”, dizem especialistas (Prof. Pitta Barros) que qualquer solução alternativa a manter ocupadas camas de hospital, caríssimas a todos os níveis, sairia muito mais barato. Quem tem medo do futuro?
Público - 05.06.2023 (com corte substancial).
O País está mais rico, mas as pessoas estão mais pobres...
ResponderEliminarAlguma coisa correu mal na publicação do meu post. Vou reproduzi-lo abaixo, como, espero, deveria ser desde o princípio.
ResponderEliminarSou parte daquele grupo de portugueses que, congratulando-se com os sucessos financeiros de que o nosso governo faz colecção, não sentem na pele os efeitos benéficos de tanta perícia contabilística. O Estado enriquece a olhos vistos, com louvores para todos quantos conseguiram baixar o rácio da dívida, domar o défice, disciplinar o desemprego, refrear a inflação, esquecendo-se, contudo, de cuidar das centenas de portugueses, em especial velhos, que se mantêm “hospedados” nos hospitais, depois de curados, porque são lá abandonados pelos familiares, não porque estes sejam “desnaturados”, mas porque, simplesmente, não possuem as condições necessárias a tratá-los em casa.
Não quero viver num país rico com uma “plêiade” de esfaimados, onde as desigualdades não páram de crescer, até nos mínimos vitais. O Estado não deve ser um negócio especulativo, transformando-se a boa governança numa “coisa” em que os proveitos, dê por onde der, sempre superam os custos. Sem falar no atavismo que revela a opção de nada se fazer na questão dos “internamentos sociais”, dizem especialistas (Prof. Pitta Barros) que qualquer solução alternativa a manter ocupadas camas de hospital, caríssimas a todos os níveis, sairia muito mais barato. Quem tem medo do futuro?