domingo, 9 de julho de 2023

Amândio Sousa Dantas

 


Dum poeta meu conterrâneo e homónimo, inesperadamente falecido, deixo abaixo um dos poemas do seu livro “Poemas da Emigração”.

 

QUANTAS VEZES...

 

Quantas vezes

sentiste

poeta

como era inútil

a poesia

 

e quantas vezes

ela veio

pelos olhos da chuva

e do mar

e da corrente de um rio

sossegar de verdade

a tua solidão?

 

(ai o amor que

deves

à suprema poesia)

 

quantas vezes

poeta

veio espreitar teu quarto

(cheia de luz)

só para saber

se dormias

na noite mais antiga

 

Transcrito por Amândio G. Martins

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