Não sabem o que fazer ao dinheiro que lhes engorda a conta a todo o momento, sem que para isso tenham que fazer algum esforço, porque não lhes falta quem o faça por eles; assim, para vencer o tédio, dedicam o tempo a imaginar aventuras egoistas, que levam a cabo para se destacarem dos demais, não lhes passando pela cabeça que o veículo usado para elas não tenha sido preparado para os levar e trazer em segurança.
Da última vez que ontem ouvir falar deles, ter-lhes-ia acabado a reserva de oxigénio, e os meios enviados para tentar encontrá-los reportavam destroços de algo que tentavam identificar; coitadinhos, infelizes a quem o excesso de dinheiro deprime de tal forma que, tendo já visto tudo que lhes foi possível ver, inventam estas inanes aventuras para o gastar, porque dedicá-lo a causas humanitárias, como um ou outro endinheirado até vai fazendo, nunca lhes ocorre voluntariamente.
Li que um dos nossos excêntricos, que já terá feito uma viagem similar, mas para a fronteira do espaço sideral, para poder ver a Terra em tamanho reduzido, tinha programado ir também na coisa que agora anda a ser procurada, mas uma premonição qualquer tê-lo-á desmotivado, devendo estar agora a regozijar-se da sua “perspicácia”, ou talvez tivesse notícia atempada dos rumores que davam aquilo como não tendo sido submetido aos testes que o dariam ou não apto para ir com segurança às profundezas do oceano, porque o seu fabricante os achava um desperdício. Estou muuuiiito abalado por eles...
Amândio G. Martins
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