"Bravo"
ao discurso de Marinho Pinho! Bravo ao bastonário que quer erguer a sua voz
contra o que está muito mal na Justiça portuguesa.
Um discurso longo, porque necessário. Muitas palavras, mas todas elas
verdades. Terão entrado a 100 e saído a 1000 dos ouvidos dos digníssimos
presentes na cerimónia pomposa (necessária?) de abertura do ano judicial.
" A multidão de há dois mil anos que assisitiu ao julgamento de um
inocente [aludiu a Cristo] foi hoje substituída por uma turba mediática onde se
destacam, magistrados, polícias, jornalistas e os justiceiros que enchem as
caixas de comentários on-line." Chamou " modernos pelourinhos" a
" certos órgãos de comunicação social".
Falou por nós, comuns cidadãos, ao qualificar muitos dos nossos
políticos "sequiosos de popularidade fácil"; denunciou jornalistas
"moralmente corrompidos", "polícias fundamentalistas",
"magistrados indignos da sua função". Acusou este governo de
desqualificar e
desvalorizar
os "Advogados, aqueles que detêm a missão constitucional de defender em
juízo os direitos das pessoas". Acusou magistrados transformados em
ditadores e que silenciam aqueles nas salas de audiências dos tribunais. Acusou
este governo e a maioria parlamentar. "O actual governo está, hoje, a
tentar introduzir na investigação criminal os mesmos métodos que tão bons
resultados deram na caça às bruxas da idade média ou na perseguição dos
opositores por parte dos regimes totalitários.""Quem é fraco com os
fortes acaba sempre sendo forte com os fracos". Etc.
"Um advogado não existe para agradar mas sim para incomodar".
"É hora de terminar."
Tomara que os nossos políticos lessem Jorge de Sena,
ouvissem o brasileiro Cazuza tivessem os mesmos ideais de verdade e justiça,
que fossem homens livres, homens com letra grande como Marinho Pinho!
(texto publicado no PÚBLICO, a 3-2-2013)
(texto publicado no PÚBLICO, a 3-2-2013)
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