Uns quantos membros do governo em exercício de funções,
foram à bola em 2016, para assistir em França, a terra de Sartre, o autor do “As
Mãos Sujas”, e de monsieur Miterrand, autor na clandestinidade de filha socialista,
dita ilegítima, para dar apoio à nossa representação de gabarito no futebol
internacional. Todos vestiram a preceito e de acordo com o acontecimento
desportivo. Boné e cachecol a luzir as cores nacionais. Nos pés calçado leve e
ligeiro, como pede a disciplina. Imaginamos. Por detrás deste conforto, uma
petrolífera em dívida fiscal gigante para com o Estado aonde ela se move,
puxada a combustível e energia alternativa, que enegrecem os bolsos dos
portugueses pagantes de multi-luxos. A juntar a este “patrocínio galpista”,
viagens, bilhetes assegurados, e refeições. Tudo para apaziguar estômagos,
animar âmagos, e amaciar fortes emoções. O corridinho portou-se bem até à
vitória final. As cores nacionais subiram ao pódio central, e os secretários de
Estado regressaram felizes após o superior desfecho na contenda do Campeonato
Europeu daquele ano. O pior veio depois. O comportamento dos políticos em prova
no governo actual, que no Europeu de Futebol marcaram presença , não foi muito
aplaudido e bem apreciado. Surgiram as reprovações, os apupos, a contestação e
a constatação de prática que pode integrar crimes de recebimento indevido de
vantagem. Incompatibilidades com a transparência exigida a quem desempenha
cargos públicos e está sujeito a regras de conduta exemplar, e sem vestígios de
benefícios proibidos. Agora esta equipa de secretários, demitiu-se quando lhes
sopraram que iam ser constituídos arguidos pelo Ministério Público. A
petrolífera espreita, desacelera, e queima tempo. Aguarda que a Justiça a
alcance. O governo após assobiar o que pode e na direcção mais a jeito, também
faz por mostrar que anda. Apaga os fogos à velocidade que a energia que sobra o
permita. O combustível tem aditivo quanto baste. A oposição partidária carrega
no acelerador, e aproveita estas saídas de pista da improvável estabilidade da
geringonça. Perfilam-se mais obstáculos. As fileiras parecem ceder. Porém todos
nos lembramos que no passado recente, o país fez jogos muito piores e com
péssimos resultados provocados pelos que agora pedem demissões a torto e a
direito. Quase ninguém está disposto a repetir tais resultados. Por isso este
governo pode continuar a dirigir os negócios vários, polémicos, e a gerir a
vida da nação valente mas chamuscada, e a cheirar a pólvora roubada pela
calada, por dentro da rede e longe da ronda. O presidente fotogénico e do
postal ilustrado, não deixará que tal nos desfoque, ou nos ofusque demais. Ele
é o bombeiro de dia e para todo o serviço. O que é preciso é dar gás aos
governantes e à oposição. Viva o pontapé em meia bola demagógica, e força em
tal política assombrada. Até que o video-árbitro se pronuncie sobre as
legalidades ou não, em tais jogadas, nós estamos cá para bater palmas e sacudir
a bandeira!
*-(publicado hoje em "DESTAK e no PÚBLICO, abreviado/truncado)
*-(publicado hoje em "DESTAK e no PÚBLICO, abreviado/truncado)
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