quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Alvorada: Deficitária e embusteira

Em cada autocarro da Carris Metropolitana/Alvorada há um dístico com o número de telefone e o endereço electrónico, também, para reclamações. Muito bem mal! Porquê? Como cliente, com passe pago no início do mês (pagar adiantado é-se destratado), fui maltratado por motoristas. Fiz uma reclamação, via e-mail e veio devolvida(!). Telefonei e esperei para ser atendido 15 minutos(!). O funcionário perguntou se o endereço estava bem escrito, duas vezes...«tresleu» a questão e quis desviar o assunto.... Repeti: Porque foi devolvida a reclamação? Não soube (ou tem ordem para não saber) atender. Dei-lhe o meu e-mail e disse: Pode confirmar a minha reclamação. Respondeu: «não serve para o caso»[?]. Despedi-me: boa tarde, bom trabalho, com licença e não desliguei...ouvi um silêncio ensurdecedor e após quase um minuto desligou.... Fez sentido. A caixa do correio da Alvorada está cheia para os reclamantes desistirem. A formação dos trabalhadores é deficitária. A Alvorada é embusteira!

Ressuscitem a diplomacia



Assertivo como sempre, e acertado como quase sempre, o “Escrito na Pedra” do PÚBLICO de hoje, 19 de Novembro, consignado a Diderot (“Há muito tempo que o papel de sensato é perigoso entre os doidos”), fez-me lembrar o Papa Francisco. Entre os dirigentes do mundo actual, parece ser o único com a sageza e a sensatez suficientes para se aperceber de que os nossos valores não têm de ser coincidentes com os valores de todos os outros, nem, por outro lado, lhes são “superiores”. “Sacar” da arma, à maneira dos cow-boys, parece ser a única forma que esses dirigentes conseguem articular nas suas pequeninas mentes para liderar as comunidades.

Depois de tudo o que aprendemos com as tragédias mundiais que o século XX nos “ofereceu”, talvez já convenientemente esquecido por muitos dos que “mandam”, pasma-se que estes não consigam balbuciar mais do que ameaças e contra-ameaças, no (des)concerto planetário, sem qualquer recurso ao diálogo. Para gáudio dos belicistas, muitos deles sem suspeitarem de que o são, proliferam as guerras, todas “justas” à vista dos seus exclusivos interesses. É tempo de “sacar” do humanismo, sem medos de quaisquer acusações de colaboracionismo, traição ou mesmo cobardia, e bradar: Abaixo as armas, viva a diplomacia. 


Público - 20.11.2024

Das anedotas da Justiça

 

Diz a notícia do JN que uma senhora, avisada de que em cima do telhado de uma sua propriedade andava um homem desconhecido, foi ao local e retirou a escada usada pelo intruso até que chegasse a GNR, que entretanto chamara; o sujeito, que deu como justificação ter subido para limpar o telhado, sem que a proprietária ou quem quer que fosse lhe tivesse encomendado tal sermão, acusou a senhora de o ter sequestrado  e apresentou queixa, tendo o tribunal absolvido a acusada.

 

Todavia, demonstrando não ter limites para a sua falta de vergonha, e como também não há limites para o absurdo, o indivíduo recorreu daquela sentença e foi-lhe dada razão em segunda instância, para descrédito da Justiça; perante esta inacreditável sentença, a senhora também recorreu, tendo voltado a ser absolvida e reposta alguma dignidade no imbróglio, porque a notícia não diz se o intruso foi condenado por litigância de má-fe, que é o que me pareceria mais decente, ou se porventura ainda irá recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem...

 

Amândio G. Martins

O grau menos zero do desgoverno

Nos oito anos transactos de desgovernação de Costa, os casos, casões e corrupções abundaram e, no SNS, a prática política desta gente originou uma debandada para a mercantilização da saúde, com o ámen do PSD. A ministra da Saúde, PS, demitiu-se por uma grávida ter morrido... A actual, mais do que medíocre ministra da Saúde, já tem 12 mortes às costas! Diria como o brilhante BARTOON Luís Afonso, no Público que, a ministra se deve demitir 12 vezes(!). O primeiro-ministro, visitou em Julho o INEM. Resolvia a situação comatosa do SNS em 60 dias. Até agora nada aconteceu. Pior, disse que o governo não deve andar atrás de pré-avisos de greve(!). Pode, deve, sendo sua obrigação andar, porque se trata do INEM - serviço de vida ou morte! Faz sentido, é contra as greves. Não dizemos que ele e a ministra são criminosos mas, são relaxados pelas mortes, devendo ser judicializados por negligência? Para quem acreditava, com esperança e dava força, inicialmente ao executivo, PSD/CDS ou é tolo, ignorante, politicamente desonesto ou interesseiro... podem limpar as mãos à parede!

terça-feira, 19 de novembro de 2024

 

A GRANDE MANIFESTAÇÃO DA CGTP E A COMUNICAÇÃO SOCIAL


A CGTP-IN realizou no passado dia 9 em Lisboa (e no Porto), uma grande manifestação pelo aumento dos salários e pensões, pela defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado. Pela sua dimensão, supomos que surpreendeu muita gente. Mas surpreendeu quem lá esteve! Quem não esteve, não teve essa impressão. A comunicação social dominante, como habitualmente, não quis que tivesse.

Para se ter uma ideia, quando acabou de sair do Cais do Sodré, já os primeiros manifestantes chegavam ao Rossio.

Não sabemos bem como foi tratada pela generalidade dos media, mas sabemos por alguns: Antena1, Rádio Renascença e SIC-Notícias, que não deve ter sido muito diferente dos outros.

Disse a rádio pública: foram “milhares de pessoas”. Não sendo objetiva, mesmo assim, dos três, foi a mais fidedigna. A estação de televisão e a de rádio, avaliaram em “mais de mil pessoas”. Uma tristeza! Para não usar um merecido termo bem mais forte. Mais de mil, podiam ser mil e uma, ou 40, 50 ou mesmo 60 mil, que foi o que aconteceu.

Deveriam referir, pelo menos, dezenas de milhar.

É mais um exemplo de como os media, os donos deles, disto tudo, tratam a maior central sindical deste país e as forças mais consequentes da oposição. Para manipular e desanimar o povo, contribuindo assim, para esta democracia condicionada.

Do discurso do secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, que focou os principais problemas que afetam os trabalhadores e o país, apenas uns respigos. E teriam muito para dizer!

Por exemplo: “ A real situação é a continuação do empobrecimento de quem trabalha ou de quem trabalhou. Não é justo que tenhamos no nosso país 2,7 milhões de trabalhadores que ganham menos de 1000 euros brutos por mês(…) Não é justo que 850 mil trabalhadores recebam apenas o SMN. Como não é justo que na Administração Pública, dos 750 mil trabalhadores que a compõem, 160 mil ganhem o salário mínimo. Os argumentos são sempre os mesmos: a economia não aguenta, o país não aguenta. Logo, não pode haver aumentos salariais. Mas, enquanto dizem isto, 19 grupos económicos lucraram, no primeiro semestre de 2024, por dia, 33 milhões de euros.”

Sobre outro assunto fundamental, a produção nacional : “Não é aceitável que o país abdique de setores industriais fundamentais e se reduza a economia à dependência do turismo. (…) Tínhamos a Sorefame, fazíamos os nossos próprios comboios. Desapareceu. Tínhamos Estaleiros Navais. Deram um grande grande rombo na nossa industria naval. Temos a TAP, mas pelos vistos não serve para o Estado, mas serve para o setor privado do capital transnacional. Tínhamos a EFACEC, mas também foi passada para grupos multinacionais.”

Abordou outros problemas da responsabilidade de quem nos tem (des)governado há décadas. Como o descalabro no Serviço Nacional de Saúde ou o OE para 2025. E terminou: “Vamos intensificar a ação reivindicativa e a luta, nas empresas e nas ruas, na oposição à política que está no Orçamento e que virá para além dele.”

Francisco Ramalho


Publicado hoje também no jornal O SETUBALENSE







segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Troca-tintas

 

 ARTIFÍCIOS

 

Não tendo o dom da palavra inspirada

Garatujo sobre o que vejo e sinto

No desumanizado labirinto

Donde a decência se viu arredada.

 

Porque a tanta pobreza envergonhada

O que prometem tem sabor de absinto

Travo de fel na boca do faminto

Da gente que sempre é ludibriada.

 

Crendo que o povo tudo lhes consente

Para seguirem com a sua agenda

Atiram uns amendoins à gente;

 

Cabe-nos denunciar artifícios

E a aliciadora lengalenga

Que sempre termina em mais sacrifícios...

 

Amândio G. Martins

 

Carris Metropolitana/Alvorada deficitárias

A Carris/Alvorada, com chorudos e generosos milhões de euros pagos pelo (nosso) erário público aumentou as carreiras. Mal feito fora. Motoristas dizem-me, que o concurso foi feito à medida da Alvorada.... Perguntamos: Deram formação geral aos motoristas, ensinaram-lhes as regras de boa educação para com os clientes, nomeadamente com os mais antigos nos tempos de espera obrigatória para se sentarem, tendo visto gente antiga a aleijar-se com sangue!, e, a mim, se não fosse a minha agilidade seria entalado antes de sair! Protestei alto: 'Tem de esperar!' O condutor sem pedir desculpa ainda lançou impropérios... e, um outro, interpelado por mim, porque velocidade estava acima das normas, exasperou-se: «Tá calado(!), senta-te e aproveita a viagem». Este mesmo, nem parou, noutra ocasião, porque estava fora da paragem 3metros(!). Só não participei deles porque imigrantes, pelo respeito ao seu ganha-pão, maior do que o respeito por eles mesmos! Quem tem passe, da carreira 1245 neste caso, paga adiantado e, é muito mal servido. A supressão de horários continua! Os autocarros na maioria das vezes vêm antes do horário(!). E, se fizermos alguma pergunta, acerca, temos não-respostas, como: «só guio», «refilam, sempre, porque chegamos tarde ou cedo», «não tenho livro de reclamações» e por aí adiante... Dirigir um autocarro não pode estar entregue a um engenheiro ou vassoureiro, mas sim a motoristas de corpo, alma e a profissionais competentes e educados! A governança actual sabe disto ou é conivente?

domingo, 17 de novembro de 2024

O complexo da ministra


Um ministro tem que ser um agregador, que tanto sabe lidar com o mais humilde dos funcionários como os mais qualificados, e que por vezes os seus conhecimentos ultrapassam em muito os seus conhecimentos técnicos.
Mas parece que a Srª ministra da saude não quer no ministério ninguém que saiba mais do que ela.
Quem tem esse complexo, e é investido em funções de chefia,é só uma questão de tempo até tropeçar.

Quintino Silva

sábado, 16 de novembro de 2024

Bota Alta e a Fadista

 

                                                                            

No último mês de outubro de 2024, fui ao Restaurante e Casa de Fados Bota Alta, na cidade de Évora, Patrimônio da Humanidade, no Alentejo, em Portugal. Esse ambiente típico, com um acervo decorativo inestimável, está localizado no coração do circuito fortificado e é frequentado por portugueses e estrangeiros; por isso, representa um espaço primordial onde o fado e a gastronomia alentejana se fazem presentes na experiência das pessoas, turistas ou não, de diferentes lugares do mundo.

Ao longo desse percurso viajante, entre as muralhas de Évora, mobilizei minhas palavras com a voz da fadista Inês Villa-Lobos, a qual se fez no silêncio, nas palavras cantadas, nos sentimentos e na emoção do público presente. No caso dessa geografia e da minha percepção, não há como desassociar a casa Bota Alta da musicalidade e viola de fados de Inês, como inspiração e arte de um mesmo movimento.

Entre vários momentos marcantes dessa noite no outono alentejano, registro a interpretação da fadista com “Saudades do Brasil em Portugal”, tema de Vinicius de Moraes. Foi um encontro inesperado com a poesia conhecida por nós em um destino repleto de saudades que nos carrega por outros cantos. A ocupação do espaço pela marcante voz de Inês Villa-Lobos e a poesia brasileira incidiram positivamente na viagem, na música e em nossos sonhos.

Presente em uma noite fria de reencontro com o fado, a viola e a guitarra, pude perceber as potencialidades dessa música que atravessa grandes mares em pleno processo de mundialização. Em meio a um contexto de observação da experiência vivida, me torno incapaz de pensar em Évora apenas pelos seus monumentos, casas pintadas de branco, cafés ou todas as ruas que terminam na Praça do Giraldo.

De fato, esse tempo efêmero proporcionou a contemplação, o conhecimento, a envolvência e a certeza da descoberta de um lugar incomparável, capaz de proporcionar prazeres inigualáveis e experiências que terminam apenas quando deixamos essa estação chamada vida. Também tive a impressão de que a viagem interior é intangível, mas devemos continuar com a celebração das vozes e casas de fados.

Antes de acrescentar o ponto-final neste texto, destaco outro ápice da visita: o agasalho da lareira e a recepção da Senhora Esperança, também cantadeira e proprietária da casa, que nos acolheu com extrema gentileza e atenção. Foi uma noite memorável, saborosa e emocionante entre as muralhas de Évora. Recomendo o lugar e voltarei com certeza!

Texto publicado no Jornal Mundo Lusíada (São Paulo, Brasil): https://www.mundolusiada.com.br/bota-alta-e-a-fadista/


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

 

CHAMA-LHE FILHA, CHAMA-LHE…


Esta história das falhas do INEM que já provocaram mais de uma dezenas de mortes, dá pano para mangas. E é, evidentemente, pelas já graves consequências e não só, de uma tristeza completa.

O último episódio, Montenegro acusa o Governo anterior do alternante PS, de desvio de verbas do orçamento do INEM para outras funções. E Medina desmente. Faz lembrar aquele tão conhecido ditado popularucho e rasca; “Chama-lhe, filha, chama-lhe puta, antes que ela chame a ti!”

Diria que é difícil saber quem é que tem mais culpa no lamentável estado em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde onde o Instituto Nacional de Emergência Médica se insere. Mas não digo. Digo que tem ainda mais culpa por se reclamar de socialista e por ter mais tempo no Governo, o PS.

Mas a tristeza não se fica por aqui. O que já não era nada pouco! É a saúde e a vida dos portugueses que está em causa. Sobretudo, evidentemente, dos mais pobres. A esmagadora maioria, o povo. Ela torna-se ainda mais triste, a tristeza, passe o pleonasmo, porque é esse mesmo povo que sistematicamente coloca os alternantes no poder.

Como se não houvesse alternativa. Mas há! E se não houvesse, o povo que a criasse.

Sadismo? Não. Imbecilidade. Mas não sou eu que o diz! (Embora concorde) foi Guerra Junqueiro : “Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio”.

Não se manterá atual?

Francisco Ramalho




Assim nos tratam da saúde

 

Tendo entrado de tamancos no Ministério da Saúde, menorizando, ofendendo e desqualificando toda a gente que estava, atribuindo-lhe os seus próprios defeitos, a figura que Montenegro escolheu para tão sensível e delicada função vem demonstrando, em todas as suas decisões e declarações, que está longe de ser a pessoa que o Serviço Nacional de Saúde anseia; de facto, a pesporrente senhora não tem revelado a menor competência empática para proporcionar à diversidade de profissionais daquela específica área a paz de espírito necessária para se devotarem a tratar da saúde das pessoas que a eles acorrem.

 

Custa a crer que o líder do Governo não tenha podido encontrar, na gente da sua área política, alguém com mais capacidade para tão importante função, e chego a pensar que escolheu precisamente aquela pessoa por ela se ter desentendido com o então director de SNS; todavia, se foi esse o critério, podia ter optado pelo anterior Bastonário dos médicos, que foi sempre muito exigente com a anterior governação, e até aceitou ser deputado...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Cansaço

 

  CANTIGAS DE EMBALAR

 

Prometem que um dia tudo vai estar bem

Mas entretanto a gente fenece

Farta da vida entre o choro e a prece

Esperando algo que nunca mais vem.

 

Dando o seu voto a quem a entretém

Com tanta propaganda que entorpece

Pergunta por que nada a favorece

E ouve que é do meio de onde provém.

 

Já não falta tudo para progredir

Garantem-lhe que o bem-estar há-de surgir

Mas será prudente esperar sentada;

 

Vale-lhe a sua idiossincrasia

Que a leva a encarar com bonomia

As patranhas que a mantêm sequestrada...

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

AUMENTAR SALÁRIOS E PENSÕES

 


Realizou-se no dia 09.11.2024 uma manifestação nacional promovida pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), durante a manhã, no Porto e de tarde, em Lisboa.

Os objectivos da manifestação, em que participaram milhares de trabalhadores, foram a luta por aumento de salários e pensões, defesa dos serviços públicos e funções sociais do Estado, resolução dos problemas do País.




 

O IMPERIALISMO, OS VASSALOS E O PAPÃO RUSSO

Com a eleição de Trump que se deveu à manipulação mediática e à desilusão com as políticas do governo Biden/Kamala, o papão russo, corporizado em Putin, voltou a ser ainda mais agitado, devido ao pavor dos vassalos à propalada desproteção do guarda chuva de segurança norte-americano à Europa do lado de cá.

Ângela Merkel e Macron, já tinham publicamente confessado que a discussão dos Acordos de Minsk (que podiam ter evitado a continuação e intensificação da guerra na Ucrânia) serviram apenas para ganhar tempo e armar o regime de Zelensky. E em conjunto com as inúmeras sanções, fazer a maior mossa possível, à Rússia. Com a mesma intenção se deveu, ao contrário do que tinham prometido, a expansão da NATO para leste, como confessou também recente e publicamente, o seu anterior secretário-geral, Stoltenberg. Mas depois, os vassalos do império, colocaram e colocam a coisa ao contrário: “Se Putin não é detido, não se ficará só pela Ucrânia.” Virá por aí abaixo e só pára no Samouco. Para meter água. Portanto, há que abrir os cordões à bolsa e investir em força na “segurança coletiva da Europa”, e pedir a todos os santinhos para que Trump não concretize as ameaças de descurar o financiamento à NATO.

Pode custar-nos ainda muito mais caro esta subserviência ao imperialismo norte-americano que com democratas ou republicanos, visa a confrontação com a Rússia, com a China e com quem se lhe opor à velha pretensão de hegemonia global. Estando-se nas tintas para o Direito Internacional e Direitos Humanos, como prova o total apoio de ambos os partidos à guerra no Médio Oriente e a essa imensa vergonha que é o genocídio, o extermínio, em Gaza. Em relação à Ucrânia, apesar das fanfarronices de Trump, veremos.

Voltando às eleições nos EUA, ao contrário do que diz a imprensa de lá e a domesticada de cá, não existiam apenas os candidatos dos partidos democrata e republicano. Para além de outros, por exemplo, Jill Stein do Green Party of the United States ou Claudia de la Cruz do Party for Socialism and Liberation, também foram candidatos mas praticamente silenciados. Ambos se opõem ao genocídio em Gaza e ao apoio a Israel. Um dos lemas De la Cruz, é mesmo este: “Acabar com o capitalismo antes que ele acabe connosco”. Jill Stein, defende a dissolução da NATO, a educação pública e gratuita e a nacionalização da banca.

A vitória do boçal e prepotente candidato da extrema direita, deveu-se fundamentalmente às políticas antissociais e de proteção dos lobies do armamento, da banca, dos grandes grupos económicos e judaicos que financiam as campanhas dos candidatos destes dois partidos. Obviamente, ao contrário da tradicional demagogia e populismo do partido de Trump e seus congéneres, como o Chega, o seu futuro governo não vai resolver o grave problema de um dos países com maiores desigualdades do mundo. 40 milhões de pobres, 700 mil pessoas a viverem na rua e sem assistência universal de saúde e segurança social, onde o fosso entre estes, e os multimilionários, cresce incessantemente. Assim como permanece, a ameaça à paz mundial.

Francisco Ramalho



Embaucadores

 

 ATREVIMENTOS

 

Bem menos lúcidos que alucinados

Tudo lhes parece estar ao alcance

É só saber aproveitar a chance

Que surge aos que se apresentam ousados

 

Convencidos de estar bem preparados

Jogam decididamente o seu lance

Não tendo reparado na nuance

Que pode dar os cálculos errados.

 

Quando tudo lhes parece correr bem

Com caminho aberto para ir além

Por não se vislumbrar nada que impeça;

 

É quando por sentirem-se à vontade

Lhes vai surgir a contrariedade

O mais inesperado se atravessa...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

terça-feira, 12 de novembro de 2024

OE25: A novela continua...

Depois de largas semanas de especulação, se se devia aprovar o Orçamento do Estado para 2025(OE25), seria melhor que sim, se não há crise. Crise para quem? (Há décadas que os trabalhadores (sobre)vivem em crise). No fim de dúvidas e tabus, o líder do PS, acalmou comentadores, tudólogos e o presidente da República dizendo que o seu partido viabiliza o documento.... É contraditório, aquele partido votar no sentido da aprovação dum OE25, da direita extremada, do PSD/CDS. A política transformou-se num espectáculo mediático deprimente, onde as opções de fundo, que mais interessam à generalidade dos portugueses - estão arredadas e ausentes. Entretanto, o líder do PS, agora, estar contra algumas medidas do OE25, desdiz-se. Porque o viabilizou? Este PS, não é carne nem peixe e continua uma lástima!

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

A macroeconomia não se come



É voz corrente que, entre os factores da derrota de Kamala Harris, se encontra a crescente penúria da classe média norte-americana. Se a economia, lá, brilha florescente, com todos os indicadores a cintilar, como se compreende que os eleitores a tenham “chumbado”? O desemprego está baixíssimo, mas com salários reais que diminuem; a inflação começou a descer, mas não chegou nem chegará nunca a fazer com que os preços desçam, passando apenas a subir menos. Faz lembrar a “esclarecedora” afirmação de Luís Montenegro, quando, em pleno governo Passos Coelho, nos dizia que a economia do país estava boa, os portugueses é que não. 

O “paradoxo” não existe. Já que, nos países desenvolvidos, o PIB não pára de crescer, ao mesmo tempo que as demografias se mantêm relativamente estáveis, sendo necessário compensar a sua falta de dinamismo com a imigração, o resultado “lógico” da relação só poderia ser o aumento do “dinheiro no bolso”. Mas não é, e os eleitores começam a ver que o simples cálculo de um quociente está a ser mal feito, e, à cautela, mudam de “operador”. Daqui a quatro anos, mudarão outra vez, mas só se puderem.


Público - 12.11.2024


domingo, 10 de novembro de 2024

 

A GRANDE MANIFESTAÇÃO DA CGTP E OS MEDIA


Não vou entrar aqui em pormenores sobre a grande manifestação de ontem em Lisboa da CGTP, porque penso fazê-lo na edição de 19 deste mês do jornal O SETUBALENSE.

Mas não podia, para já, deixar passar em claro o miserável tratamento mediático que lhe foi dado por órgãos de comunicação social de que tive conhecimento (Antena1, Rádio Renascença e SIC-Notícias) que serão, com certeza, exemplo da generalidade.

Não só participei na referida manifestação, como procurei aferir a sua dimensão. Apenas este exemplo: quando acabou de sair do Cais do Sodré, já a frente chegava ao cimo da Rua Augusta. Portanto, talvez mais de 2 quilómetros. Aliás, deve ter surpreendido muita gente. Eu fui um deles.

A Antena1 falou em “milhares de pessoas”. Não sendo objetiva, mesmo assim, foi a mais fidedigna. A SIC Notícias e a Renascença disseram que foram “mais de mil pessoas”. Portanto, podiam ser mil e uma, 10, 50, 100 mil, etc. Mas a ideia com se fica, com mais de mil, será mil e tal, mil e poucos. Porque, para serem honestos, teriam de falar pelo menos em dezenas de milhar. Assim como a Antena1.

Claro que não se pode aferir exatamente, nestes casos, números exatos. Mas pela experiência já tão longa que o pessoal do meio tem, as diferenças nunca serão significativas.

Conclusão, claro que também não sei exatamente, mas pelo que já disse, foram seguramente dezenas de milhar. Talvez 4, 5 ou mesmo 6.

É mais um, entre tantos exemplos, de como os donos dos media, os donos disto tudo que eles representam, querem que se trate a CGTP e a verdadeira oposição. Para manipular e desanimar o povo.

Francisco Ramalho





A pesada herança

 

Recordo com alguma saudade os primeiros tempos que se seguiram à revolução democrática, quando as coisas começavam a extremar-se, e os episódios anedóticos fabricados para atingir as principais figuras políticas e militares se multiplicavam, com os seus detractores a explorar tudo que pudesse desqualificá-las; havia pessoas que assumiam claramente uma opção partidária, e outras que escondiam na gola do casaco vários “pin”, para poder usar o que mais conviesse em cada situação, conforme a tendência do interlocutor.

 

E quando ouviam Mário Soares discursar, dizendo que os fascistas tinham deixado ao país uma herança pesada, os saudosistas do passado concordavam jocosamente, que era mesmo muito pesada, centenas de toneladas de ouro, que era o fetiche deles, que ainda hoje alguns usam, queixando-se de o regime democrático ter dado cabo de tudo, nem querendo saber que o ouro continua bem guardado no Banco de Portugal.

 

Vem isto a propósito da lengalenga cansativa de um Leitão chamado Amaro, no papel de ministro da propaganda de Montenegro, que para justificar a inépcia da governação actual, que não há propaganda que disfarce, não faz outra coisa que não seja atirar com a culpa de tudo para o anterior governo plagiando, sem nenhum pudor, que a herança que receberam é muito pesada...

 

Amândio G. Martins

 

 

sábado, 9 de novembro de 2024

Imperadores e alguns"jornalistas"


Citando PitiGrilli escritor Italiano
Ontem como hoje, os jornais e o rigor das suas notícias: Quando Napoleão iniciou a reconquista do poder em 1815, a partir da Ilha de Elba, eis como o Jornal le Moniteur anunciou, dia a dia, a sua marcha sobre Paris:
"O antropólogo saiu da toca. O Papão da Córsega desembarcou no Golfo de Juan.O Tigre chegou a cap. O monstro pernoitou em Grenoble.
O tirano atravessou Lyon. Consta que o tirano está a trezentos quilômetros da capital.Bonaparte avança a passos largos, mas nunca entrará em Paris.
Napoleão estará amanhã sob os nossos baluartes. O imperador chegou a Fontainebleau. Sua Majestade Imperial entrou ontem no Palácio das Tuillrtias., rodeado de seus fiéis subditos.
Duzentos e dez anos depois, à demonização de Trump sucede-se a bajulação.
No tempo de Napoleão o jornalista podia perder a cabeça (literalmente)
Hoje, pelo menos perdia o emprego ou até sabe-se lá levava um tiro do lado de dentro da orelha.
Por isso é compreensível que a rapaziada do Washington Post tenha ( amochado ) .

Quintino Silva

Tempo de mais e maiores trevas com Trump

Não houve uma eleição directa para a presidência dos EUA, mas sim, eleito um colégio eleitoral de 538 eleitores, representando 50 Estados, que elegeram D. Trump. A isto, chamam democracia. Como disse? O degradante cenário político, antes da eleição - teve naquele tiradas malquistas inqualificáveis. Deportará 11 milhões de imigrantes(!), não reconhece às mulheres o direito ao seu corpo acabando com a interrupção voluntária da gravidez. É boçal e destila raiva com agressividade esquizofrénica. Exponenciado fanfarrão: «acabo com a guerra na Ucrânia em 24 horas»(!), e por aí adiante. Trump é a imagem caricatural da crise estrutural nos EUA. Protecionista, isolacionista e defensor dum capitalismo feroz, que reproduz basta pobreza e miséria. Lá, já vegetam 40 milhões de pobres e 700 mil vivem na rua! Ressentido, vingativo, autocrata musculado, negacionista da covid-19, considerando as alterações climáticas uma fraude é apologista dos combustíveis fósseis. Adepto do confronto através do discurso do ódio e da extrema direita fascistóide. Adversário da liberdade dos jornalistas, amordaça a imprensa com as suas redes sociais terroristas! Será arbitrário e autoritário - absolutista, sustentado pelas duas Câmaras controladas pelo partido Republicano e pelo Supremo Tribunal, com magistrados escolhidos por ele... A vitória de Trump, também é a de Putin, Netanyahu, Kim Jong-un, Órban, Musk,... indivíduos que representam o pior da política. Tempos de mais trevas abater-se-ão no Mundo, sobretudo para os mais pobres!

 

QUEM PROMOVEU TRUMP


Sabiam que na tão propalada e promovida “maior potência do Mundo”, a par das maiores e crescentes fortunas, existem 40 milhões de pobres? E 700 mil pessoas a viverem na rua, e onde não existe um sistema universal de saúde e assistência social.

É esta a herança do governo do Partido Democrata. De Biden/Kamala. Claro que é também dos governos do partido de Trump (Republicano). Mas qual é que, como aqui o PS, se reclama de progressista e de esquerda? Além disso, e ao contrário do que se depreende da imprensa de lá e da domesticada de cá, Trump e Kamala não foram os únicos candidatos à presidência.

Entre outros, por exemplo, Jill Stein do Green Party of the United States ou Claudia de la Cruz do Party for Socialism and Liberation.

Ambos, ao contrário dos dois partidos alternantes, são contra a guerra no Médio Oriente, o genocídio em Gaza e contra o apoio a Israel. O primeiro, defende mesmo a dissolução da NATO e a nacionalização da banca. E um dos lemas do segundo, é este” Acabar com o capitalismo antes que ele acabe connosco”.

Foram ambos, e outros, silenciados. Lá, cá, e não só! Evidentemente.

Francisco Ramalho


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Olfactos tendenciosos



Tenho a esperança, não muito secreta, de que Maria João Marques (M.J.M.), no seu próximo artigo semanal, virá retractar-se do que escreveu no PÚBLICO do passado dia 6, designadamente quanto ao ataque feroz ao chefe do governo espanhol, a par da “limpeza” da imagem do governo autonómico de Valência, que até engloba o Vox. M.J.M. tem todo o direito de se situar politicamente onde quiser, e de apoiar, ou atacar, quem quiser, mas a verdade é que a mensagem subliminar do seu artigo só acontece porque o visado lhe “cheira” a esquerda, mesmo que soft. Não duvido de que Sánchez possa ter responsabilidades na insuficiência dos apoios decididos para a região. Já duvido de que tenha tantas quanto o presidente do governo autonómico, Carlos Mazón, que, valha a verdade, M.J.M. considera incompetente e responsável pela situação. M.J.M. não teria conhecimento do texto de Sofia Lorena, na mesma edição, publicada 11 páginas depois do seu próprio texto, mas, neste momento, já certamente o leu, motivo que nos encoraja a aguardar serenamente pela tal retractação.   


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

 

A AMÉRICA PARA A OS AMERICANOS


A boçalidade e a prepotência subiram ao poder. O extermínio em Gaza e à volta, ganhou novo alento?

E a alternativa? Não era  também o apoio à carnificina ali, e a continuação da guerra na Europa?

Solução?

Cada macaco no seu galho. A América para os americanos, a Europa para os europeus e assim sucessivamente.

Paz e cooperação. Este é que é o caminho justo. E enquanto não se conseguir, temos o direito e o dever de sermos solidários com os povos vítimas da selvajaria e de quem a apoia.

Não às guerras e aos genocídios como o da Palestina que Trump continuará a apoiar e que Kamala, como vice-presidente do governo do seu partido e de Biden, apoiou e apoiaria.

Francisco Ramalho



terça-feira, 5 de novembro de 2024

 

BASTA ASSUMIRMOS A NOSSA CONDIÇÃO DE HUMANOS


À hora que escrevo, registam-se cerca de 200 mortos e ainda, segundo autoridades espanholas, “dezenas e dezenas” de desaparecidos devido ao temporal que se abateu sobre a região de Valência. Para os mortos já confirmados e para os que, infelizmente, se vierem a confirmar, foi o fim do mundo. Assim como o foi, para milhares, milhões, de todas as vítimas de outros temporais que ocorrem um pouco por todo o mundo; chuvas torrenciais, furacões ou secas persistentes que cada vez mais frequente e intensamente, se têm verificado.

Claro que todos lamentamos, mas poucos alteram o seu comportamento para não continuarmos a alimentar esse “ monstro” que são as alterações climáticas. A começar, evidentemente, pelos mais responsáveis: os principais acionistas e diretores de grandes empresas e grupos económicos e os governantes. Mas também individualmente! Todos somos mais ou menos culpados. Em teoria, individualmente, somos mesmo os mais culpados. Se tivéssemos um comportamento mais cívico, se não conspurcássemos também o espaço público, se interviéssemos bem mais, junto da minoria que mais abusa e, publicamente, onde nos seja possível e, sobretudo, elegendo governos que não permitissem às grandes empresas e grupos económicos práticas lesivas do ambiente que apenas visam o lucro, ou pressionando a maioria dos governos que o permite, estaríamos todos no caminho da sustentabilidade e da vida do e no planeta que habitamos.

É verdade! será utopia? Se não intervimos, nem pouco mais ou menos, o suficiente, para se evitar ou pôr termo, a crimes tão graves, hediondos e miseráveis como os que estão a acontecer no Médio Oriente, com testemunhos que nos dizem que crianças são mortas com um tiro na cabeça ou no peito, se não nos impomos aos milhões, para parar este macabro e vergonhoso comportamento, sobretudo no “campo de extermínio de Gaza” (como lhe chamou Viriato Soromenho Marques no seu artigo de opinião de 26.04.24 no DN) e já militares se recusam a colaborar e que a maioria da imprensa dos EUA e aliados, cala, evidentemente, muito menos nos impomos para deixar de alimentar o tal “monstro” das tempestades e das secas.

Só que, se não o fizermos, vai ser o fim do mundo cada vez para mais gente. Basta estarmos minimamente atentos. Mas, além disso, não é o que prática e unanimemente nos dizem especialistas na matéria? Não é o que, em apelos dramáticos, nos diz (com certeza baseado em dados e na opinião dos referidos) António Guterres na sua condição de Secretário-Geral da Nações Unidas?

Portanto, as alterações climáticas são uma das grandes ameaças para a vida no planeta. A outra, como já aqui em O SETUBALENSE referimos, são as guerras. Para além de reforçarem as primeiras, provocam o fim do mundo para milhares e milhares. E, em ultima instância, quiçá, para milhões e milhões. As primeiras, podem ser minimizadas, as segundas, podem mesmo acabar totalmente. Basta pura e simplesmente uma coisa: assumirmos a nossa condição de humanos.

Francisco Ramalho


Publicado hoje também no jornal  O SETUBALENSE


segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Inútil e excessivo

 

 ESPALHAFATO

 

Somos senhores das palavras poupadas

Mas escravos de tudo o que dissermos

E se controlar isso não soubermos

Surgirão complicações escusadas.

 

Para evitar desculpas recusadas

Pese a sinceridade que mostremos

Melhor é medir bem o que dizemos

Usando palavras mais ponderadas.

 

Poucos ouvem aquilo que dizemos

Mas sempre que a falar nos descuidemos

Não faltará quem realce o que está mal;

 

Embora sendo um membro bem pequeno

Da língua poderá saír veneno

Para delícia da miséria moral...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

Eleições nos EUA

Nas eleições nos EUA, ganhando Kamala ou Trump, não é bem a mesma coisa. No que concerne ao extermínio do Povo Palestino, não mudará nada. Aquela, vice de Biden, é corresponsável por continuar a armar até aos dentes o criminoso, Netanyahu, chefe da matança israelita. Trump, afina pelo mesmo diapasão... Este é disruptivo, zangado, irado, vingativo e, vingar-se-á de quem promulgou os últimos resultados eleitorais... esperemos que não o faça, pois é sinal que foi derrotado. Derrotado, oxalá!, já disse que não aceitava o desfecho... falando já em fraude eleitoral, evidenciando medo de as perder. A sua derrota terá consequências tumultuosas inimagináveis. Trump é um extremista com laivos fascistas! O partido Republicano está capturado e domesticado por Trump. Ninguém lhe diz - não! Terá um mandato sem restrições, musculado, autocrático e perigosíssimo! A Agenda do Clima terá um enorme retrocesso. O Estado de Direito, os Direitos Humanos, a moralidade, a ética, a liberdade dos jornalistas, a democracia - é tudo para obliterar, silenciar, censurar. O Mundo ficará pior! O líder direitista par(a)lamentar do PSD, Hugo Soares, afirmou, que se votasse, não sabia em quem.... Faz sentido!

domingo, 3 de novembro de 2024


 

NÃO TE SUBMETAS VELHA EUROPA!


Queremos-te livre e soberana das praias de Portugal aos Urais, querida e velha Europa. Não te submetas! Não percas a dignidade. Como disse o Fausto, e livra-te de imitações. Mantém firme o teu legado de berço do Ocidente.

Se os imperialistas do outro lado do Atlântico ganhassem a guerra, ias continuar ainda mais submetida a eles durante muito tempo. Perdias mais importância e dignidade.

Uns dos grandes golpes na tua unidade, foi o rebentamento do oleoduto do leste (Nord Stream) que abastecia o teu lado de cá. Só unida e cooperante, serás forte. Por isso é que te querem dividida. Para reinarem. Para te dominarem.

Mais importante do que suceder terça-feira na sede império yankee, é a tua liberdade, unidade e soberania.

Francisco Ramalho


Autosuficiência trágica

 

Sendo claro que o sectarismo ideológico só prejudica a gente, mesmo assim há responsáveis políticos que preferem vincar essa marca, sejam quais forem as circunstâncias, e a gente que se lixe, como agora se verificou em Espanha, em zonas que, tendo sido atingidas por uma catástrofe nunca ali vista, podiam ter sido poupadas muitas vidas, se o presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, do Partido Popular, tivesse prestado atenção aos avisos dos especialistas da meteorologia do país, que previam para a zona uma grande tempestade; todavia, apesar de os alertas terem sido difundidos com 24 horas de antecedência, os responsáveis políticos daquela região - gente que, para poder tirar do poder os socialistas, se aliou com os extremistas de Vox, porque não ganharam as eleições - que desdenham  e desvalorizam tudo que venha do Estado Central, se não for governado pelo seu partido, foram surpreendidos sem ter tomado nenhuma medida que minimizasse a desgraça.

 

De facto, só quatro dias depois se viram obrigados, pela evidência da tragédia, a recorrer ao Governo da nação para que enviasse forças de socorro e equipamentos para desobstruír e reconstruír o que fosse mais urgente, como vias de comunicação, abastecimento de água e energia e desenterrar do lodo os corpos da gente desaparecida; é que no sistema político pós ditadura, o Estado Central não pode intervir nas autonomias sem que seja solicitada a sua ajuda, tornando-se ainda mais delicado se quem as governa é gente de partidos da oposição, sempre muito ciosos do seu poder e recusando qualquer interferência que não seja o que esteja previsto na Constituição...

 

Amândio G. Martins

 

sábado, 2 de novembro de 2024

25 DE NOVEMBRO FOI UM GOLPE DE E DA DIREITA

 


A direita confirmou na Assembleia da República, no passado dia 22 de Outubro, com a sua homenagem e votação, que o 25 de Novembro foi um golpe de direita, para tentar apagar e acabar com o 25 de Abril, iniciando um processo contra-revolucionário, através da política de direita praticada pelos sucessivos governos durante os últimos 48 anos (com a excepção da «geringonça»), constituindo um sério retrocesso, não eliminando e ocasionando mais pobreza, desigualdades, impedindo mais justiça social e melhores condições de vida para a maioria dos portugueses.