quinta-feira, 20 de junho de 2019

SONHOS TENEBROSOS




“ É praticamente certo que vocês combaterão pela América nalgum momento das vossas vidas. Isso vai acontecer. Alguns de vós combaterão contra terroristas islâmicos radicais no Afeganistão e Iraque. Alguns juntar-se-ão ao combate na Península Coreana e no Indo-Pacífico, onde uma China crescentemente militarizada ameaça a nossa presença na região. Alguns juntar-se-ão ao combate na Europa, onde uma Rússia agressiva procura redesenhar as fronteiras internacionais pela força. E alguns de vós podem até vir a ser chamados para servir neste hemisfério. Vistam as vossas armaduras para que quando, e não se, chegar o dia, estejam prontos.”
Mike Pence, Vice-Presidente dos EUA, discursando aos novos graduados na Academia Militar de West Point em 25/5/19.
Como se constata, the american dream, o sonho americano de domínio global, permanece. E a atual administração ianque, parece mesmo pretender concretizá-lo. O outro nazi, o do bigodinho, também teve sonho idêntico e tentou realizá-lo. O resultado foi 50 milhões de mortos. E ,comparadas com as atuais, utilizaram “apenas” duas pequenas bombas atómicas. Escusadamente, diga-se, a Alemanha nazi estava rendida há dois meses e o Japão prestes a fazê-lo. Cometeram o monstruoso crime para avisar a URSS que possuíam tão terrível arma. Atualmente, existem suficientes para eliminar toda a humanidade. A maioria delas, nas suas mãos.
As provocações e a demonstração do quero posso e mando, já começou. Por exemplo, com o fim do acordo com o Irão e a aplicação de sanções àquele país, a transferência da embaixada em Israel para Jerusalém, o convite aceite para estarem presentes em mais um ilegal colonato na Palestina ocupada, a guerra comercial com a China, a expansão da NATO para países limítrofes da Rússia e, sobretudo agora, a farsa da acusação ao Irão do ataque a petroleiros no estreito de Ormuz. Além do Irão, os próprios comandantes dos navios desmentem Trump sobre a origem e a forma como foram atacados. Aliás, desta vez, ao contrário do que sucedeu com o pretexto mentiroso das “armas de destruição massiva” para invasão e destruição do Iraque, os seus próprios aliados estão relutantes. São feitos apelos à calma, o Reino Unido decide avançar com um inquérito por sua conta ao caso e o secretário-geral da ONU, António Guterres, diz-se preocupado e afirma que o mundo não pode permitir uma confrontação militar naquela região. Apenas a medieval Arábia Saudita que massacra o povo iemenita e cujo líder manda assassinar discordantes, como o jornalista Jamal Khashoggi, e o falcão sionista Netanyahu, dão imediato apoio a Trump.
Recorde-se que pelo estreito de Ormuz passa mais de um terço do petróleo comercializado por via marítima. Vital para a China, União Europeia e Japão e não para os EUA que não estão dependentes desse petróleo. Interessa-lhes também, para além da estratégia global, o aumento da tensão na região para mais fornecimento de armas sobretudo ao seu principal cliente, a Arábia Saudita. E para compor o ramalhete, enviaram recentemente para o Médio Oriente mais bombardeiros B-52, navios de guerra e baterias de mísseis.
Portanto,é imperioso para a humanidade acordar quem tem sonhos tão tenebrosos. Não lhe chegou já o de Hitler?
Francisco Ramalho
Corroios, 20 de Junho de 2019

Nota- quando este texto foi escrito, ainda não tinham atirado mais esta acha para a fogueira,o drone. Esperemos que não seja a gota de água. Ou mais a propósito, o detonador.


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