Em tempos de acalmia, vale a pena percorrer os olhos por alguns acontecimentos que se vão desenrolando neste mundo desconchavado que habitamos. Pode-se ficar perplexo, às vezes, com coisas inimagináveis ainda há pouco tempo. Mas que elas acontecem, lá isso é verdade.
Na Catalunha, onde ainda não se sabe muito bem quem vai encabeçar o Govern, a polícia deteve, em Lérida, um rapper, Pablo Hasél, destinando-o a nove meses de prisão. Motivos? Pensando ele que estava num país com liberdade de expressão, compôs umas músicas com letras que dizem mal da família real, designadamente do patriarca, um tal Juan Carlos, mais ou menos evadido para as Arábias, por sonegar rendimentos à Fazenda (cá, chama-se corrupção e fuga ao fisco, em Espanha, é capaz de ter outro nome…). Tudo proibido (excepto a corrupção).
Em Israel, vai-se sabendo que não há permissão para que algumas míseras doses de vacinas anti-covid atravessem a “fronteira” de modo a que cheguem aos palestinianos da faixa de Gaza. A um povo que tanto sofreu às mãos dos supremacistas nazis, credor da admiração e pesar do mundo que ainda se considera Humano, não ficam nada bem tais atitudes que, no mínimo, classifico de desumanas, um exercício de pura crueldade.
Para não me afastar muito geograficamente, tenho de me referir a Marcelino da Mata, a propósito do seu funeral. É certo que não teve honras militares, mas foi “agraciado” com a presença do Presidente da República. A polémica está instalada, porque o homem foi (é) o militar português mais condecorado. A serem verdade algumas das afirmações que lhe são atribuídas (não me custa nada a nelas acreditar, já que permaneci na Guiné entre 1972 e 1974), mas que, com algum pudor, declino a sua citação, não percebo como alguns fazem de conta que ele “só” foi um herói. Pode-se ser isto e, ao mesmo tempo, um criminoso de tipo genocida, de requintes bárbaros?
Agora, para rir um pouco: lá pelos EUA, parece que há uma sondagem feita entre republicanos que dão a estratosférica cifra de 46% aos respondentes que pensam que a culpa da invasão do Capitólio foi de… Joe Biden.
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