terça-feira, 21 de junho de 2022

 

O CATALISADOR DA HISTÓRIA


Vivemos tempos incríveis. Mas tempos que, como sempre, nos trazem ensinamentos. Um deles, é este: evoluímos e continuamos a evoluir tanto na técnica e na ciência, mas na relação entre nós, no humanismo, tão pouco! Estamos quase como há 500 ou 1000 anos. Ou seja, parece que não aprendemos com a história.

Outra conclusão importante, é que, desde sempre uma minoria tentou impor, a bem ou mal, a sua vontade e explorar a grande maioria. O grau de imposição, depende dos meios mediáticos que tiver para o fazer. Por isso, eles sempre tiveram e têm tanta importância. Mas, quando a mensagem não resulta ou é insuficiente, a tal minoria, não hesita em recorrer à guerra. E esta, pode ser mais ou menos prolongada e mortífera.

Sempre foi assim e continua. Nem com as duas guerras mundiais que causaram 70 milhões de mortos, com episódios tão horrendos como o holocausto, ou a utilização, pela primeira vez, da bomba nuclear, serviram de emenda.

Mas, apesar de tudo, outra conclusão importante, talvez a mais importante de todas, é que sempre houve uma minoria que, qual catalisador da história, nunca se submeteu. E, graças a ela, a humanidade, embora com avanços e recuos, tem avançado sempre. Viemos do esclavagismo, passámos pelo feudalismo, e o capitalismo não será o fim da historia.

Dito isto, fixemo-nos então nestes tempos incríveis. Já saturados de ouvir falar na guerra e tê-la constantemente na televisão com o senhor Zelensky a reclamar todos os dias mais armas e mais potentes e precisas, e os seus fornecedores e mentores, Biden, Stolbenberg, Boris Johnson Morawiecki e António Costa, entre outros, a darem-lhe razão. E, embora ainda não tantas como ele quer, a “dar-lhe” também as armas. As aspas, significam isso mesmo; que para além do que já está a pagar mesmo com tantas vidas humanas, o povo ucraniano, vai pagá-las com língua de palmo.

Mas cá pelo nosso lindo Burgo, temos novidades! Embora não tão funestas como as da guerra, mas também tão tristes e lamentáveis. É que após “meia dúzia” de dias das Legislativas em que este fatalista e malhadiço povo, deu maioria absoluta ao partido, cujo líder, como já aqui disse, surpreendentemente, pelo menos para mim, se revelou um dos mais aguerridos falcões, talvez a ganhar balanço para outros voos com poiso de destaque em Bruxelas, aí temos, sem surpresa, porque a boa gestão e o investimento foram descurados, a crise dos hospitais com fecho de serviços de urgência por todo o lado e outro fundamental que, entre outras consequências, já provocou a morte de um bebé, serviços de obstetrícia e ginecologia.

Pois é, senhor Primeiro-Ministro, para se estar com quem se deve estar, em primeiro lugar, com o nosso povo, tal atitude, não condiz com o envio de milhões e o apoio à provocada guerra imperialista da Ucrânia.

A tal minoria sempre presente, o catalisador da história, crescerá. E, mais uma vez, cumprirá o seu papel.

Pelo menos alguns, aprendem mesmo com a história! E, como se constata, para tantos, convém.

Francisco Ramalho

Publicado hoje no jornal "O Setubalense"





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