Durante muitos anos, quando se tratava de lançar uma grande obra pública, o partido que estava na oposição fazia todos os possíveis para atrasar o processo, não porque fosse contra a obra em si, mas na esperança de vir a ser governo e ser ele a conduzir a obra.
É claro que esta maneira de actuar tem dois objectivos; 1º desacreditar o governo perante a opinião pública,2º se conseguir vir a ser ele a conseguir gerir a obra e colocar lá os seus pontas de lança.
Tudo isto custa ao Estado milhões.
Veja-se esta história do aeroporto, sempre que há uma decisão de quem está no governo, há um entrave de quem está na oposição.
António Costa muito bem (a meu ver) convidou Montenegro para tomar parte na decisão, porque tais projetos podem ser começados por um governo e ser terminados por outro de cariz diferente.
Se Montenegro usar a sua retórica estridente para fazer atrasar o processo, será mais um político no sentido pejorativo do termo e mais não consegue do que galvanizar os militantes do PSD que todavia não são suficientes para fazer dele 1º ministro.
Se usar a sua eloquência com prudência para ajudar a resolver um problema com 50 anos, e não arrastá-lo por mais 4 será então um político no sentido nobre do termo.
E aí sim poderá dizer-se que é Homem de Estado e seguramente lhe renderá mais votos do que a outra alternativa
Quintino Silva
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