quarta-feira, 7 de junho de 2023

Política espanhola ao rubro

 

Num gesto que faz lembrar o “perdido por cem, perdido por mil”, o presidente do Governo espanhol, tendo o PSOE perdido as recentes eleições locais, anunciou logo no dia seguinte, bem cedo, a dissolução das cortes, marcando eleições gerais para 23 de julho próximo, decisão que, em Espanha, é uma prerrogativa do chefe do Governo; a Direita, que deverá ter passado a noite, a par com os festejos da vitória, a preparar-se para exigir de Sánchez a demissão, vendo-se assim surpreendida pela antecipação, disfarçou mal a frustração e passou a criticar a data escolhida, com o argumento de que nessa altura a maioria dos espanhóis está em férias, mas o que teriam preferido era poder massacrá-lo mais seis meses, até ao fim do actual mandato.

 

Para lá das características próprias de cada país, o actual governo espanhol enfrentou as mesmas dificuldades que o nosso já teve, quando teve de governar coligado para poder ultrapassar a Direita nas votações no Parlamento; e se por cá o Costa, entretanto, pôde prescindir daqueles apoios, Sánches nunca se livrou de engolir os sapos mais indigestos, estando agora a pagar caro os disparates das meninas do “Unidas Podemos”: Irene Montero, Ione Belarra e Ângela Rodriguez, gente que, sempre que abria a boca, fornecia à Direita um prato cheio de motivos de gozo.

 

Aquela última, Secretária de Estado da primeira no ministério da Igualdade, sempre que se fazia ouvir abalava o Governo, tais as inanidades com que alimentava os detractores  de Sánchez, como aquela de lamentar, num vídeo com um grupo de raparigas, que a mãe de Abascal não tivesse podido abortá-lo, porque não havia uma lei que o permitisse; ou mostrar-se frustrada porque um estudo recente revelava que 75% das adolescentes espanholas preferiam ser penetradas por um homem do que recorrer à autosatisfação, questionando ela como seria possível, com aquele “feminismo”, combater o machismo com sucesso...

 

 

Amândio G. Martins

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