quarta-feira, 13 de novembro de 2024

 

O IMPERIALISMO, OS VASSALOS E O PAPÃO RUSSO

Com a eleição de Trump que se deveu à manipulação mediática e à desilusão com as políticas do governo Biden/Kamala, o papão russo, corporizado em Putin, voltou a ser ainda mais agitado, devido ao pavor dos vassalos à propalada desproteção do guarda chuva de segurança norte-americano à Europa do lado de cá.

Ângela Merkel e Macron, já tinham publicamente confessado que a discussão dos Acordos de Minsk (que podiam ter evitado a continuação e intensificação da guerra na Ucrânia) serviram apenas para ganhar tempo e armar o regime de Zelensky. E em conjunto com as inúmeras sanções, fazer a maior mossa possível, à Rússia. Com a mesma intenção se deveu, ao contrário do que tinham prometido, a expansão da NATO para leste, como confessou também recente e publicamente, o seu anterior secretário-geral, Stoltenberg. Mas depois, os vassalos do império, colocaram e colocam a coisa ao contrário: “Se Putin não é detido, não se ficará só pela Ucrânia.” Virá por aí abaixo e só pára no Samouco. Para meter água. Portanto, há que abrir os cordões à bolsa e investir em força na “segurança coletiva da Europa”, e pedir a todos os santinhos para que Trump não concretize as ameaças de descurar o financiamento à NATO.

Pode custar-nos ainda muito mais caro esta subserviência ao imperialismo norte-americano que com democratas ou republicanos, visa a confrontação com a Rússia, com a China e com quem se lhe opor à velha pretensão de hegemonia global. Estando-se nas tintas para o Direito Internacional e Direitos Humanos, como prova o total apoio de ambos os partidos à guerra no Médio Oriente e a essa imensa vergonha que é o genocídio, o extermínio, em Gaza. Em relação à Ucrânia, apesar das fanfarronices de Trump, veremos.

Voltando às eleições nos EUA, ao contrário do que diz a imprensa de lá e a domesticada de cá, não existiam apenas os candidatos dos partidos democrata e republicano. Para além de outros, por exemplo, Jill Stein do Green Party of the United States ou Claudia de la Cruz do Party for Socialism and Liberation, também foram candidatos mas praticamente silenciados. Ambos se opõem ao genocídio em Gaza e ao apoio a Israel. Um dos lemas De la Cruz, é mesmo este: “Acabar com o capitalismo antes que ele acabe connosco”. Jill Stein, defende a dissolução da NATO, a educação pública e gratuita e a nacionalização da banca.

A vitória do boçal e prepotente candidato da extrema direita, deveu-se fundamentalmente às políticas antissociais e de proteção dos lobies do armamento, da banca, dos grandes grupos económicos e judaicos que financiam as campanhas dos candidatos destes dois partidos. Obviamente, ao contrário da tradicional demagogia e populismo do partido de Trump e seus congéneres, como o Chega, o seu futuro governo não vai resolver o grave problema de um dos países com maiores desigualdades do mundo. 40 milhões de pobres, 700 mil pessoas a viverem na rua e sem assistência universal de saúde e segurança social, onde o fosso entre estes, e os multimilionários, cresce incessantemente. Assim como permanece, a ameaça à paz mundial.

Francisco Ramalho



Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.