Confusão de
regras
A criança
nasceu; a mãe, como qualquer uma com a preparação mínima para cuidar de um
recém-nascido, sempre que acabava de lhe dar o peito, ou biberão, tinha o cuidado de a colocar na
posição vertical para poder arrotar -
sem o que vomitaria o leite ingerido -
dizendo “bom proveito, minha filhinha”, logo que se desse a eructação.
Mas a
criança, que se foi desenvolvendo a ouvir “bom proveito” sempre que arrotava, já
com mais autonomia passou a ouvir a mãe repreendê-la quando isso lhe acontecia:
diz-se “com licença”, menina, se faz
favor!
“Bom
proveito, com licença”, enfim, baralhavam-se os conceitos naquela pequenina
cabeça; e um dia, à mesa e com visitas lá em casa, em que a miúda não conseguiu
evitar que um sonoro traque – vulgo peido - se lhe escapasse, concentrando nela os olhares
de toda a gente, percebendo o embaraço da mãe, a pequenita perguntou: e agora,
mamã, digo “com licença ou bom proveito”?
Amândio G.
Martins
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