O mistério que envolve o caso das gémeas brasileiras que os pais “nacionalizaram” portuguesas, apenas para poderem receber um medicamento cujo custo pornográfico lhes era inacessível no país onde foram paridas, é mais uma das peculiaridades muito nossas, em que já toda a gente julga saber como aconteceu, mas ninguém parece atrever-se a dizer com segurança de onde partiu a irrecusável ordem para que o fabuloso medicamento fosse ministrado às crianças; de facto, embora não seja preciso ser Sherlock Holmes para perceber como as coisas se passaram, uma estranha amnésia parece bloquear quem encomendou a rara droga e respaldado por quem.
Pelo que temos lido, sabe-se que tudo terá começado numa relação de amizade da mãe das crianças com uma familiar do nosso popularucho chefe de Estado que, só por si, sem a mínima intervenção deste, ao que o próprio afirma de "consciência tranquila", como todos, teve o sucesso que se sabe; não desejo que nenhuma família portuguesa venha a ter filhos com tão rara enfermidade, mas se tal infelicidade lhes bater à porta, espero que também por cá possam ter alguém com igual poder de influência, para que os ajude a minimizar a desgraça...
Amândio G. Martins
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