sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Nas nuvens também crescem silêncios

 
Quem conseguir ser e estar no silêncio, senti-lo-à na alma, irá ao encontro do pleno eu. Meditar no coração é encontrar a raiz do silêncio. Dele provém a fortaleza para empreender novos caminhos. Fonte de sabedoria, nele está a paz e o caminho da transformação, da transcendência. Estamos sempre virados para o exterior, ensinaram-nos a estar fora de nós e ficamos distraídos, assim, somos fora de nós mesmos. O silêncio é um bálsamo para o (re)equilíbrio. O silêncio puro não existe, há sempre algo a vibrar. Na Antiguidade era reconhecido como silenciador dos próprios sentidos.
Mas... podemos nós entrar sabaticamente em silêncio, quando grande parte do todo à nossa volta, dramática e comoventemente, nos atinge com ruídos de angústias, infelicidades, injustiças,...? Através do silêncio, descobrimos e construímos caminhos para a felicidade. Construa-mo-la!

(carta publicada na secção Cartas à Diretora do PÚBLICO a 15/2/2013)
Vítor Colaço Santos

1 comentário:

  1. Curioso! Ouvi hoje, no telejornal, que uma comunidade (inglesa?) duma paróquia, editou um CD com o, julgo, título "A música do silêncio". A igreja é sóbria e belíssima e, pelos vistos ouve-se um profundo silêncio que aqui e ali é entrecortado por passos ou outros ruídos ténues de quem lá entra. Está na Net e é enviado sem qualquer pagamento. Grato Vítor!
    Fernando Cardoso Rodrigues

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