quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Campeões dos danos colaterais

 

Quando Benjamin Netanyahu morrer, veremos, os que ainda formos vivos, obituários semelhantes aos que temos vindo a ler sobre Henry Kissinger. Não faltarão as hagiografias repletas de elogios às suas qualidades de estadista, portador de um inesgotável patriotismo.

Na realidade, ambos se distinguiram pela fidelização exclusiva aos seus interesses próprios, sem olhar a meios para atingir os fins, e sem se preocuparem com os estilhaços que espalharam.

Se mais não conseguiram, foi porque não puderam, mas, ainda assim, pesarão às suas costas os remorsos por muitos milhares de vítimas inocentes, grande parte das quais só porque se encontravam no sítio errado, à hora errada. Espero, contudo, que não venham a atribuir a “Bibi” o Nobel da Paz, como fizeram a Kissinger, e, sem desejar a morte de ninguém, também tenho esperança de que, ao contrário deste, Netanyahu não venha a morrer já centenário, porque essa circunstância poderá exponenciar as possibilidades de ele vir a cometer ainda mais crimes.


Expresso - 08.12.2023


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