terça-feira, 7 de setembro de 2021

 

NÃO À INDIFERENÇA PERANTE A INCONSCIÊNCIA E FALTA DE CIVISMO


Do alto da sua estatura moral, disse o grande pacifista, pensador, líder e pai da independência da Índia, Mahatma Gandhi: “ A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados”. Quem duvida?

Mas há outros indicadores que atestam essa grandeza. Por exemplo, o modo como uma nação ou povo, trata o meio ambiente, a Natureza, o planeta, a nossa casa comum.

Perante os preocupantes efeitos das alterações climáticas (AC) geradas pela atividade humana, cada vez mais violentos e destruidores, teria toda a lógica que nos contivéssemos e tratássemos a nossa casa comum, a Mãe Natureza, com todo o cuidado e respeito. Até por uma questão de sobrevivência! Não será a nossa sobrevivência, como espécie, que a médio ou longo prazo, poderá estar em causa? Aliás, não estão constantemente outras espécies a serem extintas? Até por uma questão moral, é essa herança que queremos deixar aos nossos descendentes?

Pois bem, já repararam, caros leitores e leitoras, no lixo, sobretudo plásticos e agora máscaras, que se vê aí pelas bermas de estradas, caminhos, valas, ribeiros, até nas praias e noutros sítios onde passe muita gente?

Não se aperceberam já, que o cuidado, pelo contrário, até tem diminuído? E muito!

No entanto, estamos em crer que, mesmo assim, será uma minoria que tão lamentável, criminoso mesmo, comportamento, tem. Não respeitando, o ambiente, a Natureza, os outros, e até eles próprios. Trata-se, portanto, de uma questão de inconsciência, falta de educação e civismo. Então, e perante a gravidade do que está em causa, a juntar-se aos efeitos das AC , potenciando-as, não deveria serem tomadas medidas para se limitar ao máximo tal estado de coisas? Desde logo, campanhas de sensibilização e esclarecimento na comunicação social, nomeadamente na rádio e televisão públicas, nas escolas, nas famílias, e mais fiscalização e penalização, em casos mais graves de despejos de lixo na via publica.

É evidente que, a manter-se este abuso com o lixo nos locais já referidos e um pouco por todo o lado, as entidades mais responsáveis pela sua recolha, as Autarquias, não lhes sendo facultados mais meios pelo Poder Central, terão mais dificuldade em cumprir o seu papel. Mas, terão de fazer desta importante matéria, uma prioridade. Desde logo, por exemplo, em relação à limpeza das margens de valas e ribeiros. Assim como, cursos de água mais importantes; ribeiras e rios, quem, a nível governamental, tutela os Serviços Hidráulicos.

As AC, caracterizam-se por excessos. Entre eles,chuvas torrenciais. E mesmo chuvadas normais, não arrastam esses lixos, nomeadamente plásticos depositados nas margens, para o mar onde já se encontram milhões de toneladas?

Claro que, como soe dizer-se, não pode andar um polícia atrás de cada cidadão. Mas cada cidadão, pode ser polícia de outro cidadão. Pelo menos para o alertar sobre as consequências dos seus atos.

Indiferentes, é que não devemos ficar.

Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal "O Setubalense"







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