Nicolas
Ray (realizador)
1911. Agosto.7 – Gallesville, Wisconsin, EUA / 1979.
De seu verdadeiro nome Raymond Nicholas Kienzle,
Nicolas Ray começou por estudar arquitectura tendo posteriormente trabalhado no
teatro e cinema onde se estreou como assistente de Elia Kazan. Dirigiu o seu
primeiro filme, “They live by night”,
em 1948 onde retratou a delinquência juvenil, que se tornaria num dos seus
temas preferidos. A inquietação e inadaptação dos jovens no período pós-guerra
retratados como heróis frágeis que tentam sobreviver num mundo de violência mas
onde as paixões também têm o seu lugar. “In
a lonely place” de 1950 inaugura uma época de ouro na sua carreira de
director de cinema. Neste filme Ray dá-nos a história de um cínico argumentista
acusado de homicídio. Mais tarde surge o seu primeiro filme a cores. “Johnny Guitar” (1955), um western
com Joan Crawford, é de forte cariz psicológico, onde o realizador utiliza as
cores e explora o fundo as potencialidades cromáticas. Seguem-se dois westerns
mais convencionais, “Run for cover”
(1955) e “The true story of Jesse
James” (1957). Em 1955 realizará “Rebel without a cause”, o seu filme mais popular, com o seu
actor preferido. James Dean a interpretar o papel de alguém que se sente
confuso e angustiado no período pós-guerra. Num dado período serão actor
adultos abandonados que tomarão o papel das personagens nos seus filmes, como
James Dean e o seu rosto de criança, Sterling Hayden de “Johnny Guitar”, Humphrey Bogart e
Robert Ryan. “Bigger than life”
(1956) é um dos seus filmes mais amargurados. Ray usa mais uma vez o décor e as
cores que espelham a profunda perturbação que se esconde sob a aparente
tranquilidade da América profunda.
Dono de um talento genuinamente cinematográfico que
lhe granjeará mais admiração na Europa, através de alguns realizadores da
Nouvelle Vague francesa como Eric Rhomer e Jean-Luc Godard, do que nos Estados
Unidos, a obra de Nicola Ray é uma análise de solitários marginais e violentos
que a sociedade não conseguiu integrar. A sua última aparição no cinema foi num
papel no filme de Wim Wenders em “O
Amigo Americano” de 1977.
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