domingo, 10 de novembro de 2024

A pesada herança

 

Recordo com alguma saudade os primeiros tempos que se seguiram à revolução democrática, quando as coisas começavam a extremar-se, e os episódios anedóticos fabricados para atingir as principais figuras políticas e militares se multiplicavam, com os seus detractores a explorar tudo que pudesse desqualificá-las; havia pessoas que assumiam claramente uma opção partidária, e outras que escondiam na gola do casaco vários “pin”, para poder usar o que mais conviesse em cada situação, conforme a tendência do interlocutor.

 

E quando ouviam Mário Soares discursar, dizendo que os fascistas tinham deixado ao país uma herança pesada, os saudosistas do passado concordavam jocosamente, que era mesmo muito pesada, centenas de toneladas de ouro, que era o fetiche deles, que ainda hoje alguns usam, queixando-se de o regime democrático ter dado cabo de tudo, nem querendo saber que o ouro continua bem guardado no Banco de Portugal.

 

Vem isto a propósito da lengalenga cansativa de um Leitão chamado Amaro, no papel de ministro da propaganda de Montenegro, que para justificar a inépcia da governação actual, que não há propaganda que disfarce, não faz outra coisa que não seja atirar com a culpa de tudo para o anterior governo plagiando, sem nenhum pudor, que a herança que receberam é muito pesada...

 

Amândio G. Martins

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.