domingo, 30 de julho de 2017

Água mole em pedra dura


Rui Cunha Marques (RCM), professor catedrático do IST, por encomenda da Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente, publicou uma “Análise do Desempenho dos Operadores Privados e Públicos no Sector da Água em Portugal”, estudo de que tive conhecimento pelo trabalho de Margarida Marques, no Público de 24 de Julho passado. Por não ter lido o livro, vou-me limitar a referir, em transcrição livre, alguns dos pontos abordados no artigo: não é a privatização da água que está em causa, é a privatização da sua gestão; os privados cobram mais aos utilizadores, mas… dão-lhes eficácia; lucrar o máximo possível sem preocupações relativas à qualidade do serviço é, para RCM, um “mito”; cálculos (não exibidos) com “subtracções” às tarifas do valor de retribuição (?); possíveis comparticipações de verbas comunitárias nos investimentos privados; serviços privados pagam impostos e os públicos não. Até se invocam estudos dos sempre convenientes prémios Nobel, sem os nomear (talvez Milton Friedman?). É com este tipo de estudos que se vai preparando paulatinamente a opinião pública, como nos fizeram nos sectores das comunicações e da energia. Lembram-se de que ia ser tudo muito mais barato e de melhor qualidade com a PT e a EDP privatizadas? Parece que o estudo não revela as dezenas de países em que se reverteram privatizações da água. A começar pelos EUA.

3 comentários:

  1. Enquanto não chegarem à ÁGUA, não descansarão! Espero que não os deixem (deixemos) passar.

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  2. Mas eles já chegaram à água, Dr Fernando, só que a revolta dos consumidores foi de tal forma que levaram um arrepio, mas, mesmo assim, há câmaras com muitos milhões para pagar de indemnizações, condenadas em Tribunal e com o processo em recurso...

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