Do que se vai sabendo das contas nacionais do exercício de 2020, ficamos com a sensação de que, na generalidade, o país poderia estar um pouco melhor do que está. Pouco importam, para já, considerações conceptuais sobre contabilidade pública e contabilidade nacional. Para o cidadão comum, trucidado permanentemente pelos noticiários catastróficos a que assistimos diariamente, seja no aumento do número dos infectados pelo novo coronavírus, seja pelas intermináveis filas de ambulâncias à porta das urgências hospitalares (um mínimo de organização reduziu-as num ápice…), o que interessa é saber como se conseguiram bons resultados no défice da execução orçamental. Em parte, devemo-los ao volume de receitas, graças a uma deterioração da economia menos grave do que a prevista, mas também ao total das despesas, que não subiram aonde se previu e, provavelmente, aonde seria necessário. Se se tivesse gasto o necessário, talvez fôssemos poupados ao espectáculo deprimente que foi o estertor de alguns dos segmentos do SNS, com constantes e vergonhosos anúncios de ruptura dos serviços, alguns dos quais nitidamente exagerados. Como quer que seja, presenciámos os contraccionistas do costume manejando a batuta das Finanças, ao som da música lamurienta e pequenina do costume.
Público - 06.02.2021 (truncado das partes sublinhadas).
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