Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
segunda-feira, 31 de julho de 2023
A JMJ é um evento católico. Ponto.
AS VIAGENS DO PAPA
O documentário de Gianfranco Rosi, “A Viagem da Papa”, que está aí nos cinemas, reporta as 37 viagens que o Papa Francisco fez nos primeiros 9 anos do seu pontificado. O que inclui também intervenções suas e imagens relacionadas com as grandes chagas do mundo por onde passou.
A primeira foi a Lampedusa e vê-se naufrágios no Mediterrâneo com as pessoas, homens, mulheres e crianças, a morrerem afogadas.
Esteve também no Iraque, onde se pode observar a imensa devastação provocada pela invasão dos EUA.
Esteve nalguns países africanos onde se vêm também os efeitos da guerra, da fome, das doenças.
Esteve no México em cidades onde os cartéis da droga e outras máfias impõem a sua “lei” a ferro e fogo, esteve no Brasil, no Peru dos imensos bairros da lata. Esteve em prisões e hospitais. Esteve em Cuba e esteve também na capital do império, onde não poupou nas palavras. Disse que o comércio das armas para alimentar as guerras, é uma imensa imoralidade. Uma vergonha.
Condena todas as guerras, fala com toda a gente, incluindo de todas as outras religiões, diz que todo o ser humano tem direito à dignidade, e apela à fraternidade entre os homens.
Vi o documentário numa das 10 salas da UCI. Desgraçadamente, eu e apenas mais 3 pessoas naquela sessão. Está aí um filme sobre uma boneca, terá o seu interesse? Esgota salas.
Os milhares ou milhão de jovens da JMJ e não só, deviam ver o referido documentário. O atual Papa deve ser a maior referência moral da humanidade.
Francisco Ramalho
Que tipo de formação terão estes senhores...
Uma coisa que nunca consigo digerir são as “meias-tintas” com que são tratados os elementos das forças de polícia que cometem crimes, como agressões a cidadãos pacíficos e indefesos, furtos de bens alheios e vandalismos de todo o tipo, e continuam ao serviço, ou são suspensos por uns dias para averiguações, absolvidos ou com penas de brincadeira se chegam a julgamento, e depressa voltam ao serviço, supostamente para proteger os cidadãos desse tipo de crimes - como se o que fizeram não passasse de uma tolerável irreverência de rapazes numa noitada de copos – porque não chegam para as “encomendas” e a escala de serviço precisa deles; é assim como as autoridades eclesiásticas fazerem “vista grossa” aos actos de um padre comprovadamente pedófilo, por não terem quem o substitua para pastorear o rebanho do Senhor.
Relata o JN que um agente da PSP de Valongo, que teria sido chamado pelo filho para resolver uma zaragata em que participava, depois de já não encontrar no local os rivais do menino, desatou ele mesmo a destruír tudo, não havendo quem o demovesse daquele vandalismo; como estaria de folga, segundo a notícia, e revelou, com pouca margem para dúvidas, ser uma pessoa mal-formada, sentiu-se isento das obrigações de polícia e, igual a qualquer vândalo, saciou a sua pulsão animalesca...
Amândio G. Martins
domingo, 30 de julho de 2023
TOURADA EM BAIÃO?
sexta-feira, 28 de julho de 2023
o JORNAL DE NOTÍCIAS VAI DEIXAR O CENTRO DA CIDADE DO PORTO E O EDIFÍCIO PRÓPRIO QUE OCUPAVA À 50 ANOS
Mais uma venda está a acontecer no JN, sujeito a muitos percalços desde 1990, que atingiram também quem lá trabalhava e trabalha. O cartoon de Miranda retratava os objectivos da luta naquela altura. (https://limaosocial.wordpress.com/.../desenhos-de.../)
VOLTA À FRANÇA
De 1 a 23 de Julho de 2023, realizou-se a 110.ª edição da Volta à França em bicicleta, considerada a prova rainha do ciclismo mundial. A RTP 2 transmitiu em directo as etapas, num notável espectáculo televisivo, quer em termos desportivos, quer igualmente na qualidade e beleza de imagens das diversas localidades e regiões com os seus monumentos, com acompanhamento e comentários apropriados de João Pedro Mendonça e Marco Chagas.
Venceu
a Volta à França, pela segunda vez consecutiva, o dinamarquês Jonas Vingegaard,
com a vantagem de mais de sete minutos sobre o segundo classificado o esloveno,
Tadej Pogacar, com quem desde a primeira etapa discutiu o triunfo final. O vencedor
ganhou 500 mil euros, o segundo 200 mil e o terceiro 100 mil.
Em
2021, Vingegaard foi segundo com mais de 5 minutos do que Pogacar, que havia
vencido a volta de 2020. Em 2022, Pogacar perdeu a Volta à França, porque não
tomaria um suplemento alimentar numa etapa importante, e não teve pernas para
seguir Vingegaard. Em 2023, perdeu mais de 5 minutos numa das etapas de
montanha, porque segundo alguns opinadores, embora tomando o suplemento
alimentar, este não chegaria aos músculos das pernas. Depois de já no dia
anterior ter perdido mais de um minuto no contra-relógio individual.
Pogacar
é considerado o melhor ciclista da actualidade, por alguns comentadores, apesar
de derrotado nos dois últimos anos na mais importante prova velocipédica
mundial, apresentando também como justificação para o fracasso de 2023, o facto
de a sua preparação não se centrar exclusivamente na Volta à França, como fez
Vingegaard, e também ter tido um problema num pulso, resultante duma queda numa
das provas em que participou. O que aconteceu este ano e em 2022, demonstra
alguns erros de avaliação do ciclista e da sua equipa técnica, não reconhecendo
também Pogacar, de certa forma, a superioridade manifestada por Jonas
Vingegaard.
Fidalgos e galgos...
Nunca percebi muito bem, pela crueldade que pressupõe na boca de uma mulher, uma frase que minha tia Virgínia usava com frequência, cujo marido fundou na aldeia, ainda eu não era nascido, a única mercearia cá da terra, que ainda hoje é a única que existe – continuada agora por uma irmã minha e o marido - depois da revolução democrática acrescentada de café, matraquilhos e bilhares, onde ela trabalhou enquanto pôde, de manhã à noite; sempre que ouvia dos clientes comentários desprimorosos sobre alguém pouco amigo do trabalho, reforçava o que diziam com o dasabafo “fidalgos e galgos é criá-los e matá-los”.
Nunca tendo até agora lido nada de Moita Flores, acabo de ler “A fúria das vinhas”, que me foi há tempos oferecido por minha nora e aguardava a minha disponibilidade; mas para lá da perícia policial de Vespúcio Ortigão que percorre o livro, o que mais me entusiasmou foi a saga de D. Antónia, a célebre “Ferreirinha”, pelo combate contra a terrível filoxera e na protecção dos milhares de trabalhadores que dela dependiam.
Defendendo a todo o custo as quintas da família, garantia também com isso o sustento da imensa massa de gente que nelas trabalhava, apesar do esbanjamento valdevinos do primeiro marido e uma descendência que seguia a tendência gastadora do pai; vendo-se viúva e desprezando a fidalguia desocupada e gastadora que tanto entusiasmava a descendência, um segundo casamento, que começou por ser de conveniência, acabou por dar-lhe um braço direito imprescindível para prosseguir, juntamente com colaboradores fiéis e competentes para lutar contra os especuladores que tentavam comprar barato, com fundos suficientes para aguentar os vinhos nos armazéns sem ter que vender a qualquer preço...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 27 de julho de 2023
Impolutos são os privados...
Os doutrina liberal, que tem por cá muitos “catecúmenos”, diaboliza tudo que seja gestão pública, pela incompetência, métodos ultrapassados, albergue para filiados nos partidos que governam, malversação de dinheiros públicos e corrupção, dizem eles, malfeitorias de que os privados estão isentos, tudo gente muito séria e competente, completamente incapaz de lesar o Estado e a sociedade em geral; todavia, o que toda a gente vê com muita frequência, é que é exactamente nos privados que são engendradas as maiores falcatruas, desde logo como corruptores do sector público, na tentativa de conseguir os melhores contratos.
Ocorre-me aquele génio fundador do BPP, que deu ao “seu” banco o nome de “privado”, forma capciosa de atraír incautos endinheirados, quando privados, descontando a Caixa, serão todos os bancos que por cá operam; e o que vem sendo revelado acerca da gestão da Altice é só mais um exemplo do que pode acontecer quando o Estado entrega as suas grandes companhias de interesse público à gestão privada, sem acautelar nessas empresas um lugar de controlo do que vai acontecendo...
Amândio G. Martins
O “mau nome” da democracia
Quem dele fala é Maria João Marques (M.J.M.) na crónica “O PSOE quer sequestrar a democracia”, no PÚBLICO do dia 26, provavelmente porque entende que os socialistas espanhóis não deverão ser governo, a menos que servindo de “muleta” (in)útil ao PP, este sim, ungido como partido mais votado. Podemos compreender a frustração da cronista, mas a verdade é que, nestas coisas da democracia, que não se deixa atingir sem mais nem menos pelo “mau nome”, o que conta mesmo são as “contas de mercearia” que calculam o número dos deputados para formação de maiorias. Talvez M.J.M. ansiasse por um bónus de deputados à maneira grega, isto sim, ao arrepio da democraticidade.
Em minha opinião, M.J.M. incorre num erro que a muitos convém “martelar” à exaustão, o de que os extremos partidários são iguais, situem-se à direita ou à esquerda. Vale a pena “contramartelar” a ideia de que, em Portugal, a extrema-direita é percebida como uma ameaça à democracia, e que a extrema-esquerda “não mete medo a ninguém”. É o que sugerem as conclusões de um estudo realizado em Junho por dois centros de investigação da Universidade Católica.
Público - 28.07.2023
NOTA: O estudo que refiro, intitulado “Estudo sobre sondagens de comportamento de voto”, da autoria de André Azevedo Alves, João H. C. António e Ricardo F. Reis, foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para o CIEP–Universidade Católica Portuguesa.
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Querendo ressuscitar um morto
O partido espanhol “Unidas Podemos” corre o mesmo risco de desaparecer do mapa político do país como aconteceu ao “Ciudadanos”, cujo fundador, Albert Rivera, extrapolava tanto da sua força e importância política que acabou por saír com o “rabo entre as pernas”, deixando o que restava do partido entregue a Inés Arrimadas que, trocando para o efeito a Catalunha por Madrid, não fez mais que contribuír para aumentar as deserções de elementos que, fazendo parte de diversos governos autonómicos e autarquias, acabaram por integrar-se paulatinamente no PP.
Pablo Iglésias, que foi um dos vicepresidentes de Sánchez no Governo que agora cessa, tinha à esquerda os mesmos sonhos de grandeza de Rivera à direita; metendo-se-lhe na cabeça que poderia ganhar a Comunidade de Madrid, abandonou o lugar no Governo de Sánchez e foi concorrer contra Ayuso nas eleições antecipadas que esta convocou com o objectivo de se livrar de coligações, o que conseguiu plenamente, com Iglésias completamente humilhado com a votação que teve, ao ponto de cortar a “coleta”, que é como lá chamam ao que nós chamamos “rabo de cavalo”, abandonar até a direcção do partido e dedicar-se a mandar bitaites nos jornais e nas redes, sobretudo contra Yolanda Diaz, comummente considerada das melhores peças do Governo.
É que tendo tentado aliciá-la, sem sucesso, para a direcção do “Podemos”, e vendo como ela se “enfadava” com o ruído constante que as meninas deste partido provocavam, nem que só fosse para mostrar que existiam, não deixando de fornecer à Oposição argumentos contra a falta de autoridade de Sánchez para se impor como chefe, Iglésias passou a ver defeitos em Yolanda Diaz onde antes só via qualidades, o que levou esta, vendo a que tinha ficado reduzido Podemos nas eleiçoes de maio, a criar a plataforma Sumar, tentando captar para ela o que de útil houvesse naquele partido, mas “vetando” alguns nomes, como a mulher de Iglésias, Irene Montero, claramente um “activo tóxico” em termos eleitorais.
Agora, que ainda não se sabe como irá ficar a governabilidade, mas tendo o PSOE, à partida, melhores condições que o PP, Iglésias voltou “à carga” para fazer saber que os elementos do partido que fundou, que alinharam na plataforma de Yolanda, vão ter uma palavra importante, ameaçando já que poderá fazer ruir todo o projecto que Yoland Diaz e Pedro Sánchez terão em mente levar a cabo, parecendo mais interessado em que haja novas eleições do que na possível estabilidade que pressupõe a continuação no cargo do actual chefe do Governo...
Amândio G. Martins
terça-feira, 25 de julho de 2023
SE NÃO MUDAMOS DE ATITUDE TEMOS OS DIAS CONTADOS
Estamos perante o maior desafio de sempre. Se prosseguirmos o nosso estilo de vida, perecemos. Se ganharmos juízo, ainda por cá ficaremos até ver.
Se fôssemos efetivamente “criados à imagem e semelhança de Deus”, optaríamos pela segunda hipótese. Mas como Ele nos deu o livre arbítrio, masoquistamente, parece que caminhamos mesmo para a extinção. Na melhor das hipóteses, ficarão cá meia dúzia. E depois de tão dura lição, talvez ganhem finalmente juízo e desfrutem da desejada renovação, depois dos tratos de polé que temos infligido a este paraíso que os nossos antepassados chamaram Terra.
Mesmo perante os efeitos catastróficos das alterações climáticas com temperaturas a baterem todos os recordes em diversos países dos cinco continentes, chuvas torrenciais, secas persistentes, degelo de glaciares fazendo subir o nível dos oceanos, incêndios devastadores e outras calamidades, tudo afetando humanos e outras espécies, algumas já extintas ou em vias disso, que se vê mesmo em plena época de férias? Enormes filas de automóveis, aqui e em toda a periferia da grande Lisboa e, decerto, do Porto, Braga, Faro, etc. emitindo gases com efeito de estufa, provocando o aquecimento global com as consequências acima descritas.
Entre tantos outros, este é apenas um aspeto da questão. E não se vê solução nem sensibilidade de responsáveis políticos e de tanta gente.
O essencial, seria a tentativa de resolução desta situação. E, também, preservarmos bem melhor o meio ambiente. Mas basta repararmos para as bermas de estradas, para qualquer sítio onde circule ou pare muita gente, incluindo cursos de água ou praias, que é que se vê? Lixo e mais lixo, sobretudo, o que é mais nocivo: plásticos.
Este ano tenho ido pouco à praia. Mas já lá fui três ou quatro vezes. Durante a pandemia, era incapaz de ver uma máscara à beira-mar e deixá-la lá. Essa “obsessão” ficou, e agora é qualquer plástico.
Costumo frequentar as praias do Dragão Vermelho e do Tarquínio na Costa da Caparica. A grande diferença este ano, é que já não se vêem máscaras. Mas o outro lixo, a maioria plásticos, lá continua. Se a Câmara de Almada não limpasse mecanicamente as praias à noite, aquilo não seriam praias, seriam estrumeiras. Mesmo assim, por ação das marés e do vento, muitas embalagens de alimentos e guloseimas, garrafas e até sacos, continuam a ir fazer companhia aos milhões de toneladas que já lá estão a conspurcar os oceanos. Além disso, as rochas não são limpas assim como as dunas. Menos grave, mas principalmente a praia do Tarquínio, está sempre transformada num imenso campo de futebol. Quem não se deitar suficientemente longe, corre o sério risco de levar uma bolada na cara ou noutro sítio ainda mais inconveniente.
Tudo isto, impunemente. Já o ano passado aqui contei a anedota da meia dúzia, ou menos, de elementos da Polícia Marítima para vigiarem a área que vai da Trafaria à praia do Meco mais as praias fluviais do Seixal e do Barreiro.
Nada mudou.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE
Derrota suave
“Y ahora qué”? – perguntava-se na televisão espanhola La Sexta, depois de conhecidos os resultados eleitorais, que o PSOE, derrotado por pouco, comemorou como vitória, tal o descalabro que vinha sendo anunciado por todas as sondagens e jornalistas da área da Direita, autoconvencidos de que os socialistas iriam levar uma tareia ainda maior que a das eleições de maio, só contrariados pelo CIS, que é o organismo oficial de sondagens que - apesar de vilipendiado pelas direitas, que acusam o seu director de estar ao serviço do Governo, ao ponto de Feijóo afirmar que a sua demissão seria a primeira decisão que tomaria quando chegasse ao poder - mais se aproximou do que aconteceu.
Nunca me apercebi que as relações dos dois vizinhos peninsulares estivessem dependentes da ideologia de quem governa os dois países; todavia, no contexto actual, fico contente que a Esquerda espanhola não tenha sido “esmagada” como vaticinavam “las brujas” ensandecidas que insultavam Sánchez como nunca se tinha visto, que desde que apeou Rajoy passou a ser tratado como “okupa” da Moncloa, contra o qual valeria tudo para o desalojar, mas alguns dos mais encarniçados perseguidores já desapareceram do mapa político do país, como “Ciudadanos”, e os profascistas de Vox, que afirmavam dobrar a votação sempre que houvesse eleições, acabam de perder 19 lugares no Parlamento, ao ponto de o seu líder, segundo ouvi a um comentador, só muito contrariado aceitou subir ao palco para falar à sua claque, tendo aproveitado para acusar Feijóo pela derrota.
É natural que o líder dos “populares”, por ter sido mais votado, seja chamado pelo rei para formar Governo, para o que já anda a negociar apoios, dado que Vox não chega, mas não se vislumbra sucesso na investidura, podendo aquele a quem insultaram ao ponto de o tratar por “perro” Sánchez vir a ter mais sucesso com uma coligação, pese embora estar dependente da Direita catalã de Puigdmont que, para agravar, tem agora um mandado de captura internacional emitido por um juíz espanhol, dado ter perdido a imunidade no Parlamento europeu...
Amândio G. Martins
No mundo da lua
Não compreendi muito bem o triunfalismo com que Luís Montenegro brindou o seu colega espanhol Feijóo pelos resultados das eleições. Só quem tem um apego enorme ao wishful thinking consegue transformar um êxito aritmético sem consequências práticas num facto relevante para o futuro de um país. Montenegro entende que Feijóo deverá congratular-se com a “retumbante vitória” e, consequentemente, formar governo. Sem ponta de cinismo, apetece-me secundá-lo, e esperar para ver, em Espanha, aqui e agora, um governo do PP a ser viabilizado nas Cortes…
Será que nunca mais nos vemos livres dos políticos que confundem a realidade com os seus próprios desejos? Tenho esperança de que Feijóo tenha bem mais o que fazer do que andar a perder tempo em efabular potenciais governos que, por muito perfeitos que sejam, são totalmente inviáveis. Seria como elaborarmos listas de despesas para a taluda que nos há-de sair no Totoloto.
Público - 25.07.2023
Cofres cheios e muito défice social e remuneratório
segunda-feira, 24 de julho de 2023
O GATUNO É MEU
Acho verdadeiramente insuportável a dificuldade que os Partidos que habitualmente frequentam o Poder, têm em expulsar a gatunagem que por ali habita, que, como todos sabemos, são inocentes...
"Seu" Mateus também acha que se deve proteger essas c riaturas, mas esse, lá terá as suas razões...
Oiçamos então "seu" Mateus e seus sólidos argumentos.
José Valdigem
Tudo que vive precisa alimento
Aceito sem dificuldade que muitas aves nas áreas urbanas constituam um problema de higiene e saúde pública, sobretudo quando são de grandes dimensões, como é o caso das gaivotas, que usam os telhados dos edifícios para se reproduzirem e não é fácil reduzir a sua poliferação, mas proibir as pessoas de lhes dar alimento, como se lê no JN, quando sabemos que se abeiram da gente porque têm fome, também me parece uma crueldade para os dois lados, humanos e aves, porque tudo que vive precida alimento, e a tendência das pessoas normais é interagir no sentido de dar de comer ao que tem fome.
Quando visito alguém no hospital de Viana fico impressionado com a forma como as gaivotas se colocam nos peitoris das janelas, parecendo que já conhecem o horário das visitas, olhando para dentro para sensibilizar as pessoas, e há sempre alguém que, tendo alguma coisa comestível, não resiste a dar-lhes umas migalhas, sobretudo se não houver gente do hospital para repreender, e já tenho reparado, quando olho do exterior para a fachada do edifício, que não são poucas as jenelas de onde lhes sai sempre alguma coisinha.
No meio onde vivo convivemos com todo o tipo de aves, e nesta fase do ano não lhes falta alimento, ao contrário do tempo frio, quando se percebe perfeitamente que andam com fome, e lhes colocamos restos de pão velho esmigalhado e arroz num canto do quintal, que desaparece rapidamente, de tal forma andam atentos àquele suplemento; mas o que me surpreende mais é ver os melros roubar a comida do gato, mesmo com ele por perto, que está velho e já só vê de um olho, porque aquela comida é constituída por pedaços bem grandes, mas eles gostam tanto daquilo que depressa esvaziam o comedouro...
Amândio G. Martins
domingo, 23 de julho de 2023
AS NOSSAS “MENINAS” DO FUTEBOL
Não estiveram mal. Principalmente na segunda parte. Falta ali mais alguma organização, mas, com o tempo, vão lá.
Acho bem que também as mulheres pratiquem futebol a todos os níveis. Se gostam, porque não?
Não acho lá muito bem é que o senhor primeiro-ministro, e respetiva comitiva, suponho, tivesse ido à Nova Zelândia. Assim como não achava se fosse a seleção masculina. Porquê? Para quê?
Incentivo? É necessário? À conta do erário público!
A seleção da Holanda (recuso-me a dizer Países Baixos. Não são países. São províncias. Baixas, é verdade. Então, ainda se fosse País Baixo! Embora saiba que é também por motivos de coesão e marketing…)
mereceu a vitória.
Francisco Ramalho
Máquina devoradora de sonhos
É difícil imaginar o estado de espírito daquelas pessoas que, estando a pagar uma casa, para cuja compra se lançaram num momento de entusiasmo, decidindo que seria muito melhor do que ficar a pagar renda por um bem que nunca seria seu, de repente vêem que tudo se desmorona; com as contas muito ajustadinhas, sem margem para extravagâncias, estabelecem com um banco um contrato que só a elas obriga, porque a outra parte pode mudar tudo, para o que sempre arranjam pretextos, arruinando aquele lindo sonho de poder ter uma casa sua.
Esta infernal máquina capitalista, que tudo manipula e conspurca, de uma ponta à outra do planeta, em tudo coloca armadilhas para que, quando alguma coisa começar a descarrilar, será sempre a parte mais fraca que no fim perderá tudo, sem poder contar com ninguém que a defenda; e o caso dos contratos de compra de casa ilustra bem, a meu ver, a mé-fé com que tudo é preparado para lixar a gente, quando deixam aberta a porta para aumentar a prestação de forma imparável, sempre que a insaciável máquina o determine...
Amândio G. Martins
sábado, 22 de julho de 2023
Gente que sabe lutar pelo que quer
Tenho grande respeito pelas pessoas que, quando querem muito alguma coisa, procuram ir para lá do querer, não maçando ninguém com geremíadas que nada lhes resolvem, antes metendo ombros ao que pretendem ver realizado e fazendo que o que a muitos pareceria coisa de loucos não o seja assim tanto, como é o caso de um pequeno “pueblo” espanhol do alto Tejo, chamado Peralejos de las Truchas, onde parece que todos, que não chegam a duzentas almas, novos e velhos, são “doidos” pelo cantor norteamericano Bruce Springsteen.
Começando por fazê-lo “cidadão honorário” lá do sítio, título que fizeram questão de lhe entregar pessoalmente, quando o tiveram próximo, o segundo passo foi tentar motivá-lo para ir lá cantar no próximo mês de outubro, um atrevimento enorme, penso eu, dado tratar-se de um artista cuja agenda deve andar sempre cheia e o que cobra não dever ser assim tão acessível, para além da logística que sempre envolve a deslocação de tais artistas; mas também isso parece não ser problema, porque o querem lá de forma graciosa.
Tendo puxado para a sua causa o empenho da própria embaixadora dos USA em Madrid, esta senhora juntou-se logo ao entusiasmo daquela gente, dando-lhe toda a força e apelando ao famoso cantor, directamente pela televisão, para que desse à gente de Peralejos a maior alegria das suas vidas; e pelas últimas notícias que ouvi do assunto, parece que o “Boss” já terá dito que sim...
Amândio G. Martins
Samba enredo da Unidos da Tijuca propõe uma viagem às lendas de Portugal - Carnaval 2024 - Rio de Janeiro/Brasil
Quem gosta de fábulas, mistérios e lendas populares, certamente vai se envolver com o desfile da Unidos da Tijuca no próximo carnaval. A azul pavão e amarelo-ouro da zona norte do Rio de Janeiro conta com o enredo O Conto de Fados para encantar a Sapucaí e garantir o título, que não conquista desde 2014. O tema propõe uma viagem a Portugal para mostrar diversos aspectos da história do país. Começa que o nome do país, seguindo a mitologia grega, era Ofiussa, a Terra de Serpentes. “A gente vai contar a história de Portugal, antes mesmo de [o nome] Portugal existir, mas baseada na tradução literal de Fado, que além de ser um gênero musical lusitano, significa destino. Então, vamos contar o destino de Portugal através de sua mitologia, das suas lendas e histórias que ainda não foram contadas. Não é o Portugal que as pessoas possam imaginar com o que já foi falado e mostrado. É mais baseado nas lendas”, explicou o carnavalesco Alexandre Louzada à Agência Brasil. Publicado Jornal Mundo Lusíada - Quer saber mais: https://www.mundolusiada.com.br/cultura/samba-enredo-da-unidos-da-tijuca-propoe-uma-viagem-a-portugal/
sexta-feira, 21 de julho de 2023
A corrupção terá solução ?
quinta-feira, 20 de julho de 2023
"Só nós endireitamos a coisa"
Como “franco-atirador”, passe o pretensiosismo, nunca poderia militar num partido político, porque essas pessoas, duma forma geral, deixam de pensar pela sua própria cabeça, limitando-se a “macaquear” a propaganda da máquina partidária, que leva os seus fanáticos a olhar os elementos dos outros partidos sem nenhuma objectividade, mas como gente da pior espécie, que dá cabo de tudo quando é governo, cabendo-lhes a eles, quando chega a sua vez, voltar a colocar as coisas nos eixos.
Usei uma conversa deste tipo num grupo de velhos cá da terra, quando ouvi um deles, que se lamentava de a Segurança Social não lhe pagar uma cadeira de rodas eléctrica para a mulher, que há tempos perdeu a mobilidade, vendo-se ele obrigado a pagá-la na íntegra; e dizia o meu conterrâneo, ferrenho militante do PSD: “O Sócrates fodeu isto tudo, veio o Passos e pôs o país na ordem, e agora estes andam a espatifar tudo de novo, até que “nós” voltemos para reconstruír, como sempre temos feito”, e disse isto sem se rir, com o ar mais convicto do mundo...
Amândio G. Martins
quarta-feira, 19 de julho de 2023
Justiça sem respeito por ela própria
Uma boa parte do jornalismo que nos tem vindo a ser servido vem contribuíndo para a degradação da Justiça, levando a que sejam arrastadas pela lama muitas pessoas que, mesmo que tenham cometido alguma falha, tantas vezes até por arrasto de situações criadas pelo próprio sistema, deveriam ser sempre credoras da estafada “presunção de inocência”, preceito que parece desobrigar e nada dizer a muitos profissionais da informação escrita e televisionada.
Parte desta gente serve-se da fome de ribalta que afecta muitas das figuras das várias magistraturas, como aquele famigerado “súper-juíz”, assediando a sua equipa, quando não os próprios titulares, para que deixem “escapar” alguma dica sobre o que estarão a programar fazer, resultando tudo isto em espectáculos degradantes do que deve ser a justiça, como foi flagrante com Sócrates que, sabendo os investigadores que vinha do estrangeiro para se apresentar, procederam como se estivesse a fugir do país, com a agravante de terem convidado a Comunicação Social para estar presente e transmitir para o mundo um espectáculo que, a meu ver, deveria envergonhar os dois poderes, magistratura e informação.
E brincadeira semelhante foi feita agora com Rui Rio, parece que por ordem do mesmo espectacular “súper-juíz”, que viu instalada em frente ao prédio onde mora, manhã cedo, ainda antes de os investigadores chegarem, toda a parafernália que envolve as transmissões televisivas; e sabendo-se como Rui Rio tem sido muito crítico deste abandalhamento da Justiça, sou levado a pensar que terão decidido vingar-se, tal como penso da mesma forma com o que fizeram a Sócrates, que lhes tinha reduzido para metade as “férias grandes”...
Amândio G. Martins
terça-feira, 18 de julho de 2023
O REFORÇO E EXPANSÃO DA NATO É UMA AMEAÇA À PAZ MUNDIAL
Foi avassaladora a cobertura mediática da cimeira da NATO em Vilnius, nos dias 11 e 12 deste mês.
É como já é corriqueiro, não houve um minutinho por parte da comunicação social dominante, para a Tribuna Pública “PAZ SIM! NATO NÃO! POR UM MUNDO DE PAZ!”, organizada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação no mesmo dia 12, frente à Fundação José Saramago em Lisboa.
No documento distribuído aos presentes e não só, sobre o referido conclave, afirma o CPPC : “ Aponta como objetivo o incremento do militarismo, o aumento das despesas militares, a escalada armamentista, a intensificação da política de confrontação, com as suas imensas consequências e riscos para a humanidade”.
E propõe: “Fim da política de confrontação e de guerra e da resolução política dos conflitos internacionais e dissolução da NATO.
Fim da escalada belicista que se verifica na Europa e na região Ásia-Pacífico.
Abolição das armas nucleares e de outras armas de destruição massiva.
Fim da corrida aos armamentos e desarmamento geral, simultâneo e controlado.
Salvaguarda da paz, da segurança coletiva, da cooperação com base nos princípios da Carta das Nações Unidas e da Ata Final da Conferência de Helsínquia.
Apoio aos deslocados e refugiados, vítimas das guerras.
Cumprimento pelas autoridades portuguesas, dos princípios consagrados na Constituição da Republica Portuguesa, de respeito pela soberania, independência, igualdade de direitos e resolução pacífica dos conflitos entre Estados.
Solidariedade e amizade entre todos os povos, defesa do direto à paz, condição essencial para o desenvolvimento, a justiça , o progresso social e o bem-estar da humanidade.”
Auto intitula-se esta organização militar, defensiva e promotora da paz e da democracia.
Ela, que para além de pressões e ingerências, foi responsável ou apoiou as guerras contra a Jugoslávia, o Afeganistão, o Iraque ou a Líbia, com todo o rasto de morte, destruição e milhões de deslocados e refugiados.
No plano da democracia, por exemplo, Portugal que até 1974, foi um país colonialista e fascista, foi seu fundador. E agora, apoia outro, cujo governo ilegaliza todos os partidos que não lhe agradam (11), alberga nas suas forças armadas elementos declaradamente nazis, reprime populações ilegalizando a sua língua e cultura, impede que as mesmas se pronunciem pela sua autodeterminação e não cumpre acordos nesse sentido (Acordos de Minsk). E é este pais, a Ucrânia, que os responsáveis da NATO prometem que será mais um seu Estado-membro.
Portanto, é a esta organização bélica ofensiva, instrumento da política externa sobretudo dos EUA,
que pressiona os Estados que a constituem, como Portugal, cujo orçamento para a cultura não chega a 1% do PIB, que aumentem os seus orçamentos militares até 2% dos respetivos PIB. Portugal, cuja Constituição preconiza a dissolução dos blocos político-militares e a criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE
O lado bom é que não escondem o que são
A violência revelada pela extrema-direita espanhola, que o partido Vox representa, já não hesita em passar das palavras ofensivas aos actos, apelando e recorrendo à agressão física, como ontem se viu o secretário-geral desse partido, Ignácio Garriga, por estranho que pareça um mulato, que, discursando num comício de campanha eleitoral em Badalona, vendo aproximar-se uma manifestação de protesto de catalães, com bandeiras independentistas e LTGBI, desceu do palco, iracundo, e correu directamente para as pessoas, ensarilhando-se com as primeiras que lhe fizeram frente, só tendo recuado por intervenção dos seus próprios seguranças.
E é tal o à-vontade dessa gente para a ofensa a tudo quanto se lhes opõe, que outro do mesmo bando extremista, na Assembleia de Andaluzia, em resposta ao que tinha dito um deputado socialista, chamou aos que são de esquerda “puteros, corruptos, cocainómanos y mentirosos”, só tendo abrandado o tom por intervenção do presidente da mesa, mas acrescentando que não se arrependia do que tinha dito; e outra, até agora deputada no Congresso, afirmou num debate televisivo, apontando à escritora Elizabeth Duval ali presente, do colectivo LGTBI, que são a parte mais doente da sociedade, enfermos crónicos, para quem os governos sérios devem impôr tratamento...
Amândio G. Martins
segunda-feira, 17 de julho de 2023
A prova dos crimes
Apesar dos seus actores terem ficado na história dos respectivos países como gente valente e destemida, e muitos dos actuais descendentes dos exploradorres europeus ainda considerem gloriosos os seus feitos, a síntese do que no nosso tempo se conhece do que foi a exploração colonial, aos olhos do que é hoje o humanismo, revela-se cada vez mais negativa, porque mesmo que alguma coisa boa possam ter feito, o lado tenebroso desse passado anulou o que possa ter sido positivo, na perspectiva não só dos povos que sofreram essa afronta como de todo o mundo civilizado.
Durante séculos ocuparam territórios para se apoderarem das suas riquezas, submeteram os seus povos à escravidão, à fome e à morte, tratados como seres destituídos de intelecto, espezinhando a sua cultura identitária e utilizando-os como animais de carga; e a perversidade da prepotência dos ocupantes foi ao extremo de lhes roubarem até a sua arte, ainda hoje espalhada pelos mais famosos museus do mundo, perversidade tanto maior quanto desmente tudo quanto fizeram e disseram para os minimizar.
Há muito que as mais esclarecidas elites desses povos, ainda hoje não completamente livres, tão avassalador foi o mal feito, vêm denunciando os países em cujos museus ocupa lugar de relevo a sua arte roubada, querendo que ela volte aos locais de onde nunca deveria ter saído, muito menos da forma como foi, e não se compreende a resistência em devolvê-la imediatamente, sem mais subterfúgios e penitenciando-se da vergonha do que os seus antepassados piratas foram capazes de fazer...
Amândio G. Martins
sábado, 15 de julho de 2023
A chatice da terceira via
Depois de meses e meses de discussões mais ou menos estéreis sobre os contornos da invasão da Ucrânia, julgo que, um pouco à semelhança de alguns arsenais bélicos, o stock de argumentos se vai rarefazendo. Não há qualquer “novo” argumento que eu possa ouvir dos “especialistas” que não tenha ouvido já. As posições encontram-se mais do que consolidadas e, na esmagadora maioria dos casos, resumem-se a duas: pró ou contra Putin.
Nunca nutri especial afeição pela NATO. Alguns dos episódios da sua história deixaram-me marcas que nunca esquecerei. Por outro lado, Putin encarna tudo o que um amante da paz, respeitador dos direitos alheios, abomina. Como é que se equilibram estes sentimentos se somos obrigados a entrar numa das fileiras? Porquê impedir uma terceira via que, não escamoteando os interesses e as personalidades em presença, pudesse trazer à colação alguma temperança nas relações? Dar gás ao ódio a Putin não é fazer “justiça” sobre a população russa, é fomentar a guerra e fazer vingar pela força, e não pela razão, as posições do poderoso Ocidente, sem se olhar a meios e, sobretudo, a consequências.
Não me façam ter saudades da segurança que, apesar de tudo, se sentia nos tempos da guerra fria. Falta pouco para que a Razão se perca nos torvelinhos da Loucura. Leiam o Erasmo!
Nascem poucas crianças e faltam obstetras?
JN04.07.2023 Nascem poucas crianças e faltam obstetras?AUGUSTO KÜTTNER
Algo estará um pouco confuso
Custa a entender como cada vez nascem menos crianças, e cada vez mais se exigem obstetras.
Não é de ginecologistas, que acompanham a Mulher não grávida, é de obstetras para assegurar a realização de partos bem-sucedidos
Mas dizem-nos que se não apostar em força na imigração, em 2050 seremos só 8200 milhões, que o país está tremendamente envelhecido e sem crianças.
Se não há crianças, é porque nascem poucas,e, como se sabe a taxa de substituição é de 2,1 nascimentos/ por mulher.
Como também sabemos é algo que não acontece, por norma, há umas décadas.
Não haverá, ainda, maternidades a mais, logo desnecessárias?
Não havendo tantos partos, não deveriam fechar mais maternidades e concentrar mais e mais serviços?
Ou quer-se continuar a manter as maternidades ao fim da rua, para em 5 minutos lá chegar?
Ou tem-se a imperiosa necessidade de estar sempre a reclamar?
Ou, afinal, estão a nascer tantas, tantas crianças que é necessário ter meios como há 70 anos ?
AUGUSTO KÜTTNER
sexta-feira, 14 de julho de 2023
"Boabaiela"
Há tanto dinheiro que sai dos cofres públicos e é desencaminhado nunca se sabe bem para quê, acabando por se descobrir que pode ser para tudo menos para suprir necessidades básicas de serviços públicos onde falta tudo, antes interesses que nada têm a ver com o bem-estar das populações, como agora vem a público com as investigações da PJ à forma como o PSD se terá financiado com dinheiros da Assembleia da República, numa prática que é de todos os partidos, segundo Rui Rio, que tem décadas e não é ilegal, segundo o ex-deputado socialista Ascenso Simões.
Acredito no que dizem os dois, e como aquela casa é a sede da soberania popular, os lídimos representantes do povo sentem-se autorizados por ele a “legalizar” ilegalidades, pagando com o orçamento da Assembleia todo o tipo de acessorias ao serviço dos respectivos partidos; recordo aquela deputada única do Livre, antecessora de Rui Tavares, que exibia um anedótico “watchdog” pago com dinheiros públicos para seleccionar quais os jornalistas que se poderiam aproximar, e que tipo de questões poderiam colocar a sua senhoria...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 13 de julho de 2023
BIENAL DE ARTE DE GAIA DE 2023
A Bienal Internacional de Gaia, em Lever, encerrou no passado dia 8 de Julho, tendo na sua exposição vários temas.
quarta-feira, 12 de julho de 2023
Querem cercear a liberdade de expressão criadora
Na degradação do "vale tudo"
Os que pretendem a continuação de Pedro Sánchez no Governo de Espanha ficaram bastante desiludidos com o seu desempenho no debate cara a cara com Feijóo, que lançou para a mesa todo o tipo de mentiras, enredando o socialista ao ponto de se mostrar nervoso perante um galego manhoso, que tem no seu historial quatro maiorias na Galiza e vinha tão empolgado pela vitória relativa que teve nas eleiçoes de maio que, surpreendentemente, conseguiu levar Sánchez por onde quis, gastando o tempo a discutir tudo menos o que interessaria num acto destes, como os resultados conseguidos pelo actual Governo num período bem complicado, chegando ao desplante de acusar o primeiro-ministro de ter endividado Espanha, ele que fez triplicar a dívida na Galiza.
Feijóo leva toda a campanha a querer “encurralar” Sánchez com o passado terrorista da ETA - como se esta organização não tivesse sido extinta e o partido que os seus seguidores constituíram, EhBildu, não fosse legal - e com os independentistas catalães, acusando-o de falta de respeito com as vítimas do terrorismo, e de pactuar com a luta catalã para romper a unidade de Espanha, por este ter apaziguado o ambiente político na Catalunha e contado com os votos de uns e outros para fazer passar muitas leis no Congresso, sem que tivesse metido no Governo qualquer elemento dessas facções.
Mas como o embuste permanente no combate contra a Esquerda lhes parece dar resultado, nem hesitam em usar o nome do célebre etarra Xabier Garcia Gaztelu, nome de guerra Txapote, que cumpre pena por múltiplos assassinatos, em cartazes nos comícios, e a circular por todo o lado colados em Furgões, a que juntam a cara de figuras conhecidas do PSOE e a legenda “Que os vote Txapote”...
Amândio G. Martins
terça-feira, 11 de julho de 2023
A IGREJA VULGARIZOU-SE
No final da cena da missa de corpo-presente da mãe da protagonista do filme “Cidade Rabat”, esta, pede para dizer algumas palavras, e faz um grande elogio à mãe. Que era uma pessoa solidária, carinhosa e boa. A sua grande referência. Um exemplo. Mas disse que não sabia se era crente. Se acreditava em Deus. Segundo o padre, “o único caminho que nos pode conduzir à vida eterna”. Acrescentando; uma pessoa que tais palavras merece, só podia ser crente.
Durante a guerra colonial, quando os militares regressavam sãos e salvos, o sacerdote dizia à mãe portuguesa: “vês minha filha, Deus ouviu as tuas preces! ”Quando lá tombavam ou regressavam estropiados e inválidos: “Então, são insondáveis os desígnios do Senhor.”
Portanto, palavras sem fundamento. Vulgares.
Como vulgares, se têm revelado os homens da Igreja. Capazes do pior e do melhor, como todos os outros.
Os exemplos são mais que muitos. Os bons, a começar, pelo seu fundador, Jesus Cristo, que se bateu contra o imperialismo romano e pelos famintos e deserdados da sorte. Por isso, pagou com a vida, mas deixou uma mensagem contra a injustiça e a opressão. Uma mensagem de fraternidade entre os homens. Os seus seguidores foram perseguidos e castigados. Mas perante a expansão dos ideais do Mestre que passaram a ser os seus, Roma vendo que não os conseguia vencer, juntou-se a eles. A partir do imperador Constantino,o Grande, que se “converteu”, a mensagem foi deturpada e posta ao serviço do poder.
Depois a história da Igreja Católica Apostólica Romana, é conhecida. Com páginas bem negras; as Cruzadas, a Inquisição, o apoio a ditadores, etc. E, como sabemos, já nos nossos dias, muitos dos seus membros, padres e até bispos, voltaram a borrar a opa. Voltaram a comportar-se como os piores dos leigos, atacando os mais frágeis e indefesos, as crianças, com crimes sexuais.
Mas ao longo dos séculos e até à atualidade, sempre houve gente da Igreja, comportando-se exemplarmente. Cumprindo a mensagem de Cristo. Aliás, como tantos outros não cristãos.
Nem o Papa Francisco, um homem reconhecidamente bom, um homem que contra a hipocrisia instalada no Ocidente, apontou um dos motivos da guerra na Ucrânia; “a NATO a ladrar às portas da Rússia”,nem a Jornada Mundial da Juventude, vêm tornar a Igreja numa referência porque ela continua a albergar gente nada cristã.
A mensagem que Francisco deixará aos muitos milhares de jovens que o escutarão em Lisboa, será baseada, com certeza, na do Mestre. E isso será positivo. Neste mundo onde uma minoria é a principal responsável por ele ser tão injusto, pelos seus interesses mesquinhos e egoístas, manipula a grande maioria. Até no pior, que é a guerra. Não vemos nesta que grassa na Ucrânia? O Papa já apontou um dos motivos para o seu agravamento com a invasão, mas a tal minoria e os que apoiam os seus interesses, continuam a omitir outros tão ou ainda mais graves, como já aqui temos referido. E a alimentar o conflito que é imperioso parar.
Seja bem-vindo, Papa Francisco!
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal O SETUBAENSE
Contribuintes pagam eventos católicos
segunda-feira, 10 de julho de 2023
"De onde sacaram esta gente..."
Não sei se a Esquerda espanhola vai conseguir a “remontada”, como lá se diz, depois da derrota nas regionais e autárquicas, mas se os “populares”, mesmo que não vençam, puderem fazer com a direita franquista maioria, já se sabe que o farão, como têm vindo a fazer por todo o lado onde isso tem sido possível, cedendo sempre às exigências de Vox, que chantageia o PP com novas eleições, sempre que os eleitos "populares" colocam reticências aos pontos mais escabrosos do programa daqueles, que afirmam estar à vontade, porque sempre que vão a eleições dobram a votação.
“De onde sacaram esta gente” - questionava há dias Pedro Sánchez numa estrevista televisiva – que nega as alterações climáticas, a violência machista, a validade das vacinas, a convivência das raças, de direitos de homens e mulheres, e o direito de as pessoas poderem escolher com quem se querem unir e manifestar publicamente a sua orientação sexual; tudo isto é, para eles, ideologia de esquerda, que é urgente banir do território espanhol, inclusivé obras de “monstros” sagrados da cultura espanhola e universal, como Lope de Vega, que tem tido peças de teatro em cena retiradas, naquelas localidades onde já decidem da cultura, cuja pasta fazem sempre questão de exigir, como a da educação, para poderem censurar tudo quanto para eles pareça de esquerda...
Amândio G. Martins
domingo, 9 de julho de 2023
BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO: MORTE E ESTROPIAÇÃO
Referindo-se aos milhares de bombas de fragmentação (fala-se em 10 mil) que vai enviar para o seu pupilo Z, Biden, disse que foi uma decisão difícil. O gélido falcão que comanda o seu braço armado, Stoltenberg, disse que se justificava, porque Z as vai usar em legítima defesa. Mentia conscientemente, porque sabe que se quisessem, se não tivessem dado o apoio ao golpe de 2014, se tivessem evitado a carnificina e a prepotência no Donbass, não tinha havido guerra. E mesmo depois, se tivessem dado instruções a Z para que cumprisse os Acordos de Minsk, não tinha havido invasão.
As bombas de fragmentação são armas extremamente letais e traiçoeiras. No momento da explosão, num determinado raio, quem não tiver proteção física, não sobrevive, ou fica estropiado. E depois, como se fragmenta ainda em diversas mini bombas, chamemos-lhe assim, estas podem ser detonadas inadvertidamente passados meses ou anos, provocando a morte a quem o fizer. A arma que mais vítimas civis provoca. Tanto assim, que cento e onze países, assinaram uma convenção contra a sua utilização. Os países de Biden, Z e Putin, não o fizeram.
Portanto, se Biden tiver consciência, vejam lá o que lhe custou assinar a sentença de morte ou a estropiação para milhares de pessoas. Muitas delas, como se sabe, inocentes civis. Mas será que a tem, ou a estratégica de domínio global do seu país fala mais alto?
Com esta decisão, o que está em causa, é a continuação da guerra e cada vez mais suja. A intenção é causar o maior número de vítimas e provocar o terror.
Francisco Ramalho
Amândio Sousa Dantas
Dum poeta meu conterrâneo e homónimo, inesperadamente falecido, deixo abaixo um dos poemas do seu livro “Poemas da Emigração”.
QUANTAS VEZES...
Quantas vezes
sentiste
poeta
como era inútil
a poesia
e quantas vezes
ela veio
pelos olhos da chuva
e do mar
e da corrente de um rio
sossegar de verdade
a tua solidão?
(ai o amor que
deves
à suprema poesia)
quantas vezes
poeta
veio espreitar teu quarto
(cheia de luz)
só para saber
se dormias
na noite mais antiga
Transcrito por Amândio G. Martins
sexta-feira, 7 de julho de 2023
O QUE LEVA ALGUÉM A ATIRAR UMA TROTINETE PARA O RIO?
O QUE LEVA ALGUÉM A ATIRAR UMA TROTINETE PARA O RIO - No rio Douro, alguns dias depois, com a maré baixa. Ver aqui na Voz da Girafa, em 28 de Junho de 2023.
Esperavam o quê...
“Há uma grande disparidade entre a CPI e o relatório. A maior preocupação é querer fazer um comentário à privatização que o PSD fez em 2015”. Palavras do actual líder daquele partido cujo governo se atreveu a uma decisão de tamanha responsabilidade, como foi a privatização da TAP, quando já nem tinham legitimidade política para o fazer, no que foi mais um atropelo aos interesses do país, como já tinham feito com os correios.
Tendo-se percebido logo que aquela dita Comissão de Inquérito não era mais que um espectáculo indecoroso com o claro objectivo de ir fazendo caír ministros até chegar ao Costa, como não conseguiram o que pretendiam, nem envolver o primeiro-ministro no “dize tu-direi eu” daquela fantochada, não lhes resta outra saída que não seja dizer do relatório o que um dito “profeta” não disse do toucinho, fazendo-me lembrar um outro em que a relatora, Clara Marques Mendes, ouviu do mesmo que agora dizem de Ana Paula Bernardo...
Amândio G. Martins
quinta-feira, 6 de julho de 2023
Primeiro-ministro não à Europa. PSD não ao Chega
JN 03.07.2023 Primeiro-ministro não à Europa. PSD não ao Chega AUGUSTO KÜTTNER
O Primeiro Ministro tem o compromisso de o ser até ao fim da Legislatura, pelo que não se pode dar a veleidades, como um antecessor de outro partido , que se lembrou de ir para a Europa e deixar um substituto que não tinha ido a votos, não seria o mais indicado, e correu mal.
Quer se queira quer não, das eleições Legislativas " sai" um Governo ,mas também um chefe do mesmo, logo, a meio não pode haver desvios.
E o PM tem esse compromisso, ninguém o obrigou a escolher ser político e aguenta até ao fim.
E por certo haverá depois mais oportunidades em Instituições europeias ou outras.
O PSD tem que se comprometer linearmente, abertamente a não fazer quaisquer alianças com o Chega.
O Chega, se entra, cola e jamais larga, e mina por dentro.
O PSD serviria de trampolim à extrema-direita no domínio do país
Por certo não será esse o desígnio pretendido do PSD, ou seja, Chegar e perder o Poder.
E o país perderá a Democracia.
Qual Orbán, na união e tantos fora.
AUGUSTO KÜTTNER