domingo, 9 de julho de 2017

A agenda escondida


Tenho constatado com alguma perplexidade o recente interesse da imprensa espanhola pelo nosso país. Primeiro, o El Mundo, depois, o El Español, ambos se mostraram visivelmente “preocupados” com o estado de coisas em Portugal, veiculando na opinião pública a ideia de que, com governanças “à la geringonça”, o resultado final é o desnorte e a ineficiência, seja com incêndios, seja com assaltos a quartéis. Nos casos de Pedrógão e de Tancos, ninguém lhes poderá tirar alguma razão. Mas, naturalmente, a vida não é só isto, e estes azares recentes não apagam da memória os êxitos que vimos somando há cerca de um ano, nos mais variados sectores. Que as notícias “espanholas” têm mão portuguesa, que elas convêm a governos de direita, inconformados com o exemplo português e temerosos de possíveis contágios, não há dúvidas. Haverá nas direitas ibéricas alguma agenda escondida, ou nada se passa para além das inevitáveis teorias da conspiração? Sempre negadas, sim, mas que las hay, las hay.

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