Sabedoria
salomónica
Do tempo das
primeiras letras lembro aquela história em que Salomão, perante duas mulheres
que o procuraram reivindicando a mesma criança, cada uma afirmando ser a mãe,
mandou cortar a criança ao meio e dar metade a cada uma; vendo que uma delas,
arrepiada com tal sentença, lhe rogou que então entregasse o menino à outra, o
rei não teve dúvidas de que essa era mesmo a verdadeira mãe, a quem ordenou que
fosse entregue o filho.
Com o tempo
fui conhecendo outras sentenças geniais deste descendente do rei David, o tal
que derrubou o fanfarrão Golias com uma pedrada na testa…
Outra decisão
impressionante aconteceu quando procurado por três homens, cada um afirmando
ser o herdeiro de alguém acabado de falecer: mandou que trouxessem o defunto e
cada um deles, munido de arco e flecha, ia disparar contra o cadáver, saindo
vencedor o que fizesse disparo mais certeiro. Um deles acertou num braço, outro
na cabeça e o terceiro, quando se preparava para cumprir a ordem, olhou para o
rei e disse que não tinha coragem de profanar o cadáver do pai, o que deu a
Salomão a certeza de que era esse o legítimo herdeiro.
Numa outra
questão, o vendedor de um campo, quando soube que o comprador tinha lá
encontrado um tesouro, pedia ao rei que o obrigasse a devolver-lhe o achado,
argumentando que tinha vendido só a terra, enquanto o comprador dizia que,
tendo comprado aquele campo, tudo que lá estivesse lhe pertencia… Salomão
perguntou aos dois se tinha cada um filho e filha; confirmado que sim, ordenou
que os filhos de ambos casassem e o tesouro seria o dote do novo casal.
Comentário: Eram
tempos rudes, Cristo ainda não se tinha revelado na Terra, mas esta forma
expedita de fazer justiça, sem as
manobras dilatórias a que hoje assistimos, levando anos a ser ditada uma
sentença, era capaz de ser bem mais eficaz e justa, assim fosse possível
encontrar juízes tão sábios…
Amândio G.
Martins
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