O CATALISADOR DA HISTÓRIA
Vivemos tempos
incríveis. Mas tempos que, como sempre, nos trazem ensinamentos. Um
deles, é este: evoluímos e continuamos a evoluir tanto na técnica
e na ciência, mas na relação entre nós, no humanismo, tão pouco!
Estamos quase como há 500 ou 1000 anos. Ou seja, parece que não
aprendemos com a história.
Outra conclusão
importante, é que, desde sempre uma minoria tentou impor, a bem ou
mal, a sua vontade e explorar a grande maioria. O grau de imposição,
depende dos meios mediáticos que tiver para o fazer. Por isso, eles
sempre tiveram e têm tanta importância. Mas, quando a mensagem não
resulta ou é insuficiente, a tal minoria, não hesita em recorrer à
guerra. E esta, pode ser mais ou menos prolongada e mortífera.
Sempre foi assim e
continua. Nem com as duas guerras mundiais que causaram 70 milhões
de mortos, com episódios tão horrendos como o holocausto, ou a
utilização, pela primeira vez, da bomba nuclear, serviram de
emenda.
Mas, apesar de tudo,
outra conclusão importante, talvez a mais importante de todas, é
que sempre houve uma minoria que, qual catalisador da história,
nunca se submeteu. E, graças a ela, a humanidade, embora com avanços
e recuos, tem avançado sempre. Viemos do esclavagismo, passámos
pelo feudalismo, e o capitalismo não será o fim da historia.
Dito isto,
fixemo-nos então nestes tempos incríveis. Já saturados de ouvir
falar na guerra e tê-la constantemente na televisão com o senhor
Zelensky a reclamar todos os dias mais armas e mais potentes e
precisas, e os seus fornecedores e mentores, Biden, Stolbenberg,
Boris Johnson Morawiecki e António Costa, entre outros, a darem-lhe
razão. E, embora ainda não tantas como ele quer, a “dar-lhe”
também as armas. As aspas, significam isso mesmo; que para além do
que já está a pagar mesmo com tantas vidas humanas, o povo
ucraniano, vai pagá-las com língua de palmo.
Mas cá pelo nosso
lindo Burgo, temos novidades! Embora não tão funestas como as da
guerra, mas também tão tristes e lamentáveis. É que após “meia
dúzia” de dias das Legislativas em que este fatalista e malhadiço
povo, deu maioria absoluta ao partido, cujo líder, como já aqui
disse, surpreendentemente, pelo menos para mim, se revelou um dos
mais aguerridos falcões, talvez a ganhar balanço para outros voos
com poiso de destaque em Bruxelas, aí temos, sem surpresa, porque a
boa gestão e o investimento foram descurados, a crise dos hospitais
com fecho de serviços de urgência por todo o lado e outro
fundamental que, entre outras consequências, já provocou a morte de
um bebé, serviços de obstetrícia e ginecologia.
Pois é, senhor
Primeiro-Ministro, para se estar com quem se deve estar, em primeiro
lugar, com o nosso povo, tal atitude, não condiz com o envio de
milhões e o apoio à provocada guerra imperialista da Ucrânia.
A tal minoria
sempre presente, o catalisador da história, crescerá. E, mais uma
vez, cumprirá o seu papel.
Pelo menos alguns,
aprendem mesmo com a história! E, como se constata, para tantos,
convém.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal "O Setubalense"