quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

MUNDO COMPLEXO

                               OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE
Será que a alegoria dos Quatro Cavaleiros – a Peste, a Guerra, a Fome e a Morte consegue enquadrar a multiplicidade dos problemas que se colocam à Humanidade no tempo actual ?
A PESTE – O primeiro Cavaleiro que levava um arco para prosseguir e manter novas vitórias, muitas destruições. Encaradas durante séculos como castigo divino, as epidemias assolaram o mundo em vagas sucessivas. Pese embora os laços de solidariedade pontualmente desenvolvidos em socorro dos doentes, estes sofreram e continuam a sofrer um fardo.
A lepra, flagelo milenar, a peste negra, que grassou na Europa dop séc. XIV, ou a cólera do séc. XIX têm o seu equivalente actual na sida. Para além desta nova peste e apesar dos incontestáveis avanços nos cuidados de saúde, persiste ainda uma forte mortalidade infantil, sobretudo entre a miltidão de excluídos dos países mais pobres.Outra das “pestes” actuais é a droga, cujo tráfico mobiliza múltiplos interesses e contribui para o incremento dos mais diversos conflitos locais.
A GUERRA – Longe das invasões pontuais da Europa pelos povos do Norte, a guerra moderna envolve toda a sociedade e mobiliza todos os recursos. A guerra, que se tornou hoje no monstro da guerra total e potenciada pela impessoalidade crescente das guerras actuais, quando governar se tornou um exercício com o dedo no gatilho.São os genocídios, os refugiados, os anexados, os absorvidos, os deslocados, os epifenómenos das fragmentações, da activação dos conflitos regionais, das tentações das purezas étnicas, das novas formas de hegemonia.
A FOME – A balança pende certamente para um só lado, exprimindo a desigualdade no acesso aos recursos, a espiral da pobreza que inclui todas as desigualdades e descriminações. Fenómeno mundial e de todas as épocas, embora com variações acentuadas, a fome e o debilitamento não são apenas condições esporádicas confinadas a certas conjunturas espaciais e temporais.
Apesar da produção cerealífera nos últimos anos permitir alimentar os cinco biliões de habitantes da Terra, a distribuição dos recursos permanece desigual e só se agudiza através de novas estratégias que incrementam as relações de dependência, com o fiel da balança a pender para um só lado.
A MORTE – Sempre aterradora, dependente do sentido de impotência do Homem perante o seu próprio fim. A morte, como perda do valor fudamental da vida humana em si mesma, questionado pelos desafios que a biotecnologia coloca, pela exclusão social, pelo ostracismo, pela dessocialização. Mas certamente mais fúnebre ainda se perspectivada como o fim da própria espécie, ameaçada pelo desastre ecológico global.
NOTA – Respigado de um artigo da socióloga Maria José Stock e transcrito por
Amândio G. Martins



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