sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Castrados não!



"Bravo" ao discurso de Marinho Pinho! Bravo ao bastonário que quer erguer a sua voz contra o que está muito mal na Justiça portuguesa.

Um discurso longo, porque necessário. Muitas palavras, mas todas elas verdades. Terão entrado a 100 e saído a 1000 dos ouvidos dos digníssimos presentes na cerimónia pomposa (necessária?) de abertura do ano judicial.

" A multidão de há dois mil anos que assisitiu ao julgamento de um inocente [aludiu a Cristo] foi hoje substituída por uma turba mediática onde se destacam, magistrados, polícias, jornalistas e os justiceiros que enchem as caixas de comentários on-line." Chamou " modernos pelourinhos" a " certos órgãos de comunicação social".

Falou por nós, comuns cidadãos, ao qualificar muitos dos nossos políticos "sequiosos de popularidade fácil"; denunciou jornalistas "moralmente corrompidos", "polícias fundamentalistas", "magistrados indignos da sua função". Acusou este governo de desqualificar e desvalorizar os "Advogados, aqueles que detêm a missão constitucional de defender em juízo os direitos das pessoas". Acusou magistrados transformados em ditadores e que silenciam aqueles nas salas de audiências dos tribunais. Acusou este governo e a maioria parlamentar. "O actual governo está, hoje, a tentar introduzir na investigação criminal os mesmos métodos que tão bons resultados deram na caça às bruxas da idade média ou na perseguição dos opositores por parte dos regimes totalitários.""Quem é fraco com os fortes acaba sempre sendo forte com os fracos". Etc.

"Um advogado não existe para agradar mas sim para incomodar".

"É hora de terminar."

Tomara que os nossos políticos lessem Jorge de Sena, ouvissem o brasileiro Cazuza tivessem os mesmos ideais de verdade e justiça, que fossem homens livres, homens com letra grande como Marinho Pinho!

(texto publicado no PÚBLICO, a 3-2-2013)

 

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