Embora na principal empresa onde trabalhei nunca tenha havido greves dignas desse nome, sei que a greve pode ser importante como único recurso para muita gente que se vê prejudicada e explorada; mas as greves devem mostrar à cidadania a dignidade e a razão daquela luta, para poderem ser entendidas pelos utentes dos serviços afectados e pelos restantes cidadãos, e não se comportarem os seus aderentes como um bando de incontroláveis arruaceiros cujo motivo primeiro não é o que foi anunciado no início.
De facto, não são fáceis de entender greves de polícias que causam distúrbios e destroem bens alheios, nem greves de professores que nos mostram gente grosseira, sem as qualidades básicas para a importante função que lhes é confiada, e na interminável greve actual dos professores, percebe-se ali muita gente incapaz de o ser minimamente.
Têm aparecido nessas manifestações cartazes afirmando que “A lutar também estamos a ensinar”, e podia ser, se isso tivesse correspondência no que vemos, mas já não tem muita; e depois de ouvir que os sindicatos se demarcavam do cartaz-mostrengo com que há dias confrontaram o chefe do Governo, ouvi na TV o sujeito autor da coisa, que deve ser o mesmo da outra carantonha do ministro da Educação, com um lápis espetado num olho, dizer de si próprio que é um artista; ora, se é mesmo o que afirma ser, sugiro-lhe que estabeleça o seu próprio estúdio de arte, onde poderá ganhar muito mais, e deixe a escola pública, que não lhe paga o que acha que merece ...
Amândio G. Martins
Aquele javardo que se auto-intitula de artista, apenas contribui para o desprestígio da classe.
ResponderEliminarÉ "falta de estupidez"...
As greves consistem em parar o trabalho como último recurso, quando os trabalhadores não conseguem ver satisfeitas, pela negociação, as suas reivindicações. E quando a greve afecta serviços públicos de relevo, às populações deve ser explicada a razão daquela luta. E tão importante como ter razão é saber usá-la, sem o que acabam por perdê-la...
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