domingo, 31 de dezembro de 2023

Moderemos o egoismo

 

CUSTOS DO ABUSO

 

Nas falhas dos serviços de saúde

Todos temos responsabilidade

Se o entupimos sem necessidade

Abusando do que é sua virtude...

 

Por causa dessa egoista atitude

Como em qualquer outra banalidade

Distorcemos toda a realidade

Empurrando quem sofre ao ataúde.

 

Não se abuse da social riqueza

De poder usufruir da certeza

De socorro quando mais precisarmos;

 

Se abusamos porque é tudo gratuito

A continuarmos não tarda muito

Só nos atenderão onde pagarmos...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

sábado, 30 de dezembro de 2023

Costa saiu; deixe Marcelo avançar

 

JN 28.11.2023






António Costa, primeiro-ministro (PM), demitiu-se em função de suspeitas , referidas alegadamente sem evidências, num último parágrafo de um comunicado do Ministério Público , que lhe alude.


Ao afastar-se, António Costa iria obrigar o Presidente da República (PR) , Marcelo Rebelo de Sousa, a demitir o Governo e convocar eleições legislativas .


Todos sabíamos disto e especialmente António Costa, estava fartinho de saber.


Não se deveria ter demitido? Mas quis fazê-lo


Fê-lo com base no que achou dever fazer.


Era impracticável o Presidente não aceitar.


Era inimaginável o Presidente não fazer o que todos sabíamos que iria fazer.


Caiu o Governo? Pois.


Porquê? Porque o primeiro- ministro se demitiu. Era evidente. Era sabido.


Contudo o passo dado pelo PM, baseou-se em suspeitas


Compete a Costa exigir provas das suspeitas ou a anulação escrita daquele paragrafo maldito.


António Costa está a assimilar o que se passou.


O problema a ser esclarecido é entre Costa e quem, lançou as suspeitas.


E não fica nada bem ao ainda primeiro-ministro continuar a atirar-se a Marcelo Rebelo de Sousa por simplesmente por ter cumprido o que havia prometido: levar-nos para eleições se António Costa, deixasse de ser PM,


António Costa foi já não é .


Marcelo Rebelo de Sousa continua , e bem, a ser .


Que o PM deixe o PR a continuar a ser um dos “poucos” garantes da Democracia e da própria República Portuguesa , quando outros quererem o contrário.


Que não seja alguém como Costa , que é um democrata, que pode ainda ter futuro político noutras dimensões a fazer parte dos atacantes de Marcelo Rebelo de Sousa.


A. K. MAGALHÃES

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Futilidades

 

 PECHISBEQUE

 

Christopher Pinchbeck tentou ser ousado

Tendo dos alquimistas a instrução

Que o ouro podia ter imitação

E todo o bem de valor copiado.

 

A ganância criou por todo o lado

Uma engrenagem de falsificação

Para os que fingem ser de outra condição

Não tendo os meios do que é abastado.

 

Quem gosta de parecer o que não é

Deixa-se voluntariamente à mercê

De tudo quanto seja falsidade;

 

Sendo o “pechisbeque” a tralha perfeita

Mesmo que imite a peça verdadeira

Nunca passará de vulgaridade...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

sobre a nova edição da AD...


 

Infringir sempre excepto no Natal

 PÚBLICO 26.12.2023 

 


Todas e todos ao volante, fora ou dentro das localidades, podemos, se quisermos, se acharmos bem, se for a nossa forma de ser e estar, na condução automóvel, infringir todo o ano, excepto no Natal.

As operações das autoridades, mormente GNR e PSP, “apanham”, só no Natal, dado só nessa festividade estarem ao “controlo em pleno”, imensos condutores a conduzir alcoolizados, outros ao telemóvel, uns bastantes a conduzir sem carta de condução, mais sem seguro automóvel, mais ainda em forte excesso de velocidade.

Isto só acontece no Natal?

Ou na realidade acontece todos, todos os dias?

Daí estarmos em contínuo a ter cada vez mais acidentes de viação, mais mortes, mais feridos graves, mais pessoas a serem gravemente atropeladas quando passam em passadeiras, mais acidentes dentro das localidades.

E isto, de certeza mais que absoluta, não é de modo algum resolvido com operações stop, ou operações conjuntas só no Natal.

Ou sequer tentar resolver a situação controlando a sério todos os dias, com menos pressão e menos autoridades, ou vamos continuar a ter aumentos e aumentos da sinistralidade.

E, pelos vistos, há autoridades que o podem fazer, se o fazem em massa no Natal.

Se o fazem quando há futebol, se o fazem nos mais diversos eventos.

Seria avisado, mas nunca irá acontecer, dado que há anos e anos que ninguém quer mudar, e fica tudo confortável — alegada, supostamente — como está a ser feito, seria avisado o controlo diário, evidentemente sem tantos elementos, mas com bastantes mais que os que vemos. Conseguimos circular diariamente uma hora na cidade do Porto sem ver polícia.

 Podemos viajar pelo país inteiro sem nos cruzarmos com uma autoridade.

 Mas há uns mecanismos, caça à multa, em que todos passam de 120km/h para 80km/h, e de imediato volta-se, mas aos 140km/ h.

Não é necessário mais efectivos, é indispensável “estarem”.

Ou não.

 

Augusto Küttner de Magalhães

O maior...

 

Um tanto “ciumento” de ver o nosso preclaro presidente comentar embevecido a boa nota que os cidadãos lhe dão nas sondagens – 65% de aprovação! -  das quais se mostra tão dependente como das embalagens de comprimidos que, dizem as más linguas, se habituou a trazer nos bolsos, quis ver qual era a minha posição nas tais sondagens, tendo verificado que não havia um só cidadão que me reprovasse; é verdade que também não encontrei uma única referência positiva – 100% de indiferença – o que para o caso é irrelevante porque, além de nunca ter feito campanha promocional, também nunca quis ser o maior em coisa nenhuma...

 

Amândio G. Martins

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

A UE já funciona com artimanhas

 Público Sábado, 23 de Dezembro de 2023




A reunião do Conselho Europeu começou com 26 contra um e com a eventualidade de ser encontrada uma qualquer “artimanha” que permitisse dizer que os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) concordam em abrir as negociações para a adesão à UE da Ucrânia e da Moldova.


O momento de “magia” de Charles Michel foi perguntar aos chefes que se encontravam numa sala se se opunham a essa deliberação.


Todavia, só quando o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, saiu da sala, sem delegar o voto em ninguém, só nessa ocasião é que a questão foi colocada.


Como só estavam os 26 e não os 27, ninguém votou contra, como seria de esperar por uns e de desejar por outro.


E irão começar as “ditas” negociações para rapidamente encaixar, e de qualquer jeito, a Ucrânia na União Europeia.


Ao que chegou a UE, que já funciona com manigâncias deste calibre. A partir deste célebre dia de Dezembro de 2023, ficou aberta a porta a mais e mais esquemas, que os 27 possam utilizar para tentar “ganhar” qualquer coisa, aproveitando a distracção de outros ou até idas à casa de banho.


É assim que a União Europeia se quer unida?


Augusto Küttner


domingo, 24 de dezembro de 2023

Povo que sofre

 

COLHERADAS DE LAGOSTA

 

Com três tigelas de caldo nutrido

Partia o pobre rapaz para a escola

Levando para o lanche na sacola

Pão caseiro de farinha de milho.

 

Nunca mentia o que tinha comido

Quando lho perguntava a professora

Curiosa de ficar sabedora

De como era ali o passadio.

 

Sendo o que só dava a mesma resposta

O pai sugeriu responder “ lagosta”

E a mestra quis saber quantas delas;

 

Como mentir não era seu hábito

E também não conhecia o crustáceo

Voltou a responder-lhe “três tigelas”...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

IL - “Incoerência” Liberal…


… ou de como a “Iniciativa” degenera em “Incoerência”.

É no mínimo estranho que um partido formado há tão pouco tempo, com o desígnio de vir a mudar todos os paradigmas a que estamos habituados no panorama partidário, tão rapidamente tenha absorvido alguns dos piores vícios dos outros. Já Bárbara Reis deu conta, aqui no PÚBLICO, no seu Coffee break de 25/11, das suas dúvidas sobre a convicção da IL de que ia ser um partido diferente. E, pelos vistos, tinha toda a razão, pelo que se vê passar-se dentro de portas do partido. Internamente, alguns dos seus membros mimoseiam-se com acusações e epítetos que fazem lembrar, não só pela extensão, o rol de roupa suja para a lavadeira de Woody Allen, não se ensaiando nada em desterrar quem não diz que sim. Dá para pensar que a “rapaziada” tem iniciativa, sobretudo em afastamento de correligionários, mas de liberal… só se for no nome.


Público - 26.12.2023

sábado, 23 de dezembro de 2023

IL ao ataque

 Sábado 21.12.2023




A Iniciativa Liberal parece estar pior que o Chega, na maledicências ataque aos outros,  eventualmente por poder estar a ver o Chega  a crescer,  e não sentir o mesmo com a IL.


Como é evidente não lhe interessa de modo algum atacar o Chega,  logo, ataca tudo o resto. 


Está tudo mal no País,  excepto a Iniciativa Liberal que tem como melhorar o país (…)


Acabar a Democracia como está a ser o rumo do país,  não é sequer preocupante para a IL. 


Pelo contrário. 


Para o Chega , a Democracia não serve, uma vez que tem muitos velhos do antigamente e novos que querem um partido único e regresso ao Estado Novo.

 

Tudo o que não seja IL ou Chega é a peste.


E vamos perdendo a Democracia a cada dia que passa.


Augusto Küttner

UE versus Ucrânia – até irá o faz de conta?

 JN sábado 23.12.2023



Ao que parece, continuamos num tempo de ideias fixas, no qual já nem ideais existem.


Nunca a nível europeu houve vontade de falar sobre o regime que político vigente na Ucrânia. Nunca.


Houve unicamente a obstinação europeia de estar sempre ao lado de Zelensky , implicitamente contra Putin.


E assim a Europa , a mando de Biden, em vez de ajudar os ucraniano avançar com a vida e tentar ajudar a paz com a Federação Russa, alimenta uma guerra que caminha para os dois anos e não tem fim à vista.


Os Estados Unidos vão ter muitas dificuldades para enviar mais armamento para a Ucrânia – porque o partido de Donald Trump não autoriza - e a União Europeia, sobre este assunto está obviamente cada vez mais desunida .


Talvez por isso , os lideres da UE e de alguns estados-membros deixaram de ir a Kiev dar abraços e beijos a Zelensky.


Neste tempo todo, como se escreve aqui no início , ninguém quis dissecar o regime político ucraniano.


Como também não se fala, não se escreve, não se pronuncia sobre a ida de Zelensky à tomada e posse de mais um autocrata de extrema-direita , o presidente Argentina , ao qual prometeu aliás todo o apoio.


A Europa, os 27 , Biden , todos acharam isto normal?


E a porta continua escancarada a Zelensky para a União Europeia e para a NATO?


Até quando se vai manter este faz de conta?


AUGUSTO KÜTTNER


A PAZ É NECESSÁRIA E FUNDAMENTAL


 A PAZ é uma questão fundamental para a humanidade. É necessário repudiar esse capitalismo selvagem que domina grande parte dos países, a começar pelos mais ricos e poderosos, que fomenta e apoia a guerra e os enormes lucros das empresas de armamento, ao mesmo tempo que desenvolve o crescimento da pobreza e o retrocesso social.

 

QUER MANDAR BEIJINHOS PARA  ALGUÉM?


Confesso que fiquei em choque, quando tomei conhecimento da "bomba".

Berrei, barafustei, perdi a minha habitual fleuma, o controlo emocional: "Ana (Moura), como é possível fazeres-me uma desfeita destas? E, que te dediquei toda a minha vida com uma paixão sem limites!!!
Entregas-te assim, sem mais nem menos a um desconhecido qualquer, de sobrenome mais que suspeito, de calça rota, com idade para ser teu filho"!!!

Ali, na cozinha, sem a deixar explicar-se, agarrei-a pelo pescoço e empurrei-a violentamente contra o armário. No topo, o galo de Barcelos que a minha Mãe me tinha oferecido num aniversário, não aguentou o abanão, desiquilibrou-se e fez-me um galo antes de se estatelar no chão em cacos.
A vizinhança, espreitando à janela já chamava a Polícia.
Entretanto, já sem forças, parei. Bem aconselhado, fui ver (como faz o árbitro quando vai ao VAR). A partir desse momento, tudo mudou.

Senhores e senhoras, o maior sucesso do ano: PEDRO MAFAMA.







José Valdigem

Mistérios da cabeça da gente

 

O suicídio, embora seja um problema sério nalgumas zonas do país, em certas faixas etárias e classes profissionais, não o é muito por estes lados, e na minha aldeia, que me recorde, houve um caso, ainda no tempo da ditadura, de um velhote que engravidou uma deficiente e, quando o escândalo rebentou, desapareceu da terra, aparecendo morto algures longe daqui; de resto, houve algumas mortes inesperadas, por acidente de trabalho ou outros, mas nada de suicídios.

 

Daí a sensação de tragédia que neste momento vivemos, ainda mais nesta quadra, com a chocante notícia do suicídio de um rapaz vizinho aqui da rua; solteiro e não se lhe conhecendo problemas que justificassem tal extremo, a gente anda estupefacta com tão inesperada notícia, que eu só conheci quando perguntei por quem dobrava o sino porque, embora sendo vizinhos, raramente o via, a menos que andasse na tarefa de aparar arbustos e trepadeiras da vedação e ele passasse de carro, cumprimentando-nos apenas com um aceno.

 

Tendo sido emigrante em Andorra, onde trabalhou na indústria hoteleira, veio de lá quando herdou parte das muitas propriedades dos pais, uma delas aqui na rua, onde construíu uma vistosa vivenda; seguidamente, pôs em prática os seus conhecimentos de cozinha e contratou a exploração de um pequeno restaurante na vila, na frente do rio, que fazia funcionar com um irmão, aparentemente sem problemas, porque se davam muito bem e não se estranhava que fossem "solteirões", dado que o pai deles também tinha casado depois dos cinquenta, o que torna ainda mais difícil compreender que razões podem levar um homem assim, tanto quanto se sabe bem sucedido, ao extremo de terminar com a vida...

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Fazem aos vizinhos o que não querem para si

 

 QUE GENTE É ESTA...

 

Tiveram do mundo a simpatia

Pelo martírio da Segunda Guerra

Os resistentes ganharam a terra

Onde puderam gritar “Hallelujah!”.

 

Mas a sua ganância não cabia

No espaço que se lhes estabelecera

E passaram a igualar a fera

Que fez na sua gente uma razia.

 

Querendo alargar o seu “espaço vital”

Bem depressa passaram a fazer mal

À gente natural da Palestina;

 

Expulsando os naturais do seu lugar

Não se vê vontade de os fazer parar

E lá continua a cruel chacina.

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

O telemóvel da ambientalista


Os /as ambientalistas energúmenos que andam a atirar bolas de tinta aos ministros, se não sabem, deviam saber que, para fazer um simples telemóvel daqueles que custam vinte euros è preciso remover vinte toneladas de terra. 
Ora aqueles que os energúmenos usam para   filmarem a façanha certamente  é preciso muito mais.
De cada vez que deitamos fora um telemóvel para trocar pela versão mais moderna mais um buraco vai ser aberto num qualquer ponto do planeta.
Depois cada um traz mais um carregador,a juntar à pilha embora já se fale da harmonização  há muito tempo. 
Se os ambientalistas querem ser coerentes, em vez de atirarem bolas de tinta aos ministros, partam os telemóveis à  sua frente como forma de protesto.
É claro que vão chamar-me lírico, mas isto é para lembrar que este problema ultrapassa os nossos ministros sejam eles deste ou daquele partido.
Quintino Silva

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

 

BOM NATAL


O Natal é a celebração do nascimento de Jesus Cristo. Comemora-se, porque o seu exemplo de vida e a mensagem de amor e fraternidade que nos deixou, são exemplares.

Mensagem que ao longo destes 2023 anos, poucos têm cumprido. A história da humanidade é uma história de horrores. De guerras, humilhações e crueldades. A sua morte e o que se passava e voltou a passar na região onde nasceu, são exemplos disso. Agora pior que nunca. Um massacre onde ninguém está a salvo. Nem as inocentes crianças. Mais de 6 mil já foram mortas e tantas outras estão a sofrer.

Desejar um bom Natal, é desejar que pelo menos se pense nesta que é a maior barbaridade atual. Mas, claro, também em tantas outras. Nos milhões que não têm abrigo, amparo e comida. Nas injustiças que dão origem a isso. Contra as quais, Cristo se bateu.

Desejar bom Natal é, pelo menos, termos isso presente. E, se possível, fazermos qualquer coisa contra. Manifestarmo-nos até publicamente contra o genocídio em curso na Palestina. Em todo o mundo e também aqui entre nós (já hoje às 18 horas no Largo 1º de Dezembro em Lisboa) milhões já o fazem, Mas ainda são poucos. Muito poucos.

Aos meus familiares, amigos e a toda a gente, bom Natal!

Francisco Ramalho


Pescada de rabo na boca

 

CEPA PODRE

 

Conservadores que nos asfixiaram

Forçando-nos à vida de miséria

Renovadores que pouco renovaram

Reivindicando governança séria.

 

Olhando para os anos que passaram

Ficou de recordação muita léria

Porque os resultados que nos deixaram

Saldaram-se em herança paupérrima.

 

Para adular o povo nas eleições

Dizem conhecer as suas aflições

Que se forem eleitos resolverão;

 

Desfrutando das benesses do poder

As belas promessas são para esquecer

Para o que nunca lhes falta uma razão...

 

Amândio G. Martins

Quem te avisa…


Fiquei há dias a saber pelo PÚBLICO que a Administração Biden enviou a Portugal a sua emissária Sarah Morgenthau para nos “alertar” dos perigos em que incorreremos caso venhamos a adquirir um novo scanner da marca chinesa Nuctech, destinado ao Porto de Lisboa. Disse a senhora que os EUA não vão interferir no processo de decisão, que cabe inteiramente a Portugal. Pode ser…

É muito provável que os chineses exerçam espionagem por essa via, o que muito me incomoda. Mas mais me incomoda o atestado de infantilidade que os americanos, mais uma vez, nos estão a passar. Espero que esse atestado não esteja a encobrir uma ordem…


Público - 22.12.2023

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

no centenário de URBANO TAVARES RODRIGUES

Urbano Tavares Rodrigues nasceu em 6 de Dezembro de 1923 em Lisboa, onde morreu em 9 de Agosto de 2013.

Como escritor, ensaísta, poeta, jornalista, crítico literário é uma figura central da literatura portuguesa do século XX. E teve também uma corajosa oposição ao fascismo, desde o apoio à candidatura de Humberto Delgado em 1958; foi afastado da Faculdade de Letras de Lisboa em 1959 e proibido de ser professor no ensino secundário; em 1969 foi candidato pela CDE nas eleições, em Beja, tendo nesse mesmo ano a opção de ser militante do PCP; e em 1970 aderiu ao Conselho Mundial da Paz. Foi preso pela Pide em 1961, em 1968 e 1970, sujeito a torturas e isolamento. Num isolamento na prisão em Caxias, escreveu em papel higiénico uma grande parte do seu livro Contos de Solidão.

Depois do 25 de Abril empenhou-se na luta e nas batalhas eleitorais ao lado do seu partido de sempre, o PCP, com os valores humanos a nortearem sempre a sua vida e actividade.

Foi autor de romances, novelas e contos maioritariamente de cunho realista, influenciados pelo marxismo e existencialismo, com temas desde a angústia existencial e a relação amorosa, evidenciando especial afecto a Lisboa e ao Alentejo.

Bastardos do Sol, de 1959, é considerado um dos grandes romances portugueses do século XX. A Noite Roxa, A Morte da Cegonha, Casa de Correcção, Outras Páginas, A Porta dos Limites, Uma Pedrada no Charco, Terra Ocupada foram escritos antes de 1974. Depois do 25 de Abril, já em liberdade, escreveu entre outros, Viamorolência (1976), Pombas Vermelhas (1977),  Estorias Alentejanas (1977), Desta Água Beberei (1979), Fuga Imóvel (1982), A Vaga de Calor (1986), Violeta e a Noite (1991), Deriva (1993),  O Dia Último e o Primeiro (1999), Nunca Diremos Quem Sois (2002), A Estação Dourada (2004), Ao Contrário das Ondas (2005), O Eterno Efémero (2005), O Cavalo da Noite (2006), Os Cadernos Secretos do Prior do Crato (2007) e o último livro publicado em vida, A Imensa Boca Dessa Angústia e Outras Histórias (2013).

Falhanços napoleónicos

 

O MANETA

 

O pior da soldadesca francesa

Que ainda hoje anda na linguagem

Por ter revelado fraca linhagem

Ao matar a nossa gente indefesa.

 

A revolta popular era acesa

Contra a napoleónica voragem

A que os lusitanos tiravam margem

De escravizar a terra portuguesa.

 

O general Loison torcionário

De todos eles o mais sanguinário

Porque não lhe mostrávamos os dentes;

 

Ficou como “o maneta” conhecido

Porque não tendo um braço o cão temido

Matava muitos civis insurgentes...

 

Amândio G. Martins

 

 

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

 

A SELVA AMERICANA


Os mortos civis na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, são já quase 20 mil. O dobro dos da guerra na Ucrânia. A cidade de Gaza está já mais destruída que qualquer cidade alemã depois da Segunda Guerra Mundial. Homens, mulheres e crianças, morrem sob a metralha, debaixo de ruínas, por falta de tratamento e até de fome. Se o mundo está chocado, imagine-se quem vê morrer, muitas vezes nos seus braços sem qualquer socorro médico ou debaixo de escombros, filhos, pais, irmãos ou amigos. Imagine-se o sofrimento atroz daquele povo. Que sentimentos tudo isso gera?

E diz Netanyahu que quer erradicar o Hamas...

Com a formação do Estado de Israel há mais de 70 anos, centenas de milhar de palestinianos foram expulsos das suas terras. Israel, com total impunidade, sempre desrespeitou o direito internacional. Criou colonatos considerados ilegais pela ONU, onde vivem cerca de um milhão de israelitas, usurpou recursos naturais, prende civis palestinianos sem processo judicial, criou um sistema de apartheid.

A resolução 181 da Assembleia Geral da ONU, aprovada em 1947, estabelecia a criação de dois Estados. O de Israel e o da Palestina com capital em Jerusalém Leste que poderia assegurar o regresso dos refugiados palestinianos.

Israel não aceitou e nunca cumpriu as Resoluções da ONU.

O povo palestiniano tem sido privado do seu sagrado direito à liberdade e à sua pátria. Tem sido violentado e humilhado ao longo de todos estes anos.

Portanto, quem criou e continua a criar condições para surgirem organizações com algumas práticas, evidentemente, condenáveis?

Pois bem, a solução como já vimos e como as diversas resoluções da ONU atestam, seria a existência de dois Estados. Israel nunca aceitou e sempre desrespeitou as decisões daquela que é a mais importante instância mundial, porque sempre contou com o apoio da superpotência americana.

Mesmo agora perante a destruição e o massacre em curso, fazem ouvidos de mercador aos apelos à paz do Papa, da Organização Mundial da Saúde, de milhões que se manifestam por todo o mundo e do nosso compatriota António Guterres que como Secretário-Geral da ONU tem desempenhado um papel à altura do cargo, digno, correto e responsável.

Ao vetarem no Conselho de Segurança da ONU e quase logo de seguida votando contra na Assembleia-Geral propostas que propunham um cessar fogo humanitário, que dizer do papel dos Estados Unidos da América no mundo, quando 153 países votam a favor, 23 se abstêm e apenas 10, onde se inclui Israel, votam contra?

Depois de todo o longo historial de apoio a ditaduras, golpes de Estado, guerras com participação direta ou indireta, e agora avalizando esta barbaridade quase comparada ao holocausto nazi, não estão os EUA, transformando o Direito Internacional na lei da selva? Com uma diferença fundamental: é que na selva, os animais mais fortes matam os mais fracos, não por desejo de domínio, por lucro e egoísmo. Matam, por sobrevivência, para se alimentarem, sem qualquer maldade. É a “lei” da selva, da Natureza.

Francisco Ramalho



Publicado hoje em "O Setubalense"



Povo que levas no lombo

 

Dizem os alfarrábios que o Aqueduto das Águas Livres, cuja vontade de o fazer já vinha do tempo dos romanos, mais ou menos como o novo aeroporto, tendo sido construído no reinado de D. Jão V, este não teve nada a ver com a sua construção, que terá sido uma inciativa genuinamente popular, apoiada pela Câmara de Lisboa porque, embora não faltasse no país o dinheiro, provindo das especiarias extorquidas a outros povos, tudo era ingloriamente esbanjado.

 

Tendo sido considerado, pela população da cidade, um glorioso feito do povo, no arco da Rua das Amoreiras foi colocada esta inscrição: “No ano de 1748, reinando o piedoso e magnânimo rei João V, o senado e povo de Lisboa, à custa do mesmo povo e com grande satisfação dele, introduziu na cidade as Águas Livres, e isto por aturado trabalho de vinte anos a arrasar e perfurar outeiros na extensão de nove mil passos”.

 

Uns anos mais tarde, parecendo-lhe aquela inscrição um desaforo, o famoso Sebastião José de Pombal mandou picar a lápide e falsificar esta outra: “Regulando D. João V, o melhor dos reis, o bem público de Portugal, foram introduzidas na cidade, por aquedutos solidíssimos que hão-de durar eternamente, e que formam um giro de nove mil passos, águas salubérrimas, e fazendo-se esta obra com tolerável despesa pública e sincero aplauso de todos. Ano de 1748”...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

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segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Pensionistas/reformados não são subsídio-dependentes

A direita retrógrada, acolitada por comentadores do óbvio, defende que os fundos dos descontos de pensionistas e reformados para a Caixa Geral de Aposentações e Segurança Social, respectivamente, sejam transferidos para fundos financeiros e, mais grave ainda, insultam aqueles, chamando-lhes subsídio-dependentes(!). Ora, as reformas e pensões não são subsídios nem dádivas, são o fruto de décadas de descontos em numerário feitos por aqueles enquanto trabalhadores no activo. As reformas e pensões assistem-lhes por direito próprio. O dinheiro é deles! Sabemos pela imprensa, que no Chile, em plena ditadura militar fascista, esta impôs que os descontos fossem para um fundo privado, que faliu! A direita e seus seguidistas ao sonegarem esta realidade... é esclarecedor, sugestivo e pretendem esconder uma realidade dramática.

domingo, 17 de dezembro de 2023

Regressão humana

 

DEGRADANTE

 

A pobreza degrada o ser humano

Anula toda a sua dignidade

E quem a sentir desde a tenra idade

Não tem um dia alegre em todo o ano.

 

Não há na sua vida um bom plano

Nem como pensar na felicidade

Condenado à marginalidade

Se tem um dia bom é por engano.

 

A humanidade pouco progrediu

Tanta da que nasceu pobre assim morreu

Por não lhe permitirem outro rumo;

 

Se algum pobre cheira a prosperidade

Por ter tido alguma oportunidade

Irão desconfiar do seu aprumo...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

sábado, 16 de dezembro de 2023

Um final de ciclo (in)esperado

 JORNAL DE NOTÍCIAS 14.12.2023 



Qual a razão para só agora, em finais de 2023, haver tanto alarido com algo que supostamente aconteceu em 2019?


Quatro anos para se lançar as suspeitas para o ar?


No mesmo momento em que peripécias com a justiça levam o PM a demitir-se e o Governo a cair.


Haverá qualquer possível coincidência?


Foram só acasos? Por certo que sim.


Mas quem beneficiaria se neste ano de 2023 ficássemos sem locatário em S. Bento e pouco depois, em Belém?


E , já agora , quem disse a alguém que devia fazer um programa sobre esta temática, das gémeas só agora?


Antes, não era importante? Não era de relevo?


juntam-se vazios de poder para poderem ser ocupados , de formas que poderão ser tremendamente adversas para o País, e de certeza para a Democracia.


o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, andou sempre a “pôr a mão por baixo” dos Governos de António Costa.


É uma evidência.


Até na altura dos exagerados casos e casinhos, o Chefe de Estado segurou o Governo.


Quando houve ministros que nunca deviam ter sido, que deveriam ter saído, o PM quis segurá-los a todo o transe, e mesmo assim o PR apoio-o.


Portanto, finalmente, se próprio PM se quis afastar do poder, o PR não tinha alternativa senão convocar eleições.


Estava escrito .


AUGUSTO KÜTTNER