Na I República, sem as tecnologias de
agora, para sabotar ou derrubar um governo eleito, era precisa a força física.
Umas lambadas, uma facada ou um tiro, mesmo na via pública, como houve muitos,
quando era necessário neutralizar um adversário. Disso, os velhos defensores
das "excelsas liberdades" dessa República, não gostam de falar...
Agora a coisa fia mais fino. Estamos num regime finalmente
"democrático", por isso vasculha-se até ao tutano o CV de um
político, e à mais pequena "imparidade", fora com ele. No caso mais
vertente, como já teve a coragem de salientar o Doutor Miguel Beleza, foi um
exagero o que tramaram com o agora ex-Secretário de Estado do Tesouro. Foi 17
anos quadro superior de um Banco Estrangeiro, em que a sua especialidade, a
partir de certa altura, foi promover a venda de contratos "swap".
Ora, a actual Ministra das Finanças, numa decisão pelo menos lógica (agora já
não sei se sensata), escolheu para SET uma pessoa com conhecimentos bastantes
dos "dois lados da barricada", para renegociar os restantes contratos
com a Banca Estrangeira. Está provado, por ser matéria de facto, que nem o
ex-SET, nem o Banco que representou, violou a Lei ao negociar com o anterior
governo aqueles contratos. Ficaram todos muito chocados pelo facto de poder
defender interesses diferentes, ao fim de vários anos? Então os Advogados não
defendem alegados bandidos e inocentes? Actualmente ainda, e durante os últimos
40 anos, não foi possível assistir a Ministros que rapidamente transitaram para
empresas privadas, com quem haviam negociado antes contratos muito vultuosos?
Isso faz deles pessoas desonestas à partida? Se há quem com alguma razão, se
queixa de os actuais governantes não terem a experiência necessária ao
desempenho destes altos cargos, então agora com todo este crivo de exigências e
intolerâncias, só lá iremos com meninos acabados de sair da Universidade, sem
experiência alguma. E isso aproveitará a alguém? À imprensa, que como piranhas
devora tudo o que encontra à frente? Aos partidos da oposição, designadamente
os que nunca serão governo pelo voto? Ao povo e à classe média é que não
certamente, pois cada governo que é "atropelado" e cai, os credores
elevam cada vez mais alta a fasquia do chamado "ajustamento", expressão
que tem tanto de sinistra como de inexorável... É caso para dizer, deixem o
governo (este ou outro qualquer) governar, bem ou menos bem, sempre é melhor
que ficarmos num pântano de indecisão.
Obs. Publicado parcialmente no jornal "Público", na sua edição de 9/8/13.
Esquecemos a história e não nos querem com memória, e andamos sempre a ir ao zero e a fazer percursos repetidos...........mesmo que errados......
ResponderEliminarseja!!!!!!!!!!!!!!