Pelo que ao longo do tempo fui percebendo, não abundam os exemplos de sucesso de pessoas que tivessem crescido “institucionalizadas”, não só por não terem adquirido as competências básicas para a vida, mas também por tudo que as marcou para sempre de forma indelével; havendo informação que nos apresenta como o país da Europa com mais crianças sem família natural que as proteja - e o pior em 42 países - e sendo a adopção um burocratizado e triste remedeio, entende-se mal que os institutos a que são confiadas gozem de tão má reputação.
De facto, sendo a baixa natalidade um dos graves problemas do nosso país, apenas minorado pelos filhos de imigrantes que cá vão nascendo, que pode dar para iludir os números, mas não vai resolver a questão de fundo, fica difícil aceitar que ainda haja tantas crianças mal protegidas, criadas em ambiente de fraca reputação, como são as casas do Estado a isso reservadas, quando lhes deveria ser proporcionado, mesmo aí, um seio familiar o mais possível livre de carências...
Amândio G. Martins
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