quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Como alguns fazem aos cães

 

Revoltante o que escreve no JN o doutor Fernando Araújo, presidente do Hospital de S. João, acerca da forma como lá foi despejado um idoso, sem acompanhamento da família nem qualquer referência de quem pudesse ser; feitas as necessárias diligências, do hospital lá conseguiram contactar com uma mulher, que disse ser nora e terem chamado o INEM, porque o sogro não estava bem e queriam ir de férias para o Algarve, que precisavam descansar.

 

Aparentando ter mais de cem anos, desidratado, desorientado, a pele colada aos ossos – diz Fernando Araújo – o que indicia, digo eu, abandono de toda a ordem. Que espécie de gente é esta, que tipo de homem será o filho, que não só não o preocupa a forma como a mulher lhe “cuida” o pai, como seguramente será cúmplice dessa desumanidade!

 

Terão todo o direito a ir de férias, para o Algarve ou para onde mais lhes apeteça, mas antes não deveriam salvaguardar o bem-estar do familiar incapacitado, que têm à sua responsabilidade? Já todos estamos mais ou menos “habituados” a ver abandonados cães e gatos, sobretudo em época de férias, porque se revelam um estorvo para os seus “cuidadores”; parece que a barbárie se estende agora também às pessoas dependentes...

 

Amândio G. Martins

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