“Y ahora qué”? – perguntava-se na televisão espanhola La Sexta, depois de conhecidos os resultados eleitorais, que o PSOE, derrotado por pouco, comemorou como vitória, tal o descalabro que vinha sendo anunciado por todas as sondagens e jornalistas da área da Direita, autoconvencidos de que os socialistas iriam levar uma tareia ainda maior que a das eleições de maio, só contrariados pelo CIS, que é o organismo oficial de sondagens que - apesar de vilipendiado pelas direitas, que acusam o seu director de estar ao serviço do Governo, ao ponto de Feijóo afirmar que a sua demissão seria a primeira decisão que tomaria quando chegasse ao poder - mais se aproximou do que aconteceu.
Nunca me apercebi que as relações dos dois vizinhos peninsulares estivessem dependentes da ideologia de quem governa os dois países; todavia, no contexto actual, fico contente que a Esquerda espanhola não tenha sido “esmagada” como vaticinavam “las brujas” ensandecidas que insultavam Sánchez como nunca se tinha visto, que desde que apeou Rajoy passou a ser tratado como “okupa” da Moncloa, contra o qual valeria tudo para o desalojar, mas alguns dos mais encarniçados perseguidores já desapareceram do mapa político do país, como “Ciudadanos”, e os profascistas de Vox, que afirmavam dobrar a votação sempre que houvesse eleições, acabam de perder 19 lugares no Parlamento, ao ponto de o seu líder, segundo ouvi a um comentador, só muito contrariado aceitou subir ao palco para falar à sua claque, tendo aproveitado para acusar Feijóo pela derrota.
É natural que o líder dos “populares”, por ter sido mais votado, seja chamado pelo rei para formar Governo, para o que já anda a negociar apoios, dado que Vox não chega, mas não se vislumbra sucesso na investidura, podendo aquele a quem insultaram ao ponto de o tratar por “perro” Sánchez vir a ter mais sucesso com uma coligação, pese embora estar dependente da Direita catalã de Puigdmont que, para agravar, tem agora um mandado de captura internacional emitido por um juíz espanhol, dado ter perdido a imunidade no Parlamento europeu...
Amândio G. Martins
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