Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sábado, 30 de novembro de 2024
O gueto de onde emergiram o gueto do Zambujal e outros que tais.
CHUCHU
A origem do chuchu será na América Central, no Panamá e Costa Rica, sendo registado na botânica a meio do século XVIII. É um legume que pode ser verde ou branco, da família da abóbora, pepino e melão, sendo consumido durante todo o ano, com um sabor suave, sendo de fácil digestão, rica em fibras e com poucas calorias. Todas as partes do chuchu podem ser consumidas, a polpa, a casca e folhas. O chuchu em cru pode ser ingerido em saladas, desde que cortado ou laminado em tiras finas e depois temperado como a alface; pode ser cozido, em sopas e ensopados. É rico em vitaminas e sais minerais. (imagens obtidas na Silvã de Cima, Sátão, Beira Alta)
''Plagiando'' - AlarmeII
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Alarme
Não quero ser alarmista nem, tampouco, o assunto merecerá tal atenção. Mas, por ser estranho, e conter uma dose de abuso bastante forte, não resisto a trazê-lo aqui. Em 24 de Novembro passado, Vítor Colaço Santos apostrofou-me aqui com um post intitulado: “Ao c\de José Rodrigues - coordenador da nossa (ou com aspas - nossa), Voz da Girafa”. Nesse mesmo dia, coloquei nesse post um “comentário” que, no caso, mais deveria ser um “esclarecimento”. Não o transcrevo porque é um pouco longo, mas, caso alguém o pretenda ver e me informe, terei muito prazer em repeti-lo. Pelo menos até ontem, esse comentário manteve-se visível no blogue.
Hoje, inexplicavelmente para mim, esse comentário “escapuliu-se”. Como? Não faço a mínima ideia. Imagino que alguém o retirou de lá. Ora, como não sei como, tecnicamente - se calhar é muito, demasiado, fácil! -, se poderá fazer uma coisa dessas, e dado que, pensava eu, a norma maior que aqui no blogue nos rege é a do respeito mútuo, sem que ninguém mexa no que não é seu, venho alertar para o perigo de vermos alterado ou, até, eliminado, o nosso trabalho intelectual. Apetece-me perguntar, como o Dr. Spencer Johnson: “Quem mexeu no meu queijo?”. Ou é da minha vista, ou a pergunta vai ficar sem resposta…
Tudo isto me leva à conclusão, impensável até há pouco, de que o mero cargo de coordenador deste blogue, deveria ser desempenhado por um “expert” em ciências computacionais, e não por um generalista qualquer, convencido de que basta vir aqui defender as suas opiniões, auxiliar os restantes em pequenas dúvidas ou dificuldades, e pouco mais.
Quando reina o absurdo...
Informa o JN que Câmara de Gaia despejou uma senhora com um filho porque, tendo-lhe falecido o pai, de quem cuidava e era o titular do arrendamento, ela não tinha direito a continuar na casa; como a notícia não refere a tipologia da casa, e do município também não o esclarecem, não sabemos se poderá dar-se o caso de ser uma habitação demasiado grande para uma família tão pequena mas, mesmo que assim fosse, o correcto seria os responsáveis pela habitação social de Gaia destinarem àquela família monoparental um alojamento de acordo com o número de pessoas que a constituem, e não despejarem-na para eventualmente alojar outros.
Acusam a senhora de ter recusado as alternativas que lhe ofereceram, mas se foi aquilo que dizem ao JN - alojamento temporário num centro de acolhimento de emergência ou num quarto - também parecerá absurdo a qualquer pessoa equilibrada, e ocorre-me perguntar como irá processar a cabeça daquele adolescente uma situação destas, e que consequências lhe poderá trazer para o futuro...
Amândio G. Martins
terça-feira, 26 de novembro de 2024
A MORAL DOS DEFENSORES DAS GUERRAS
O grande argumento dos apoiantes da guerra na Ucrânia, é que esta foi invadida pela Rússia e que isso é uma clara violação do Direito Internacional. Mas omitem todos os antecedentes dessa invasão. Omitem que na região onde ela se verificou, o Donbass, a sua população de tradições e língua russa, há muito exigia um referendo para determinar a sua autonomia. Referendo esse que constava nos Acordos de Minsk. Como se sabe, Francoise Hollande, Ângela Merkel e mais recentemente o ex secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg,confessaram que a sua discussão servira apenas para ganhar tempo e armar o regime fascizante de Zelensky. Regime esse que para abafar o legítimo direito daquele povo à sua autodeterminação, antes da invasão, já tinha provocado imensa repressão e 15 mil mortos. Assim como omitem a questão da NATO. A promessa da sua não expansão para leste incluindo uma futura adesão da Ucrânia como Zelensky tem insistentemente implorado, ficando Moscovo na mira, a minutos, dos misseis do ocidente capitaneado pelos EUA.
E é esta mesma gente que apoia a maior vergonha do nosso tempo, o genocídio na Faixa de Gaza, só comparável ao holocausto nazi. Ainda agora vetaram, os EUA, na Assembleia Geral da ONU, mais uma proposta de cessar-fogo.
Em vez de procurarem a paz à mesa das negociações, única forma dela ser conseguida sem mais derramamento de sangue e ameaças à paz na Europa e no mundo, no fim do mandato, Biden, decide autorizar o governo de Zelensky a utilizar misseis de longo alcance para bombardear a Rússia, fazendo assim escalar a guerra com consequências decerto muito perigosas.
Finalmente, por cá, os responsáveis pela crise em sectores tão importantes como o Ensino onde a falta de professores deixa sem aulas milhares de estudantes. Ou na Saúde, devido ao estado a que deixaram chegar o SNS onde se insere o INEM que devido a diversas e inaceitáveis falhas e insuficiências, provoca mais de uma dezena de mortes. Podemos e devemos acrescentar ainda a crise na habitação e os salários tão exíguos que milhares de trabalhadores empobrecem mesmo a trabalhar. E, claro, as parcas pensões de reforma que colocam tantos portugueses e portuguesas, depois de uma vida de trabalho, perante o triste dilema de comprar medicamentos ou alimentos.
Quando dizem que não há dinheiro, que o país não tem recursos, o secretário-geral da CGTP , Tiago Oliveira, nas grandes manifestações de Lisboa e do Porto do passado dia 9 que a comunicação social dominante deu uma pálida imagem, lembrou que só no primeiro semestre deste ano, os tais responsáveis, os governos do PS e do PSD, permitem que 19 grupos económicos tenham, por dia, lucros de 33 milhões de euros. Os mesmos governos que já canalizaram centenas de milhões de euros para alimentar a guerra na Ucrânia.
É esta a política, a moral, desta gente. Até para minimizar e reverter esse enorme perigo que são as consequências das alterações climáticas que as guerras agravam, é imperioso acabar com elas.
Francisco Ramalho
Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Ganha força a alternativa
Ainda não consegui discernir a lógica que leva a ONU a realizar Cimeiras do Clima em países produtores de poluentes, mas alguma haverá; todavia, o que se tem verificado é que elas servem, no caso concreto, para dar palco àqueles países para poderem defender o seu negócio, como agora se verificou, com o presidente do país anfitrião a verberar a luta dos activistas por uma Terra mais limpa, defendendo que o gás e o petróleo são uma dádiva divina, devendo ser agradecida a Deus e não atacada.
Sabendo-se que os combustíveis fósseis representam o pão com manteiga da maioria das gentes daqueles países, é ingenuidade esperar que eles façam livremente seja o que for para a sua redução, a menos que houvesse no mundo vontade de lhes colocar à disposição as somas equivalentes ao que lhes rendem as explorações; assim, a solução que me parece mais racional é a que já vem sendo posta em prática, no desenvolvimento de energias limpas alternativas ao fóssil, que os vai obrigar a falar menos grosso e a repensar tudo, e eles, como sabem disso, irão aproveitar tudo quanto puderem...
Amândio G. Martins
domingo, 24 de novembro de 2024
Ao c\de José Rodrigues - coordenador da nossa (ou com aspas - nossa), Voz da Girafa
Um Café em Loulé
Na minha última viagem a Portugal,
especialmente à cidade de Loulé, no Algarve, fiz uma pausa para um café num
famoso local da Praça da República, nº 67, no Café Calcinha, ou, simplesmente,
Café do Poeta António Aleixo. Ao sentar-me a uma mesa na parte interior do
estabelecimento, fiz o meu pedido e, com a paciência de quem tem todo o tempo
do mundo, fui inundado por sensações, lembranças e sentimentos inevitáveis.
O prazer de estar
novamente nesse lugar fez-me sentir rico em experiências. A memória levou-me a
revisitar leituras e convívios pessoais, sem esquecer de celebrar o turismo em
Loulé e vivenciar com a alma uma terra de criação, sedução e tradição. Durante
essa pausa de viajante, recordei o tema “Fado das Amendoeiras”, de Ary dos
Santos e Fernando Tordo, interpretado por Carlos do Carmo.
Revisitar na memória essa
canção, enquanto olhava para o monumento de António Aleixo, fez-me reconhecer
que a viagem rompe a rotina quotidiana e nos conduz lentamente ao encontro dos
nossos desejos. Nesse hiato, sentar-me para um café foi também um exercício de
ócio que me permitiu deixar a música revelar, a partir da memória, as essências
do viver sem desperdiçar os detalhes de uma cidade algarvia que, ao mesmo
tempo, faz parte da literatura de António Aleixo; assim, a minha viagem não
perdeu o sentido do movimento.
De facto, a música, a
poesia de Aleixo e a xícara de café fizeram-me refletir que estamos sempre em
busca de (re)encontros marcantes, mesmo que sozinhos, e que a vida tem valor se
temos algo para contar ou uma nova emoção para viver. Estamos sempre à procura
de um café, de um bom livro para ler ou de uma viagem que nos surpreenda, para
não sentirmos falta de quem somos. Com isso, aprofundamo-nos em nós próprios,
sem medo das emoções.
As coisas são simples diante dos meus sonhos. Depois do breve café, sem vontade de partir, olhei para a xícara vazia na mesa em frente ao poeta; levantei-me, pois era necessário continuar a caminhada, com novos destinos para visitar e experienciar. E os outros turistas, ah… esses hão de amar ao visitar esta inspiradora cidade e o emblemático Café Calcinha.
Publicado por Jean Carlos Vieira Santos, Jornal A Voz de Loulé, Algarve (https://www.avozdeloule.com).
sábado, 23 de novembro de 2024
O absurdo da ministra da saúde tutelar o IGAS
O MUNDO À BEIRA DO ABISMO?
Inopinadamente com as malas que já deveria ter feito para ir para casa, e depois de sempre ter dito que não queria uma confrontação com a Rússia, Biden, deu o dito por não dito, e deu luz verde a essa confrontação ao permitir o disparo de misseis de longo alcance contra aquele país. Misseis fornecidos pelos EUA e manuseados por técnicos militares também de lá. Já muito falcões da coligação de 50 países anti-Rússia esfregam as mãos. Nomeadamente a França e a Inglaterra que também têm “ameixas” daquelas ou parecidas e que também querem molhar a sopa.
O professor Viriato Sorumenho Marques, um homem que pensa e é bem informado, e formado, já há tempo que anda a alertar para o perigo que corremos, todos, grande parte da humanidade, ou mesmo toda, se insistirem em tentar abocanhar, encurralar, Rússia. Já Napoleão e depois Hitler com todos os fascista aqui deste lado atrás o tentaram e não conseguiram. Desta vez também não. Só que desta vez, o preço poderá ser muito alto. Para a Europa e provavelmente não só. Quiçá, para todo mundo.
Diz ele que esta coligação dos 50 (os mesmo que apoiam ou fazem vista grossa ao vergonhoso genocídio de Gaza) onde se inclui, claro, a NATO, tem muitíssimo mais poder convencional e parece que vai reunir na próxima terça-feira com o milhafre da Ucrânia. Se decidirem avançar, disse o nosso amigo Viriato a Márcia Rodrigues ontem à noite (Janela Global. Não viram?) estará o caldo entornado. Que nos queimará, mesmo no sentido literal do termo, a todos.
Diz ele que esta miserável aventura (palavras minhas), passará para outro patamar: o nuclear. E o que se procura na guerra, nas guerras, a vitória, não haverá. Perdem todos. Perdemos todos.
Francisco Ramalho
Os pobres nada têm a celebrar - Correcção
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Os obres nada têm a celebrar...
Sapatos de defunto
DO INCÓGNITO AMANHÃ
Meritório é o que realizes
Sem ficar a contar com a herança
Dos que nunca sentiram abastança
Por viver em tempos bem mais difíceis.
Mas se insistes em cometer deslizes
E abusas do tempo de bonança
Desgastas depressa a tua pujança
Desbaratando os dias mais felizes.
Aquilo que te parece improvável
Pode fazer-te um mal incalculável
Se mudar a tua realidade;
Repara só naqueles sem abrigo
De quem foge o que se dizia amigo
Quando teve alguma prosperidade...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Alvorada: Deficitária e embusteira
Ressuscitem a diplomacia
Assertivo como sempre, e acertado como quase sempre, o “Escrito na Pedra” do PÚBLICO de hoje, 19 de Novembro, consignado a Diderot (“Há muito tempo que o papel de sensato é perigoso entre os doidos”), fez-me lembrar o Papa Francisco. Entre os dirigentes do mundo actual, parece ser o único com a sageza e a sensatez suficientes para se aperceber de que os nossos valores não têm de ser coincidentes com os valores de todos os outros, nem, por outro lado, lhes são “superiores”. “Sacar” da arma, à maneira dos cow-boys, parece ser a única forma que esses dirigentes conseguem articular nas suas pequeninas mentes para liderar as comunidades.
Depois de tudo o que aprendemos com as tragédias mundiais que o século XX nos “ofereceu”, talvez já convenientemente esquecido por muitos dos que “mandam”, pasma-se que estes não consigam balbuciar mais do que ameaças e contra-ameaças, no (des)concerto planetário, sem qualquer recurso ao diálogo. Para gáudio dos belicistas, muitos deles sem suspeitarem de que o são, proliferam as guerras, todas “justas” à vista dos seus exclusivos interesses. É tempo de “sacar” do humanismo, sem medos de quaisquer acusações de colaboracionismo, traição ou mesmo cobardia, e bradar: Abaixo as armas, viva a diplomacia.
Das anedotas da Justiça
Diz a notícia do JN que uma senhora, avisada de que em cima do telhado de uma sua propriedade andava um homem desconhecido, foi ao local e retirou a escada usada pelo intruso até que chegasse a GNR, que entretanto chamara; o sujeito, que deu como justificação ter subido para limpar o telhado, sem que a proprietária ou quem quer que fosse lhe tivesse encomendado tal sermão, acusou a senhora de o ter sequestrado e apresentou queixa, tendo o tribunal absolvido a acusada.
Todavia, demonstrando não ter limites para a sua falta de vergonha, e como também não há limites para o absurdo, o indivíduo recorreu daquela sentença e foi-lhe dada razão em segunda instância, para descrédito da Justiça; perante esta inacreditável sentença, a senhora também recorreu, tendo voltado a ser absolvida e reposta alguma dignidade no imbróglio, porque a notícia não diz se o intruso foi condenado por litigância de má-fe, que é o que me pareceria mais decente, ou se porventura ainda irá recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem...
Amândio G. Martins
O grau menos zero do desgoverno
terça-feira, 19 de novembro de 2024
A GRANDE MANIFESTAÇÃO DA CGTP E A COMUNICAÇÃO SOCIAL
A CGTP-IN realizou no passado dia 9 em Lisboa (e no Porto), uma grande manifestação pelo aumento dos salários e pensões, pela defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado. Pela sua dimensão, supomos que surpreendeu muita gente. Mas surpreendeu quem lá esteve! Quem não esteve, não teve essa impressão. A comunicação social dominante, como habitualmente, não quis que tivesse.
Para se ter uma ideia, quando acabou de sair do Cais do Sodré, já os primeiros manifestantes chegavam ao Rossio.
Não sabemos bem como foi tratada pela generalidade dos media, mas sabemos por alguns: Antena1, Rádio Renascença e SIC-Notícias, que não deve ter sido muito diferente dos outros.
Disse a rádio pública: foram “milhares de pessoas”. Não sendo objetiva, mesmo assim, dos três, foi a mais fidedigna. A estação de televisão e a de rádio, avaliaram em “mais de mil pessoas”. Uma tristeza! Para não usar um merecido termo bem mais forte. Mais de mil, podiam ser mil e uma, ou 40, 50 ou mesmo 60 mil, que foi o que aconteceu.
Deveriam referir, pelo menos, dezenas de milhar.
É mais um exemplo de como os media, os donos deles, disto tudo, tratam a maior central sindical deste país e as forças mais consequentes da oposição. Para manipular e desanimar o povo, contribuindo assim, para esta democracia condicionada.
Do discurso do secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, que focou os principais problemas que afetam os trabalhadores e o país, apenas uns respigos. E teriam muito para dizer!
Por exemplo: “ A real situação é a continuação do empobrecimento de quem trabalha ou de quem trabalhou. Não é justo que tenhamos no nosso país 2,7 milhões de trabalhadores que ganham menos de 1000 euros brutos por mês(…) Não é justo que 850 mil trabalhadores recebam apenas o SMN. Como não é justo que na Administração Pública, dos 750 mil trabalhadores que a compõem, 160 mil ganhem o salário mínimo. Os argumentos são sempre os mesmos: a economia não aguenta, o país não aguenta. Logo, não pode haver aumentos salariais. Mas, enquanto dizem isto, 19 grupos económicos lucraram, no primeiro semestre de 2024, por dia, 33 milhões de euros.”
Sobre outro assunto fundamental, a produção nacional : “Não é aceitável que o país abdique de setores industriais fundamentais e se reduza a economia à dependência do turismo. (…) Tínhamos a Sorefame, fazíamos os nossos próprios comboios. Desapareceu. Tínhamos Estaleiros Navais. Deram um grande grande rombo na nossa industria naval. Temos a TAP, mas pelos vistos não serve para o Estado, mas serve para o setor privado do capital transnacional. Tínhamos a EFACEC, mas também foi passada para grupos multinacionais.”
Abordou outros problemas da responsabilidade de quem nos tem (des)governado há décadas. Como o descalabro no Serviço Nacional de Saúde ou o OE para 2025. E terminou: “Vamos intensificar a ação reivindicativa e a luta, nas empresas e nas ruas, na oposição à política que está no Orçamento e que virá para além dele.”
Francisco Ramalho
Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE
segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Troca-tintas
ARTIFÍCIOS
Não tendo o dom da palavra inspirada
Garatujo sobre o que vejo e sinto
No desumanizado labirinto
Donde a decência se viu arredada.
Porque a tanta pobreza envergonhada
O que prometem tem sabor de absinto
Travo de fel na boca do faminto
Da gente que sempre é ludibriada.
Crendo que o povo tudo lhes consente
Para seguirem com a sua agenda
Atiram uns amendoins à gente;
Cabe-nos denunciar artifícios
E a aliciadora lengalenga
Que sempre termina em mais sacrifícios...
Amândio G. Martins
Carris Metropolitana/Alvorada deficitárias
domingo, 17 de novembro de 2024
O complexo da ministra
sábado, 16 de novembro de 2024
Bota Alta e a Fadista
No último mês de outubro de 2024, fui ao
Restaurante e Casa de Fados Bota Alta, na cidade de Évora, Patrimônio da
Humanidade, no Alentejo, em Portugal. Esse ambiente típico, com um acervo
decorativo inestimável, está localizado no coração do circuito fortificado e é
frequentado por portugueses e estrangeiros; por isso, representa um espaço
primordial onde o fado e a gastronomia alentejana se fazem presentes na
experiência das pessoas, turistas ou não, de diferentes lugares do mundo.
Ao longo desse percurso viajante, entre as
muralhas de Évora, mobilizei minhas palavras com a voz da fadista Inês
Villa-Lobos, a qual se fez no silêncio, nas palavras cantadas, nos sentimentos e
na emoção do público presente. No caso dessa geografia e da minha percepção,
não há como desassociar a casa Bota Alta da musicalidade e viola de fados de
Inês, como inspiração e arte de um mesmo movimento.
Entre vários momentos marcantes dessa noite no
outono alentejano, registro a interpretação da fadista com “Saudades do Brasil
em Portugal”, tema
de Vinicius de Moraes. Foi um encontro inesperado com a poesia conhecida por
nós em um destino repleto de saudades que nos carrega por outros cantos. A ocupação
do espaço pela marcante voz de Inês Villa-Lobos e a poesia brasileira incidiram
positivamente na viagem, na música e em nossos sonhos.
Presente em uma noite fria de reencontro com o
fado, a viola e a guitarra, pude perceber as potencialidades dessa música que
atravessa grandes mares em pleno processo de mundialização. Em meio a um
contexto de observação da experiência vivida, me torno incapaz de pensar em
Évora apenas pelos seus monumentos, casas pintadas de branco, cafés ou todas as ruas que terminam na
Praça do Giraldo.
De fato, esse tempo efêmero proporcionou a
contemplação, o conhecimento, a envolvência e a certeza da descoberta de um
lugar incomparável, capaz de proporcionar prazeres inigualáveis e experiências que
terminam apenas quando deixamos essa estação chamada vida. Também tive a
impressão de que a viagem interior é intangível, mas devemos continuar com a
celebração das vozes e casas de fados.
Antes de acrescentar o ponto-final neste texto, destaco outro ápice da visita: o agasalho da lareira e a recepção da Senhora Esperança, também cantadeira e proprietária da casa, que nos acolheu com extrema gentileza e atenção. Foi uma noite memorável, saborosa e emocionante entre as muralhas de Évora. Recomendo o lugar e voltarei com certeza!
Texto publicado no Jornal Mundo Lusíada (São Paulo, Brasil): https://www.mundolusiada.com.br/bota-alta-e-a-fadista/
sexta-feira, 15 de novembro de 2024
CHAMA-LHE FILHA, CHAMA-LHE…
Esta história das falhas do INEM que já provocaram mais de uma dezenas de mortes, dá pano para mangas. E é, evidentemente, pelas já graves consequências e não só, de uma tristeza completa.
O último episódio, Montenegro acusa o Governo anterior do alternante PS, de desvio de verbas do orçamento do INEM para outras funções. E Medina desmente. Faz lembrar aquele tão conhecido ditado popularucho e rasca; “Chama-lhe, filha, chama-lhe puta, antes que ela chame a ti!”
Diria que é difícil saber quem é que tem mais culpa no lamentável estado em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde onde o Instituto Nacional de Emergência Médica se insere. Mas não digo. Digo que tem ainda mais culpa por se reclamar de socialista e por ter mais tempo no Governo, o PS.
Mas a tristeza não se fica por aqui. O que já não era nada pouco! É a saúde e a vida dos portugueses que está em causa. Sobretudo, evidentemente, dos mais pobres. A esmagadora maioria, o povo. Ela torna-se ainda mais triste, a tristeza, passe o pleonasmo, porque é esse mesmo povo que sistematicamente coloca os alternantes no poder.
Como se não houvesse alternativa. Mas há! E se não houvesse, o povo que a criasse.
Sadismo? Não. Imbecilidade. Mas não sou eu que o diz! (Embora concorde) foi Guerra Junqueiro : “Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio”.
Não se manterá atual?
Francisco Ramalho
Assim nos tratam da saúde
Tendo entrado de tamancos no Ministério da Saúde, menorizando, ofendendo e desqualificando toda a gente que estava, atribuindo-lhe os seus próprios defeitos, a figura que Montenegro escolheu para tão sensível e delicada função vem demonstrando, em todas as suas decisões e declarações, que está longe de ser a pessoa que o Serviço Nacional de Saúde anseia; de facto, a pesporrente senhora não tem revelado a menor competência empática para proporcionar à diversidade de profissionais daquela específica área a paz de espírito necessária para se devotarem a tratar da saúde das pessoas que a eles acorrem.
Custa a crer que o líder do Governo não tenha podido encontrar, na gente da sua área política, alguém com mais capacidade para tão importante função, e chego a pensar que escolheu precisamente aquela pessoa por ela se ter desentendido com o então director de SNS; todavia, se foi esse o critério, podia ter optado pelo anterior Bastonário dos médicos, que foi sempre muito exigente com a anterior governação, e até aceitou ser deputado...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Cansaço
CANTIGAS DE EMBALAR
Prometem que um dia tudo vai estar bem
Mas entretanto a gente fenece
Farta da vida entre o choro e a prece
Esperando algo que nunca mais vem.
Dando o seu voto a quem a entretém
Com tanta propaganda que entorpece
Pergunta por que nada a favorece
E ouve que é do meio de onde provém.
Já não falta tudo para progredir
Garantem-lhe que o bem-estar há-de surgir
Mas será prudente esperar sentada;
Vale-lhe a sua idiossincrasia
Que a leva a encarar com bonomia
As patranhas que a mantêm sequestrada...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
AUMENTAR SALÁRIOS E PENSÕES
Realizou-se no dia
09.11.2024 uma manifestação nacional promovida pela Confederação Geral dos
Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), durante a manhã,
no Porto e de tarde, em Lisboa.
Os objectivos da manifestação,
em que participaram milhares de trabalhadores, foram a luta por aumento de
salários e pensões, defesa dos serviços públicos e funções sociais do Estado,
resolução dos problemas do País.
O IMPERIALISMO, OS VASSALOS E O PAPÃO RUSSO
Com a eleição de Trump que se deveu à manipulação mediática e à desilusão com as políticas do governo Biden/Kamala, o papão russo, corporizado em Putin, voltou a ser ainda mais agitado, devido ao pavor dos vassalos à propalada desproteção do guarda chuva de segurança norte-americano à Europa do lado de cá.
Ângela Merkel e Macron, já tinham publicamente confessado que a discussão dos Acordos de Minsk (que podiam ter evitado a continuação e intensificação da guerra na Ucrânia) serviram apenas para ganhar tempo e armar o regime de Zelensky. E em conjunto com as inúmeras sanções, fazer a maior mossa possível, à Rússia. Com a mesma intenção se deveu, ao contrário do que tinham prometido, a expansão da NATO para leste, como confessou também recente e publicamente, o seu anterior secretário-geral, Stoltenberg. Mas depois, os vassalos do império, colocaram e colocam a coisa ao contrário: “Se Putin não é detido, não se ficará só pela Ucrânia.” Virá por aí abaixo e só pára no Samouco. Para meter água. Portanto, há que abrir os cordões à bolsa e investir em força na “segurança coletiva da Europa”, e pedir a todos os santinhos para que Trump não concretize as ameaças de descurar o financiamento à NATO.
Pode custar-nos ainda muito mais caro esta subserviência ao imperialismo norte-americano que com democratas ou republicanos, visa a confrontação com a Rússia, com a China e com quem se lhe opor à velha pretensão de hegemonia global. Estando-se nas tintas para o Direito Internacional e Direitos Humanos, como prova o total apoio de ambos os partidos à guerra no Médio Oriente e a essa imensa vergonha que é o genocídio, o extermínio, em Gaza. Em relação à Ucrânia, apesar das fanfarronices de Trump, veremos.
Voltando às eleições nos EUA, ao contrário do que diz a imprensa de lá e a domesticada de cá, não existiam apenas os candidatos dos partidos democrata e republicano. Para além de outros, por exemplo, Jill Stein do Green Party of the United States ou Claudia de la Cruz do Party for Socialism and Liberation, também foram candidatos mas praticamente silenciados. Ambos se opõem ao genocídio em Gaza e ao apoio a Israel. Um dos lemas De la Cruz, é mesmo este: “Acabar com o capitalismo antes que ele acabe connosco”. Jill Stein, defende a dissolução da NATO, a educação pública e gratuita e a nacionalização da banca.
A vitória do boçal e prepotente candidato da extrema direita, deveu-se fundamentalmente às políticas antissociais e de proteção dos lobies do armamento, da banca, dos grandes grupos económicos e judaicos que financiam as campanhas dos candidatos destes dois partidos. Obviamente, ao contrário da tradicional demagogia e populismo do partido de Trump e seus congéneres, como o Chega, o seu futuro governo não vai resolver o grave problema de um dos países com maiores desigualdades do mundo. 40 milhões de pobres, 700 mil pessoas a viverem na rua e sem assistência universal de saúde e segurança social, onde o fosso entre estes, e os multimilionários, cresce incessantemente. Assim como permanece, a ameaça à paz mundial.
Francisco Ramalho
Embaucadores
ATREVIMENTOS
Bem menos lúcidos que alucinados
Tudo lhes parece estar ao alcance
É só saber aproveitar a chance
Que surge aos que se apresentam ousados
Convencidos de estar bem preparados
Jogam decididamente o seu lance
Não tendo reparado na nuance
Que pode dar os cálculos errados.
Quando tudo lhes parece correr bem
Com caminho aberto para ir além
Por não se vislumbrar nada que impeça;
É quando por sentirem-se à vontade
Lhes vai surgir a contrariedade
O mais inesperado se atravessa...
Amândio G. Martins
terça-feira, 12 de novembro de 2024
OE25: A novela continua...
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
A macroeconomia não se come
É voz corrente que, entre os factores da derrota de Kamala Harris, se encontra a crescente penúria da classe média norte-americana. Se a economia, lá, brilha florescente, com todos os indicadores a cintilar, como se compreende que os eleitores a tenham “chumbado”? O desemprego está baixíssimo, mas com salários reais que diminuem; a inflação começou a descer, mas não chegou nem chegará nunca a fazer com que os preços desçam, passando apenas a subir menos. Faz lembrar a “esclarecedora” afirmação de Luís Montenegro, quando, em pleno governo Passos Coelho, nos dizia que a economia do país estava boa, os portugueses é que não.
O “paradoxo” não existe. Já que, nos países desenvolvidos, o PIB não pára de crescer, ao mesmo tempo que as demografias se mantêm relativamente estáveis, sendo necessário compensar a sua falta de dinamismo com a imigração, o resultado “lógico” da relação só poderia ser o aumento do “dinheiro no bolso”. Mas não é, e os eleitores começam a ver que o simples cálculo de um quociente está a ser mal feito, e, à cautela, mudam de “operador”. Daqui a quatro anos, mudarão outra vez, mas só se puderem.
Público - 12.11.2024
domingo, 10 de novembro de 2024
A GRANDE MANIFESTAÇÃO DA CGTP E OS MEDIA
Não vou entrar aqui em pormenores sobre a grande manifestação de ontem em Lisboa da CGTP, porque penso fazê-lo na edição de 19 deste mês do jornal O SETUBALENSE.
Mas não podia, para já, deixar passar em claro o miserável tratamento mediático que lhe foi dado por órgãos de comunicação social de que tive conhecimento (Antena1, Rádio Renascença e SIC-Notícias) que serão, com certeza, exemplo da generalidade.
Não só participei na referida manifestação, como procurei aferir a sua dimensão. Apenas este exemplo: quando acabou de sair do Cais do Sodré, já a frente chegava ao cimo da Rua Augusta. Portanto, talvez mais de 2 quilómetros. Aliás, deve ter surpreendido muita gente. Eu fui um deles.
A Antena1 falou em “milhares de pessoas”. Não sendo objetiva, mesmo assim, foi a mais fidedigna. A SIC Notícias e a Renascença disseram que foram “mais de mil pessoas”. Portanto, podiam ser mil e uma, 10, 50, 100 mil, etc. Mas a ideia com se fica, com mais de mil, será mil e tal, mil e poucos. Porque, para serem honestos, teriam de falar pelo menos em dezenas de milhar. Assim como a Antena1.
Claro que não se pode aferir exatamente, nestes casos, números exatos. Mas pela experiência já tão longa que o pessoal do meio tem, as diferenças nunca serão significativas.
Conclusão, claro que também não sei exatamente, mas pelo que já disse, foram seguramente dezenas de milhar. Talvez 4, 5 ou mesmo 6.
É mais um, entre tantos exemplos, de como os donos dos media, os donos disto tudo que eles representam, querem que se trate a CGTP e a verdadeira oposição. Para manipular e desanimar o povo.
Francisco Ramalho
A pesada herança
Recordo com alguma saudade os primeiros tempos que se seguiram à revolução democrática, quando as coisas começavam a extremar-se, e os episódios anedóticos fabricados para atingir as principais figuras políticas e militares se multiplicavam, com os seus detractores a explorar tudo que pudesse desqualificá-las; havia pessoas que assumiam claramente uma opção partidária, e outras que escondiam na gola do casaco vários “pin”, para poder usar o que mais conviesse em cada situação, conforme a tendência do interlocutor.
E quando ouviam Mário Soares discursar, dizendo que os fascistas tinham deixado ao país uma herança pesada, os saudosistas do passado concordavam jocosamente, que era mesmo muito pesada, centenas de toneladas de ouro, que era o fetiche deles, que ainda hoje alguns usam, queixando-se de o regime democrático ter dado cabo de tudo, nem querendo saber que o ouro continua bem guardado no Banco de Portugal.
Vem isto a propósito da lengalenga cansativa de um Leitão chamado Amaro, no papel de ministro da propaganda de Montenegro, que para justificar a inépcia da governação actual, que não há propaganda que disfarce, não faz outra coisa que não seja atirar com a culpa de tudo para o anterior governo plagiando, sem nenhum pudor, que a herança que receberam é muito pesada...
Amândio G. Martins
sábado, 9 de novembro de 2024
Imperadores e alguns"jornalistas"
Tempo de mais e maiores trevas com Trump
QUEM PROMOVEU TRUMP
Sabiam que na tão propalada e promovida “maior potência do Mundo”, a par das maiores e crescentes fortunas, existem 40 milhões de pobres? E 700 mil pessoas a viverem na rua, e onde não existe um sistema universal de saúde e assistência social.
É esta a herança do governo do Partido Democrata. De Biden/Kamala. Claro que é também dos governos do partido de Trump (Republicano). Mas qual é que, como aqui o PS, se reclama de progressista e de esquerda? Além disso, e ao contrário do que se depreende da imprensa de lá e da domesticada de cá, Trump e Kamala não foram os únicos candidatos à presidência.
Entre outros, por exemplo, Jill Stein do Green Party of the United States ou Claudia de la Cruz do Party for Socialism and Liberation.
Ambos, ao contrário dos dois partidos alternantes, são contra a guerra no Médio Oriente, o genocídio em Gaza e contra o apoio a Israel. O primeiro, defende mesmo a dissolução da NATO e a nacionalização da banca. E um dos lemas do segundo, é este” Acabar com o capitalismo antes que ele acabe connosco”.
Foram ambos, e outros, silenciados. Lá, cá, e não só! Evidentemente.
Francisco Ramalho
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
Olfactos tendenciosos
Tenho a esperança, não muito secreta, de que Maria João Marques (M.J.M.), no seu próximo artigo semanal, virá retractar-se do que escreveu no PÚBLICO do passado dia 6, designadamente quanto ao ataque feroz ao chefe do governo espanhol, a par da “limpeza” da imagem do governo autonómico de Valência, que até engloba o Vox. M.J.M. tem todo o direito de se situar politicamente onde quiser, e de apoiar, ou atacar, quem quiser, mas a verdade é que a mensagem subliminar do seu artigo só acontece porque o visado lhe “cheira” a esquerda, mesmo que soft. Não duvido de que Sánchez possa ter responsabilidades na insuficiência dos apoios decididos para a região. Já duvido de que tenha tantas quanto o presidente do governo autonómico, Carlos Mazón, que, valha a verdade, M.J.M. considera incompetente e responsável pela situação. M.J.M. não teria conhecimento do texto de Sofia Lorena, na mesma edição, publicada 11 páginas depois do seu próprio texto, mas, neste momento, já certamente o leu, motivo que nos encoraja a aguardar serenamente pela tal retractação.
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
A AMÉRICA PARA A OS AMERICANOS
A boçalidade e a prepotência subiram ao poder. O extermínio em Gaza e à volta, ganhou novo alento?
E a alternativa? Não era também o apoio à carnificina ali, e a continuação da guerra na Europa?
Solução?
Cada macaco no seu galho. A América para os americanos, a Europa para os europeus e assim sucessivamente.
Paz e cooperação. Este é que é o caminho justo. E enquanto não se conseguir, temos o direito e o dever de sermos solidários com os povos vítimas da selvajaria e de quem a apoia.
Não às guerras e aos genocídios como o da Palestina que Trump continuará a apoiar e que Kamala, como vice-presidente do governo do seu partido e de Biden, apoiou e apoiaria.
Francisco Ramalho
terça-feira, 5 de novembro de 2024
BASTA ASSUMIRMOS A NOSSA CONDIÇÃO DE HUMANOS
À hora que escrevo, registam-se cerca de 200 mortos e ainda, segundo autoridades espanholas, “dezenas e dezenas” de desaparecidos devido ao temporal que se abateu sobre a região de Valência. Para os mortos já confirmados e para os que, infelizmente, se vierem a confirmar, foi o fim do mundo. Assim como o foi, para milhares, milhões, de todas as vítimas de outros temporais que ocorrem um pouco por todo o mundo; chuvas torrenciais, furacões ou secas persistentes que cada vez mais frequente e intensamente, se têm verificado.
Claro que todos lamentamos, mas poucos alteram o seu comportamento para não continuarmos a alimentar esse “ monstro” que são as alterações climáticas. A começar, evidentemente, pelos mais responsáveis: os principais acionistas e diretores de grandes empresas e grupos económicos e os governantes. Mas também individualmente! Todos somos mais ou menos culpados. Em teoria, individualmente, somos mesmo os mais culpados. Se tivéssemos um comportamento mais cívico, se não conspurcássemos também o espaço público, se interviéssemos bem mais, junto da minoria que mais abusa e, publicamente, onde nos seja possível e, sobretudo, elegendo governos que não permitissem às grandes empresas e grupos económicos práticas lesivas do ambiente que apenas visam o lucro, ou pressionando a maioria dos governos que o permite, estaríamos todos no caminho da sustentabilidade e da vida do e no planeta que habitamos.
É verdade! será utopia? Se não intervimos, nem pouco mais ou menos, o suficiente, para se evitar ou pôr termo, a crimes tão graves, hediondos e miseráveis como os que estão a acontecer no Médio Oriente, com testemunhos que nos dizem que crianças são mortas com um tiro na cabeça ou no peito, se não nos impomos aos milhões, para parar este macabro e vergonhoso comportamento, sobretudo no “campo de extermínio de Gaza” (como lhe chamou Viriato Soromenho Marques no seu artigo de opinião de 26.04.24 no DN) e já militares se recusam a colaborar e que a maioria da imprensa dos EUA e aliados, cala, evidentemente, muito menos nos impomos para deixar de alimentar o tal “monstro” das tempestades e das secas.
Só que, se não o fizermos, vai ser o fim do mundo cada vez para mais gente. Basta estarmos minimamente atentos. Mas, além disso, não é o que prática e unanimemente nos dizem especialistas na matéria? Não é o que, em apelos dramáticos, nos diz (com certeza baseado em dados e na opinião dos referidos) António Guterres na sua condição de Secretário-Geral da Nações Unidas?
Portanto, as alterações climáticas são uma das grandes ameaças para a vida no planeta. A outra, como já aqui em O SETUBALENSE referimos, são as guerras. Para além de reforçarem as primeiras, provocam o fim do mundo para milhares e milhares. E, em ultima instância, quiçá, para milhões e milhões. As primeiras, podem ser minimizadas, as segundas, podem mesmo acabar totalmente. Basta pura e simplesmente uma coisa: assumirmos a nossa condição de humanos.
Francisco Ramalho
Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
Inútil e excessivo
ESPALHAFATO
Somos senhores das palavras poupadas
Mas escravos de tudo o que dissermos
E se controlar isso não soubermos
Surgirão complicações escusadas.
Para evitar desculpas recusadas
Pese a sinceridade que mostremos
Melhor é medir bem o que dizemos
Usando palavras mais ponderadas.
Poucos ouvem aquilo que dizemos
Mas sempre que a falar nos descuidemos
Não faltará quem realce o que está mal;
Embora sendo um membro bem pequeno
Da língua poderá saír veneno
Para delícia da miséria moral...
Amândio G. Martins
Eleições nos EUA
domingo, 3 de novembro de 2024
NÃO TE SUBMETAS VELHA EUROPA!
Queremos-te livre e soberana das praias de Portugal aos Urais, querida e velha Europa. Não te submetas! Não percas a dignidade. Como disse o Fausto, e livra-te de imitações. Mantém firme o teu legado de berço do Ocidente.
Se os imperialistas do outro lado do Atlântico ganhassem a guerra, ias continuar ainda mais submetida a eles durante muito tempo. Perdias mais importância e dignidade.
Uns dos grandes golpes na tua unidade, foi o rebentamento do oleoduto do leste (Nord Stream) que abastecia o teu lado de cá. Só unida e cooperante, serás forte. Por isso é que te querem dividida. Para reinarem. Para te dominarem.
Mais importante do que suceder terça-feira na sede império yankee, é a tua liberdade, unidade e soberania.
Francisco Ramalho
Autosuficiência trágica
Sendo claro que o sectarismo ideológico só prejudica a gente, mesmo assim há responsáveis políticos que preferem vincar essa marca, sejam quais forem as circunstâncias, e a gente que se lixe, como agora se verificou em Espanha, em zonas que, tendo sido atingidas por uma catástrofe nunca ali vista, podiam ter sido poupadas muitas vidas, se o presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, do Partido Popular, tivesse prestado atenção aos avisos dos especialistas da meteorologia do país, que previam para a zona uma grande tempestade; todavia, apesar de os alertas terem sido difundidos com 24 horas de antecedência, os responsáveis políticos daquela região - gente que, para poder tirar do poder os socialistas, se aliou com os extremistas de Vox, porque não ganharam as eleições - que desdenham e desvalorizam tudo que venha do Estado Central, se não for governado pelo seu partido, foram surpreendidos sem ter tomado nenhuma medida que minimizasse a desgraça.
De facto, só quatro dias depois se viram obrigados, pela evidência da tragédia, a recorrer ao Governo da nação para que enviasse forças de socorro e equipamentos para desobstruír e reconstruír o que fosse mais urgente, como vias de comunicação, abastecimento de água e energia e desenterrar do lodo os corpos da gente desaparecida; é que no sistema político pós ditadura, o Estado Central não pode intervir nas autonomias sem que seja solicitada a sua ajuda, tornando-se ainda mais delicado se quem as governa é gente de partidos da oposição, sempre muito ciosos do seu poder e recusando qualquer interferência que não seja o que esteja previsto na Constituição...
Amândio G. Martins
sábado, 2 de novembro de 2024
25 DE NOVEMBRO FOI UM GOLPE DE E DA DIREITA
A direita confirmou
na Assembleia da República, no passado dia 22 de Outubro, com a sua homenagem e
votação, que o 25 de Novembro foi um golpe de direita, para tentar apagar e
acabar com o 25 de Abril, iniciando um processo contra-revolucionário, através
da política de direita praticada pelos sucessivos governos durante os últimos 48
anos (com a excepção da «geringonça»), constituindo um sério retrocesso, não
eliminando e ocasionando mais pobreza, desigualdades, impedindo mais justiça
social e melhores condições de vida para a maioria dos portugueses.