domingo, 9 de julho de 2017

JUÍZES: RAZÕES "ESFARRAPADAS"

A greve que a Associação Sindical de Juízes Portugueses (ASJP),  planeada para Agosto, vai ser adiada para Outubro. Razão aduzida pelos magistrados: em Agosto têm que validar as lista dos candidatos à eleições autárquicas e isso seria susceptível de aproveitamento político. Mas... fazem a greve em Outubro, quando.... têm que validar os resultados eleitorais saídos do voto popular!
Já o tenho dito, a greve "tou court" é um que direito que "causa danos" a alguns (muitos), mas que nunca deverá ser abolido constitucionalmente, por isso mesmo, por ser um direito. Agora vejamos o caso dos juízes. Sei que eles dirão que não são um poder de Estado pois quem titula esse poder são os Tribunais. Mas sei também que são os senhores juízes que constituem a trave mestra daqueles que, tomados à letra, seriam somente quatro paredes e um telhado, embora haja outros componentes judiciais. E, mais uma vez, uma greve de juízes é como uma "greve" dos poderes presidencial e/ou executivo e/ou legislativo: ilógica, imoral e "ilegal".
Este é problema nuclear. Agora se, em cima disso, ainda vem uma "justificação" de não querer invalidar as listas para depois poderem invalidar os resultados... "valha-me Nossa Senhora"!

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. A polémica que os magistrados podem levantar sobre o “seu” direito à greve é, como qualquer outra, facílima de engendrar. No entanto, parece-me linear e consensual que os órgãos de soberania devam ser impedidos de fazer greve, sem que o respectivo direito constitucional seja violado. É uma discriminação mas, a meu ver, positiva. Querer ser órgão de soberania só de vez em quando é, autenticamente, querer sol na eira e chuva no nabal. Mas nós não somos nabos.

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