O 11 DE SETEMBRO E A COMUNICAÇÃO SOCIAL
Dois crimes, transformaram o 11/9, numa terrífica data. Por isso, ainda a designação deste tema e a comunicação social (CS), para o presente artigo de opinião.
Não admira se alguém pensar: “dois crimes?”
É verdade, eis o poder da CS! Quase só “existe”, o que quem manda nela quiser. Basta omitir.
Há exceções, como este jornal. Mas quando a CS dominante, se refere a esta data, sobre que assunto o faz? Sobre o atentado terrorista de há 20 anos às torres gémeas em Nova Iorque, não é verdade?
E deve fazê-lo porque se tratou efetivamente de uma grande tragédia.
Mas, essa CS, praticamente silencia outro crime, outra tragédia, ainda maior, ocorrida nessa mesma data há 40 anos: o golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet, que derrubou o Governo legítimo do Chile, presidido por Salvador Allende.
Porque o faz? Se o crime alegadamente (alegadamente, porque, como se sabe, há outras teorias que não sabemos se serão conspirativas ou não) atribuído a fanáticos religiosos islâmicos, causou 3.278 mortos, o golpe de Estado referido, causou 40.280 (onde se inclui o próprio presidente Salvador Allende) com execuções sumárias, torturas e 3.225 pessoas dadas com desaparecidas.
Lá está o tal poder! É que, para além dos EUA controlarem direta ou indiretamente, grande parte da CS ocidental, são simultaneamente vítimas e carrascos. Está mais que provado; através da CIA, contribuíram para a preparação e execução desse golpe de Estado. Os seus governantes de então, são cor-responsáveis por aquele derramamento de sangue inocente.
Acresce que o ataque às torres gémeas, foi o prelúdio para a invasão do Afeganistão, com o pretexto de eliminarem a Al Qaeda e o seu líder Osama Bin Laden.
Vinte anos e muitos milhares de mortos depois, o resultado está à vista: Bin Laden foi morto não no Afeganistão, mas sim no Paquistão, e o poder no Afeganistão, foi entregue aos seus antigos aliados, os Talibã.
Tal como outras coisas essenciais, a CS, pode desempenhar um papel muito negativo, como o contrário. Pode e deve informar e formar. É essa a sua mais útil e nobre função.
Por isso, fazendo uso do pequeno quinhão aqui ao nosso dispor, juntamos a nossa opinião a tantas outras, e sugerimos que no próximo domingo, ninguém fique em casa e contribua com o seu voto, o mais esclarecido possível, para a consolidação da democracia e do Poder Local Democrático.
As propostas são diversas, o financiamento é essencial ao desenvolvimento, fala-se em muitos milhões do PRR, vulgo bazuca, mas o capital mais seguro, o que não tem contrapartidas impostas, é o lucro das grandes empresas. De combustíveis, telecomunicações, eletricidade, banca, etc., que deveriam ser do Estado e não de particulares, uma vez que boa parte desse lucro, além de não ser cá reinvestido, até voa para paraísos fiscais.
Portanto, em momentos de escolha, convém termos bem presente qual a força concorrente que desde sempre se bate para que tais empresas estejam efetivamente ao serviço do povo e do país.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal "O Setubalense"
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