quinta-feira, 2 de junho de 2022

Estropícios

 

As sociedades democráticas nem sempre conseguem defender-se de ver subvertidos valores e princípios básicos já consagrados, porque a democracia permite o acesso a funções de grande relevância a gente sem qualquer idoneidade para as desempenhar, e bastava escrutinar cuidadosamente, e dar notícia do passado cívico dessa gente, para que nem tivessem a veleidade de candidatar-se a lugares de decisão com poder para estragar e reverter leis que custaram muitos sacrifícios, até ficarem em condições de facilitar a vida de cidadãos pacíficos e cumpridores.

 

Durante o período mais duro da pandemia, assistiu-se à campanha insana de um pseudo-juíz negacionista, que encabeçava manifestações contra o confinamento, máscaras e  vacinas, levando atrás gentinha que não sabe muito bem o que anda a fazer no mundo, aderindo com facilidade às teses de qualquer falsário; agora queria aceder a um lugar no Tribunal Constitucional um outro que é pela abolição da lei da interrupção da gravidez, mesmo que de mulheres violadas, porque estas, afirmou, raramente engravidam.

 

Seria caso para interrogar o sujeito se fala por experiência própria, por conhecimento de mulheres que violou e não lhe deram filhos; a ignorância daquele  e deste em questões tão sérias é de deixar a gente estarrecida; felizmente que o outro foi expulso da magistratura, e este viu chumbada a sua pretensão ao alto cargo...

 

Amândio G. Martins

 

 

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