Não me cabe a mim a tarefa de promover a defesa da “carta aberta” que alguns intelectuais divulgaram com um forte reparo a certa comunicação social, a convergir na televisão pública. Mas, estando com eles solidário nas afirmações produzidas, não posso deixar de vir lamentar a resposta que vi a essa carta. Naturalmente assinada pelos visados - por quem, aliás, sempre tive um enorme respeito -, que apareceram “em defesa da democracia” (?), chamando a si a virtude de um rol de “feitos gloriosos” e atirando as vozes críticas para o fosso dos detractores de “um património” inquestionável. Mais: classificando críticas abertas e devidamente identificadas como “polémicas” que, ao que parece, têm inconfessáveis origens e fins (que eles conhecem, mas não explicitam).
Custa-me concluir que o texto de alguns dirigentes e do Conselho de Redacção da RTP-TV se assemelha demasiado a um corporativo sacudir de culpas, armando ao indefeso ofendido, e levando críticas honestas a passarem por ataques ignóbeis com interesses obscuros e inqualificáveis. O silêncio ter-lhes-ia ficado melhor.
Público - 26.02.2021, com o título alterado para "Televisão pública". Entende-se.
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